As novas linhas de ovos de Páscoa que ocuparão as prateleiras do varejo este ano reforçam a aposta da indústria de chocolate em itens com maior valor agregado. Enquanto marcas como Kopenhagen, do Grupo CRM, seguem explorando o setor, a argentina Arcor faz sua estreia na categoria. Conhecido como gourmet ou premium, o segmento cresce a uma taxa de 20% ao ano, segundo o vice-presidente de Chocolates da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Ubiracy Fonseca. "Cada vez mais exigente e com maior poder aquisitivo, o consumidor procura por itens diferenciados", disse o executivo ontem durante o Salão de Páscoa de 2014.

Diante deste cenário, a Arcor inaugura seu portfólio gourmet com o Ovo Bon o Bon que conta com recheio de amendoim para ser comido com colher. A marca projeta uma alta de 30% na receita com a Páscoa deste ano. Já a produção deve crescer 18%. "Em 2014, serão colocados no mercado 8 milhões de ovos", disse o gerente de sazonais da Arcor, Anderson Freire. Ainda segundo ele, a marca promoveu reajuste de 10% nos preços finais este ano.

Com projeção de alta de 5% no faturamento, a gigante suíça Nestlé também aposta no segmento premium e traz um ovo com tripla camada: a externa é de chocolate ao leite, o recheio é de frutas vermelhas e a camada interna é de chocolate branco. "A produção deve crescer entre 5% e 10% nesta Páscoa e o reajuste de preços gira em torno de 5,5% a 6%", explicou o gerente de marketing da Nestlé, Ricardo Bassani. Segundo ele, a tardia Páscoa deste ano, em 20 de abril, deve estimular as vendas. "Com temperaturas menores e parte dos gastos com impostos e volta às aulas finalizados, as chances de vendas maiores crescem", afirma.

Já a Cacau Show aposta em um aumento de 38% na produção e de 24% no faturamento durante a Páscoa, acompanhando a onda do segmento de investir nos itens gourmet. "Colocaremos 6,4 mil toneladas de chocolates à venda e o reajuste de preços deve ser de, no máximo, 4%", disse a diretora de marketing da Cacau Show, Raquel Massagardi, acrescentando que a marca aposta forte nesta categoria premium de chocolates.

Por outro lado, a Chocolife, apoiada por um ovo de chocolate à base de colágeno, vitamina C, luteína e fibras, pretende quadruplicar sua produção, chegando à casa dos 12 mil ovos. "Nossa expansão segue ancorada na crescente preocupação dos consumidores com a saúde. Viemos para mostrar que o chocolate tem os seus benefícios", explicou a engenheira de alimentos da Chocolife, Virgínia Dias. A Harald segue a mesma ideia. "Esse mercado é muito promissor. Chegou a vez do chocolate gourmet", reforçou a gerente de marketing da Harald, Sheila Mattos. De acordo com Fonseca, da Abicab, a demanda atual por itens mais sofisticados também explica boa parte do avanço de 20,1% observado na importação de chocolates em 2013, na casa de 20 mil toneladas. Enquanto isso, as exportações caíram 4,8%. Na comparação com 2012, a produção recuou 0,3%, para 800 mil toneladas. Já o consumo teve alta de 0,3%.



Veículo: DCI