Com desempenho de janeiro, Porto Alegre deixa de liderar entre as cidades com o valor mais elevado, afirma Dieese


A cesta básica de Porto Alegre teve queda de 2,47% em janeiro, passando de R$ 329,18 em dezembro para R$ 321,05. Com isso, a Capital deixou de ser a mais cara entre as 18 pesquisadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada mensalmente pelo Dieese.

“Essa redução beneficia principalmente o trabalhador que tem menor renda. Embora ainda não seja suficiente para anular as altas do ano passado, é uma pressão a menos para o bolso do trabalhador”, afirma a economista Daniela Baréa Sandi, do Dieese.

Dos 13 produtos pesquisados, quatro registraram queda em janeiro em Porto Alegre: o tomate (-25,16%), a batata (-13,58%), o leite (-10,33%) e o feijão (-1,4%). Daniela explica que o resultado se deve ao aumento de produção que gerou crescimento da oferta. Por outro lado, nove itens subiram de preço com destaque para a banana (6,17%), o arroz (5,99%) e o pão (2,89%).

Apesar do bom resultado de janeiro, no acumulado de 12 meses, a cesta básica gaúcha registra alta de 3,79%. Nesse período, oito produtos ficaram mais caros. Os maiores aumentos ocorreram na farinha de trigo (32,56%), na banana (24,89%), no feijão (21,18%) e no pão (16,64%). Cinco itens ficaram mais baratos, sendo os maiores recuos verificados no tomate (-26,74%) e no óleo de soja (-21,69%).

Das 18 capitais pesquisadas, nove tiveram queda e nove tiveram alta. As maiores elevações foram apuradas em Brasília (5,49%), Manaus (5,04%) e Recife (2,21%). As retrações mais expressivas ocorreram em Campo Grande (-4,19%), Porto Alegre (-2,47%) e Curitiba (-2,41%).

O maior custo da cesta em janeiro foi apurado em Vitória (R$ 327,13), seguido de São Paulo (R$ 323,47), Manaus (R$ 323,22) e Florianópolis (R$ 322,12). Porto Alegre aparece a seguir. Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 214,19), João Pessoa (R$ 264,17) e Salvador (R$ 265,86). O valor da cesta básica representou 48,20% do salário mínimo líquido, contra 52,77% em dezembro de 2013 e 49,59% em janeiro de 2013.

O Dieese divulgou ainda qual deveria ser o salário-mínimo do País, apurado de acordo com a cesta básica mais cara e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o benefício deve suprir alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência ao trabalhador. Em janeiro de 2014, o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 2.748,22, 3,80 vezes maior do que o mínimo de R$ 724,00, que entrou em vigor em 1 de janeiro.

 
Veículo: Jornal do Comércio - RS