Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), crescimento foi de até 18%

Quebras na safra de grandes produtores internacionais de grãos e leite, demanda aquecida e dólar favorável às exportações são os fatores que levaram o agronegócio catarinense a encerrar um excelente ano em faturamento, em 2013. A avaliação é de Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc):

– Há 20 anos, não tínhamos um ano tão positivo para o agronegócio em remuneração aos produtores – afirmou Barbieri.

O balanço foi feito pelo presidente da Faesc José Zeferino Pedrozo ontem, durante o Seminário Estadual de Líderes Rurais, no Golden Executive Hotel, em São José. A estimativa é de um crescimento em faturamento na ordem de 18% para o setor.

De acordo com Barbieri, todos os setores produtivos do Estado foram irrigados com dinheiro e conseguiram reverter o cenário de perdas em anos anteriores. No milho, a queda na safra dos Estados Unidos levou os produtores catarinenses a exportar uma parte considerável da produção. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), foram 3,33 milhões de toneladas produzidas na safra de 2012/2013. Com isso, o preço da saca chegou a R$ 30 no final de 2012.

A suinocultura recuperou as condições de faturamento com o início das vendas para o mercado japonês. Segundo Barbieri, também há a expectativa de início de exportações para a China, que começa tímida, mas tem grande potencial.

A produção de laticínios também passou por um excelente 2013. Em Santa Catarina, há cerca de 200 mil propriedades rurais e pelo menos 80 mil têm o leite como principal atividade. O Estado é o quinto produtor nacional, responsável por 8,4% do volume – algo que gira em torno de 2,7 bilhões de litros, de acordo com a Epagri.

Cenário é positivo para 2014, mesmo com preços mais baixos

Para 2014, a previsão é de que não existam problemas com o clima e que o consumo se mantenha aquecido no mercado interno e externo.

– Não temos até agora nenhum indicativo de problemas climáticos, e o próximo ano deve repetir o êxito de 2013 – disse Ilmar Borchardt, gerente do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).

Em relação ao milho, a produção dos Estados Unidos já se recuperou sobre a safra passada. A expectativa é de preços mais baixos do que os pagos neste ano. Santa Catarina deverá colher 3,29 milhões de toneladas na safra 2013/2014. O rendimento esperado é de 7.075 kg/hectare, recorde no Estado.

Na suinocultura, existe a possibilidade de Santa Catarina dobrar as exportações de carnes, passando de 180 mil toneladas em 2012 para 380 mil toneladas em 2014. Segundo o relatório do Cepa, a Cooperativa Aurora tem potencial para puxar esse resultado.

Para os produtores de leite, as expectativas também são boas. O mercado mundial deverá produzir 2% a mais em 2014. Com estoques baixos, a demanda segue aquecida.



Veículo: Diário Catarinense