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29/08/2013 10:06 - Vendas de máquinas digitais caem 12,1% no 1º semestre
Os profissionais do mercado de imagem são unânimes: nunca se fotografou tanto, mas nunca se vendeu tão poucas máquinas fotográficas. Apesar do interesse crescente dos brasileiros por fotografia, o segmento de câmeras digitais não registrou bons resultados no primeiro semestre deste ano, apresentando queda de 12,1% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2012, segundo dados divulgados, ontem pela consultoria GfK. Endividamento das famílias, alta do dólar e evolução dos smartphones estão entre as possíveis causas dessa queda.
De acordo com o gerente de negócios sênior da instituição, Fabiano Rodrigues, o alto índice de endividamento das famílias brasileiras, observado na primeira metade de 2013, atrapalhou o desempenho do setor durante o período. "Alguns estudos mostram que os brasileiros estão muito endividados, o que afeta a capacidade de compra. Em 2011, a maioria das aquisições foi feita a prazo, em parcelas de até 10 vezes", explicou Rodrigues.
No primeiro semestre deste ano, as vendas de câmeras no País somaram 2,3 milhões de unidades ante 2,6 milhões de aparelhos no mesmo período de 2012. A desaceleração do mercado também foi registrada em outros países da América Latina como Argentina, Chile e Peru. Somando os resultados apresentados pelas quatro nações, no acumulado deste ano, as vendas registraram queda de 9,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2012, o bloco também registrou uma queda de 9,5% nas vendas em comparação com o ano anterior, contabilizando 7,15 milhões de unidades comercializadas. Para Rodrigues, as quedas observadas no último ano e no início de 2013, também podem ser explicadas pelas incertezas em torno da economia mundial. "A oscilação do dólar aliada à demanda dos brasileiros por máquinas de menor valor reduziu os preços dos aparelhos vendidos no mercado interno no começo do ano", diz o gerente da GfK.
Apesar das dificuldades, a consultoria acredita na retomada das vendas neste semestre. "Notamos que existe uma tendência dos consumidores saírem do endividamento. Além disso, a chegada da Copa também deve impulsionar os negócios", disse.
Diante deste cenário, algumas das principais fabricantes de câmeras do mundo veem investindo cada vez mais no desenvolvimento de tecnologias, procurando oferecer ao consumidor mais qualidade de imagem e conectividade. Essas inovações mostraram-se extremamente necessárias para as produtoras nos últimos anos, devido ao avanço das câmeras presentes em smartphones. Por isso, para manter o interesse dos clientes, marcas como Fujifilm e Nikon apostam e ressaltam a qualidade de imagem obtida por meio de seus aparelhos - mais difíceis de ser encontradas nas câmeras de celulares.
"Os smartphones ajudaram a ampliar o interesse dos brasileiros por fotografia, assim como as câmeras compactas responsáveis por 99% do mercado nacional. Agora, essa inserção pode atingir um novo patamar, ao promover a demanda por câmeras mais evoluídas. Pensando nisso, estamos lançando a Linha X no Brasil, nosso principal produto de trabalho nos próximos anos", afirmou o gerente de produtos de câmeras digitais da Fujifilm, Leonardo Botelho.
Para brigar por fatias maiores do mercado, a companhia também anunciou, ontem, o lançamento de sua primeira loja própria on-line, com o objetivo de atender ao mercado brasileiro de maneira mais ampla. O portal deve ser inaugurado dentro de dois meses. Outra companhia que também vem investindo em novidades para manter o interesse do público brasileiro é a Nikon.
"Observamos uma mudança no segmento de câmera digital, e iniciamos a produção nacional com cinco modelos. Agora, já elevamos esse número para dez modelos", disse o presidente da Nikon do Brasil, Koji Maeda.
Para elevar sua presença no mercado nacional, a companhia também aposta na divulgação das características encontradas nas câmeras DSLR - consideradas mais profissionais. De acordo com Maeda, essa categoria tem um bom espaço para crescer.
Hoje, o mercado brasileiro é o maior mercado da Nikon na América Latina. "O Brasil tem muita possibilidade ainda para crescer, principalmente na categoria de DSLR", diz Maeda.
Segundo o gerente nacional de vendas da Nikon, David Stewien, a logística também deve ser priorizada. "Agora, o importante é cobrir todo o mercado nacional, expondo o produto nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste."
Veículo: DCI
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