Maior investimento dos produtores no plantio da soja precoce tem ajudado o grão.

O maior investimento dos produtores mineiros no plantio da soja precoce tem sido fundamental para incrementar a produção de milho na segunda safra e ampliar a renda dos produtores. A tendência é que os aportes nos grãos precoces continuem em alta e as empresas de pesquisas estão investindo no desenvolvimento de novas cultivares para atender à demanda crescente.

De acordo com o pesquisador e chefe do Centro de Pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig), José Mauro Paes, com a maior oferta de sementes precoces de soja os investimentos na produção do milho segunda safra têm sido favorecidos em Minas Gerais e demais regiões produtoras do país.

"Ao colher a soja precoce em fevereiro, o produtor consegue implantar a cultura do milho a partir da segunda quinzena do mês e, com isso, aproveita um período de chuvas mais extenso. Este espaço maior favorece o desenvolvimento da planta, amplia a produtividade e reduz os risco das perdas devido a aproximação do período de seca", disse.

Em Minas Gerais, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de milho segunda safra será maior. A expectativa é colher, no Estado, 587 mil toneladas do cereal, o que significará um aumento de 12,3%. A área utilizada é de 118,6 mil hectares, incremento de 26% sobre os 94,3 mil hectares utilizados na safra 2011/12. A produtividade esperada é de 4,9 toneladas por hectare, queda de 10,9%.

No país, a estimativa da Conab é de uma produção de 4,24 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 13,1% sobre a produção gerada na safrinha 2011/12. A área plantada foi ampliada em 17,5%, alcançando 8,95 mil hectares.

"Além de favorecer a produtividade da cultura do milho, o uso da soja precoce contribui para ampliar a renda dos produtores. Uma vez que o uso da soja convencional praticamente inviabilizava o plantio do milho e os produtores, diante os riscos da estiagem, preferiam não implantar o cereal na segunda safra", disse.

Ainda segundo o pesquisador, a soja convencional leva em média 140 dias para chegar ao ponto de colheita enquanto a precoce leva entre 100 e 110 dias. Como o plantio ocorre em outubro, a colheita da convencional acontece ao longo da segunda quinzena de março, faltando apenas um mês para o início do período seco. Já com a cultivar precoce a colheita é antecipada para a primeira quinzena de fevereiro o que garante ao produtor dois meses de chuvas.

"A Epamig, em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vem desenvolvendo vários estudos e pesquisas para lançar no mercado cultivares de soja que além da transgenia sejam cada vez mais precoce. Todos os nossos estudos são baseados na demanda dos produtores", disse Paes.

A previsão da Epamig é lançar na safra 2013/14 mais sementes adequadas às demandas dos produtores. O material deve chegar ao mercado, para comercialização, na safra 2014/15.

"Investir nas pesquisas e no melhoramento constante é fundamental para ampliar a renda dos produtores e a produção mineira", disse.



Veículo: Diário do Comércio - MG