Principal meta de José Batista de Oliveira é atenuar alguns gargalos do setor de panificação Levar conhecimento sobre gestão e projetos produtivos às cidades do interior do país e atenuar alguns gargalos do setor de panificação, como o cipoal tributário e falta de mão de obra, são alguns dos objetivos do mineiro José Batista de Oliveira, que acaba de ser eleito presidente da Associação Brasileira da Indústria do Pão (Abip) para a gestão 2013-2017.

Ele toma posse no dia 6 de agosto, em Brasília. De acordo com Oliveira, as ações da Abip direcionadas à gestão estão voltadas principalmente para as capitais e o intuito agora é levar esse know-how também ao interior do país, pelo menos onde há associações organizadas e cujas estruturas possam ser usadas. Outro desafio se refere à busca de soluções para a falta de mão de obra qualificada.

O presidente eleito explica que, com o bom desempenho da economia, muitas pessoas que moram nas capitais e grandes cidades brasileiras encontraram outras oportunidades e deixaram a panificação. A rotatividade aumentou, o que dificulta a contratação de profissionais capacitados para reposição. "O conhecimento e a técnica para o processo da panificação requerem treinamento e não é fácil encontrar pessoas com esse perfil disponíveis no mercado de trabalho para preencher as vagas que são abertas", comenta. Para resolver o problema, ele pretende otimizar parcerias com entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), por exemplo. Entraves - A carga de impostos é mais um problema que os empresários do setor enfrentam.

Na avaliação de Oliveira, a inflação alta, que atingiu 14% no ramo da alimentação, somada a alguns gastos fixos que não param de subir e aos altos impostos estão fazendo com que os empresários do ramo trabalhem com margens cada vez mais apertadas. "Isso inviabiliza investir em qualificação e novas tecnologias, por exemplo", diz. A entidade também está acompanhando a tramitação do Projeto de Lei do Senado (PLS 63 de 2011) que propõe a redução dos impostos pagos pelas padarias enquadradas no Simples Nacional.

A proposta ainda deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ser encaminhada para votação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. De acordo com Oliveira, a desoneração de impostos federais da cesta básica, anunciada pela presidente Dilma Rousseff em março deste ano, é incompatível com a Lei Geral do Simples Nacional. "Se não fizermos algumas mudanças na lei, não é possível aplicar essa desoneração", informa. Outra preocupação é quanto à desvalorização do real frente ao dólar, já que 60% das 10,5 milhões de toneladas de trigo usadas por ano na fabricação do pão são importadas. "Estamos trabalhando em um plano estratégico que envolve vários pontos relacionados às dificuldades do setor, mas nem todos estão definidos ainda", comenta.

Ele explica que o segmento passa atualmente por uma transformação. Os estabelecimentos estão deixando de ser apenas padarias tradicionais e buscando novos nichos, principalmente na área gourmet. " uma maneira de as padarias se manterem competitivas no mercado", considera. No Brasil, o setor da panificação fatura anualmente pouco mais de R$ 60 bilhões, tem 64 mil empresas que geram cerca de 800 mil empregos diretos.  o segundo canal mais importante na distribuição de alimentos no país, perdendo apenas para as redes de supermercados. José Batista de Oliveira é empresário do setor há 30 anos e também é o atual presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão).

Veículo: Diário do Comércio - MG