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21/05/2013 10:07 - Itens da Copa não dominam o varejo

Faltam apenas 25 dias para o início da Copa das Confederações. Se há alguns anos esta era a época de pintar a cidade de verde e amarelo, em 2013, a história é outra. Para encontrar produtos alusivos ao Brasil ou à Copa das Confederações, é preciso disposição e muita força de vontade para aventurar-se pelo Centro da cidade. "Poucos lojistas se prepararam", avalia o gerente de uma loja do bairro.

Ontem, a redação web do Diário do Nordeste percorreu as principais ruas e avenidas do Centro. Foi difícil encontrar lojas ou mesmo vendedores ambulantes com material verde e amarelo.

Na Rua Liberato Barroso, os vendedores ambulantes concordam que a procura dos fortalezenses por produtos para a Copa ainda não é a esperada. "Temos que ter esperança, né? O comércio está fraco, a procura ainda está pouca, mas estamos começando a apostar", garantiu Eduardo Araújo, 35, que tem na ponta da língua a justificativa para o clima "frio" do torcedor cearense: "Se o Felipão tivesse convocado o Osvaldo...", opinou. Na barraca onde trabalha, uma camisa Canarinha brilha com o nome de Neymar às costas. O ambulante, tal e qual o treinador da seleção, deposita suas esperanças na camisa 11 brasileira. "A do Neymar é a que mais vende. Acredito que as coisas vão melhorar", afirma.

A alguns metros dali, trabalha o ambulante Wilson Rodrigues da Silva, 42. Também esperançoso em relação ao futuro de suas vendas, Wilson diz saber o motivo para a cidade ainda não estar no clima da Copa. "Cearense deixa tudo pra última hora. O pessoal procura os produtos em cima da hora. Mas temos que ser otimistas", comenta.

Aposta do verde e amarelo


Após algumas voltas pelo bairro comercial, foi possível encontrar Denise da Silva, 29, organizando o verde e amarelo da loja Mil Opções Bijuteria. "Apostamos mais no verde e amarelo, está saindo bem", garante. Entretanto, as concorrentes não estão da mesma forma.

Dentre as várias lojas do segmento, a Toda Chic Biju, também não possuía peças nas cores características do Brasil. "A procura ainda não começou. O nosso material vem de São Paulo, e só no final do mês vamos definir como iremos trabalhar", afirmou uma das funcionárias.

Procura deve aumentar


Após cerca de meia-hora andando pelo Centro, foi possível encontrar a loja Cyssales, na Rua Senador Alencar, com um espaço dedicado às cores do Brasil. As lojas vizinhas nem sequer possuem decoração temática. O vendedor Diego Alves, 22, afirma que o comércio "deixou para a última hora" a preparação para a Copa. "As vendas estão razoáveis. A expectativa é melhorar até o jogo do Brasil, pelo menos", destaca o funcionário, listando que as buzinas, cornetas e bandeiras juninas em verde e amarelo são os produtos mais procurados.

A loja BD Sports, da rua Pedro Pereira, possui vários produtos relacionados à Copa, a exemplo de camisas oficiais e chinelos oficiais. Para o gerente Nazareno Andrade, os principais fatores para o "clima de obra e não de Copa" observado na cidade, são os problemas estruturais no entorno da Arena Castelão e a situação financeira do País.

"Devido às dificuldades com o aumento da inflação, a seca, há um ´furo´ no bolso de muita gente. Daí o pessoal (os lojistas) fica naquela de que o comércio tá fraco e fica receoso. Com os problemas no show do Paul McCartney, as obras que talvez não fiquem prontas, isso gera um descrédito da população, o que atrapalha o comércio. Se o poder público tivesse se preparado, certamente duplicaria o interesse", concluiu o comerciante.

Outros países

O Centro de Pequenos Negócios, mais conhecido como "Beco da Poeira" - maior centro comercial popular de Fortaleza -, um dos principais pontos da Capital para se encontrar produtos a preços populares. Logo no primeiro stand, na entrada pela Avenida do Imperador, as camisas de times de futebol balançam, colorindo as colunas do prédio. Chamam a atenção as cores cítricas do verde marca-texto da Nigéria. Mas quase nada se vê relacionado ao Brasil.

"Brasil? O brasileiro não é patriota! Aqui há procura por todo tipo de camisa de seleção, menos do Brasil. A mais vendida é a da Argentina, depois a do Marrocos e a da Nigéria", dispara o expositor Leandro Gomes, 43, que há 21 anos trabalha no ramo do comércio.



Veículo: Diário do Nordeste

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