Notícias do setor
Economia
Jurídico
Tecnologia
Carnes / Peixes
Bebidas
Notícias ABRAS
Geral
Redes de Supermercados
Sustentabilidade
Estaduais
 



Você está em:
  • Notícias do setor »
  • Geral

Notícias do setor - Clipping dos principais jornais e revistas do Brasil

RSS Geral

01/04/2013 10:27 - Feita artesanalmente, farinha de copioba busca selo de origem

Nazaré das Farinhas (BA) - Ainda noite, a caminhonete do agricultor Edmundo Santana cruza a ponte sobre o rio Jaguaripe e chega à feira de Nazaré das Farinhas. É sábado e ele vai vender os quatro sacos da copioba torrada na véspera, em mutirão de parentes e vizinhos, no forno rudimentar de uma casa de farinha na zona rural da cidade, no Vale da Copioba.

Considerada uma das melhores farinhas do Brasil, a Embrapa e a Universidade Federal da Bahia finalizam as pesquisas de campo que vão comprovar a “notoriedade” do saber fazer o produto e subsidiar a “indicação de procedência”, um instrumento da Lei de Propriedade Intelectual, que os produtores querem solicitar ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) este ano.

A farinha de mandioca produzida tradicionalmente no Vale do Copioba é muito fina, bem torrada e tem um paladar diferenciado, sem qualquer acidez, o que é resultado, entre outros fatores, da rapidez com que é produzida.

A mandioca, de preferência com um ano e meio de plantada, é, num único dia, colhida, descascada, ralada e colocada na prensa. Na manhã seguinte se inicia a torra, sem tempo para a massa fermentar. A torragem, mexendo sempre em alguidares de barro sobre fogo de lenha, deve ter a temperatura controlada para a granulação ideal. Finalmente, a peneira. E só o que passar vai para mesa.

Êxodo rural ameaça a fabricação do produto

Edmundo Santana pertence a uma reverenciada linhagem de farinheiros do Vale da Copioba. Aprendeu a ciência e a arte com o pai, com o avô, o bisavô, como ocorreu com incontáveis gerações. Os filhos Eliane e Emilson, de 13 e 15 anos, parecem indiferentes. O agricultor meio lamenta, meio aprova.

— Eles já sabem fazer, me ajudam e seria bom se tomassem conta da terrinha e da casa de farinha quando eu não puder mais. Mas eles têm estudo, querem vida melhor.

A história de Edmundo é a mesma de outros pouco mais de cem produtores, que aprenderam e guardam os segredos da que é considerada uma das melhores farinhas do país. Um saber que corre sério risco de extinção em consequência do êxodo rural, especialmente dos jovens. Uma morte anunciada que os “antigos”, com o apoio da Embrapa e da Universidade Federal da Bahia, tentam evitar.

A casa de farinha de Antonio Veríssimo — considerado o melhor entre os melhores farinheiros — está parada. Morto há três anos, ele deixou a terra, o nome e os conhecimentos para os filhos. Um deles, Edilson, de 34 anos, chegou a representar o Brasil no Salone Internazionale Del Gusto, na Itália, em 2012. Mas trocou tudo para ser motorista de ônibus na Prefeitura.

— Eles são como todos os jovens: querem dinheiro no bolso e reconhecimento social. Isso é o que ações como essa, da indicação de procedência, tentam garantir. Senão, daqui a dez anos, não vai mais existir farinha de copioba — diz Francisco Alves, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola.

Brasil tem 33 selos de origem

Com a indicação de procedência, o Estado reconhece um saber cultural tradicional como patrimônio pertencente a determinadas comunidades. E a copioba será uma marca, com logotipo e certificação.

— A indicação da origem geográfica se configura como um bem e agrega valor econômico a produtos e serviços de todos aqueles estabelecidos no local — explica Chang Wilches, coordenador de Propriedade Intelectual da Secretaria de Negócios da Embrapa.

A criação do selo de origem dará à farinha de copioba o status dos itens de uma seleta lista de 33 produtos nacionais e sete estrangeiros, como o champanhe, que o Brasil reconhece por acordos internacionais, como de origem geográfica identificada. Ou seja, só podem levar o nome produtos feitos comprovadamente naquelas localidades e da maneira tradicional. Disso se espera a valorização econômica da copioba e o reconhecimento social e cultural dos agricultores que a fabricam. (Lúcia Leão)




Veículo: O Globo - RJ

Enviar para um amigo
Envie para um amigo
[x]
Seu nome:
E-mail:
Nome do amigo:
E-mail do amigo:
Comentário
 

 

Veja mais >>>

25/10/2024 15:51 - Presente em 98,8% dos lares, macarrão é categoria potencial para varejo alimentar
21/08/2024 17:56 - Consumidores brasileiros focam em alimentação saudável
28/06/2024 10:21 - Como será o consumidor de amanhã?
27/06/2024 09:15 - Show de Paul McCartney em Floripa tem apoio do Angeloni Supermercados
25/06/2024 08:58 - Supermercados “étnicos” ganham força no varejo americano
24/06/2024 11:22 - Grupo Pereira reforça inclusão no mês dos Refugiados e Imigrantes
24/06/2024 11:22 - Roldão beneficia 200 crianças com Arraiá Solidário
24/06/2024 11:10 - Mais uma inauguração: Rede Bom Lugar chega a São Miguel Arcanjo (SP)
24/06/2024 11:07 - Sam’s Club e Atacadão chegam juntos em João Pessoa (PB)
21/06/2024 09:04 - Sadia celebra os seus 80 anos em grande estilo
20/06/2024 09:07 - Supermercados Pague Menos participa de ações de empregos
19/06/2024 09:15 - Supermercadistas criam vídeos virais e atraem clientes
18/06/2024 08:54 - Grupo Savegnago abre 500 vagas de emprego para pessoas com mais de 50 anos de idade
18/06/2024 08:53 - Natural da Terra anuncia Paulo Drago como novo CEO
18/06/2024 08:50 - Coop anuncia novos executivos em sua diretoria

Veja mais >>>