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01/03/2013 14:19 - Divulgação de itens leva 67% dos clientes a querer comprar

As principais redes varejistas têm estado mais preocupadas às mudanças de hábito do consumidor, que está mais atento ao preço dos produtos. Pesquisa da Nielsen aponta, aliás, que campanhas publicitárias, promoções e anúncios têm sido responsáveis pelo incremento da venda, já que 67% dos clientes têm interesse em comprar um produto depois de vê-lo divulgado na mídia.

Outro termômetro visto no mercado ao longo dos últimos anos é que há um número cada vez maior de ofertas e promoções veiculadas pelas redes, em especial em supermercados. Conforme o Ibope, em 2012 houve crescimento de 7% dos investimentos em mídia, e o setor de comércio foi o que mais gastou com isso: de janeiro a dezembro do ano passado foram investidos mais de R$ 19 bilhões. A explicação, segundo Marcelo Fazio, analista de mercado da Nielsen, é que o brasileiro é muito sensível a preços. "O brasileiro é mais impactado com a variação de preço em relação a outros consumidores latinos americanos", disse. Fazio afirmou ainda, que a maior parte dos consumidores no Brasil hoje é da classe C, e como boa parte da renda desse público está comprometida com dívidas - no patamar de 44% da renda média de R$ 2.600 para uma família de até cinco pessoas - faz-se mais pesquisa antes da efetivação da compra. "Eles usam multicanalidade, não compram sempre no mesmo lugar. Procuram o local que lhes dará melhor custo-benefício."

Um exemplo de publicidade que impacta e impulsiona a intenção de consumo é o da rede Casas Bahia, bandeira pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) que no ano passado desembolsou R$ 3,5 bilhões em publicidade. Em sua nova campanha publicitária, a bandeira trará de volta um dos principais garotos-propaganda da rede: Fabiano Augusto, que por quatro anos anunciou os produtos da Casas Bahia sob o slogan "Quer pagar quanto?". Agora com um conceito diferente, a nova campanha da rede, "Economiza Brasil", visa a reafirmar a empresa como líder em preço baixo ao enfatizar o mote "Nem no meu tempo tinha preço tão baixo assim, gente!", dito em tom de surpresa.

Em promoções, as redes que investem em venda de embalagens promocionais levam vantagem. A iniciativa com maior efetividade perante o consumidor é a promoção "leve maior quantidade, pelo menor preço". Esse sistema influencia 10,9% da venda de produtos. Brindes impactam 1%, e preço especial, cerca de 4%.

Outro dado que comprova o impacto da divulgação de produtos é que, dos mais de 3.500 entrevistados por um levantamento da Nielsen, foi identificado que 67% têm ideia de adquirir um produto depois de verem uma propaganda. Desta base, 61% escolhem a marca por meio de anúncios; 44% compram produtos por ter gostado da propaganda veiculada, em especial, nos tabloides e no horário nobre da televisão, intervalos de novelas, jogos de futebol e outros programas.

O mais recente caso de redes que "brigam" por um espaço no horário nobre foi no final da telenovela "Avenida Brasil". Devido aos altos picos de audiência, players como Magazine Luiza, Casas Bahia, Ponto Frio e outros chegaram a desembolsar até R$ 1,8 milhão - preço de tabela cobrado pela Rede Globo no período. Na época, a emissora informou que foram cerca de 500 os anunciantes (lembrando que houve a participação de redes regionais) que veicularam comerciais de suas marcas naquele período.

Para os consumidores das classes C, D e E, os que mais absorvem este tipo de informação, as lojas, os tablóides e a televisão são os meios mais utilizados na hora de pesquisar preço. Dos participantes da pesquisa, 30% disseram que pesquisam preço de cosméticos pelos jornais de promoção; a televisão fica com 29%, empatada com as pesquisas na Internet; e 20% são do famoso boca a boca - indicação de amigos e parentes.

Estatísticas

A pesquisa também identificou que, das 136 categorias analisadas pela Nielsen, 65% intensificaram iniciativas de redução temporária de preço. Com isso elas conseguiram apresentar crescimento de participação na cesta de compras do consumidor em 20%. O resultado é um incremento de 80% do volume comercializado. "Tanto os varejistas quanto os fornecedores percebem a importância da precificação na demanda atual", argumentou Marcelo Fazio.

Um dos fatos a se ressaltar é que grandes marcas são as que mais fazem promoções, pois o consumidor das classes C, D e E, mesmo com o bolso apertado porque seu rendimento não foi o suficiente para o mês inteiro, não deixa de comprar os produtos de sua preferência.

"Esses consumidores vive um momento de manutenção do patamar conquistado anteriormente. Eles não deixam de comprar produtos de qualidade e de sua marca preferida devido o orçamento menor", explicou Carlos Gouveia, também analista de mercado da Nielsen. O especialista explicou que quando falta dinheiro para esse público, eles deixam de gastar com lazer para não faltar os produtos de necessidade básica em casa.

Além disso, eles passaram a ampliar sua cesta de compras, impulsionados pelo maior poder aquisitivo e pela maior veiculação de propagandas. O apelo do produto, o fato de ele passar a ser objeto de desejo, é uma das coisas que levam o consumidor a comprar, por isso muitos fornecedores usam promotores e embalagens diferenciadas.



Veículo: DCI

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