Geral
26/02/2013 11:45 - Oxfam avalia cadeia de produção de grandes grupos
Grandes empresas de alimentos e bebidas evoluíram no monitoramento de suas cadeias produtivas, sobretudo em questões que ganharam mais relevância nos últimos anos, como o uso da água. Mas a lupa sobre o comportamento de seus fornecedores ainda não passa perto de assuntos igualmente relevantes - seja o apoio a pequenos agricultores, às mulheres do campo ou aos direitos à terra. Entre as dez maiores empresas de alimentos do mundo, são raros os compromissos claros para esses segmentos.
A constatação é feita pela britânica Oxfam, uma associação de organizações que trabalham pelo fim da pobreza e da desigualdade no mundo, que divulga hoje o primeiro estudo com foco na atuação das companhias de alimentos e bebidas mais representativas segundo critérios de faturamento, presença global e força de marca.
"Na Índia, são as mulheres quem plantam e colhem a lavoura, mas elas ainda não tem direito de serem proprietárias da terra", diz Muriel Saragoussi, coordenadora da Oxfam no Brasil. "Ao mesmo tempo em que se preocupam hoje com o ambiente e as emissões de gases, não está no radar das empresas a questão da mulher que, diferente do trabalho infantil, é silencioso porque não chama tanto a atenção", acrescenta, mostrando a necessidade de essa parcela dos trabalhadores entrar nas políticas corporativas. Conforme a Oxfam, as mulheres formam 43% da mão de obra agrícola no mundo.
Intitulado "Por trás das marcas - Justiça alimentar e as 10 Grandes empresas de alimentos e bebidas", o relatório faz parte de campanha "Cresça: abra a boca para acabar com a fome", lançada pela Oxfam em mais de 45 países na tentativa de promover debates sobre iniciativas que podem ser tomadas para reverter a fome mundial em um mundo de recursos limitados.
O relatório analisa o estado das políticas de Associated British Foods (dona da Ovomaltine e Twinings), Coca-Cola, Danone, General Mills, Kellogg, Mars, Mondelez International (antiga Kraft Foods), Nestlé, PepsiCo e Unilever, e destaca pontos fracos, de modo que ações possam ser propostas para a melhoria na cadeia de fornecimentos de alimentos. Foram observados temas considerados cruciais para a produção agrícola sustentável, mas negligenciados: mulheres, agricultores familiares e de pequena escala, água, terras, mudança climática e transparência.
Segundo esses critérios, Nestlé e Unilever apresentam melhor desempenho que outras empresas, tendo desenvolvido e publicado mais políticas visando combater riscos sociais e ambientais nas cadeias de fornecimento. Na outra ponta, ABF e Kellog têm poucas políticas para o impacto de suas operações em produtores e comunidades.
"O ranking também mostra que todas - inclusive aquelas com melhores notas - não utilizam o enorme poder que têm para ajudar a criar um sistema alimentar mais justo. De fato, em alguns casos, essas empresas prejudicam a segurança alimentar e a oportunidade econômica dos mais pobres, acentuando a fome dessas pessoas", afirma o levantamento.
Baseados em dados disponíveis nos sites das matrizes desses empresas e em seus relatórios de sustentabilidade, a Oxfam identificou entre as falhas mais importantes destas políticas o excessivo sigilo sobre suas cadeias de fornecimento de matérias-primas, tornando as alegações de sustentabilidade e responsabilidade social difíceis de verificar. Além disso, nenhuma tem políticas adequadas para proteger as comunidades locais da apropriação de terra e água ao longo das cadeias de fornecimento, nem propicia acesso adequado de produtores de pequena escala e agricultores familiares a essas cadeias. Uma minoria faz algo para evitar a exploração de agricultoras nas cadeias de fornecimento.
"Pagamento de salários adequados aos trabalhadores, preço justo para os agricultores e avaliação e eliminação da exploração abusiva da terra, da água e do trabalho são medidas que definitivamente estão ao alcance dessas poderosíssimas empresas". De acordo com a entidade, a análise das empresas ganha relevância no momento em que a Europa e outros países discutem a importância do controle sobre a cadeia produtiva de alimentos.
Juntas, as "dez grandes" geram receitas diárias de mais de US $1,1 bilhão e empregam milhões de pessoas direta e indiretamente.
Veículo: Valor Econômico
Veja mais >>>
25/10/2024 15:51 - Presente em 98,8% dos lares, macarrão é categoria potencial para varejo alimentar21/08/2024 17:56 - Consumidores brasileiros focam em alimentação saudável
28/06/2024 10:21 - Como será o consumidor de amanhã?
27/06/2024 09:15 - Show de Paul McCartney em Floripa tem apoio do Angeloni Supermercados
25/06/2024 08:58 - Supermercados “étnicos” ganham força no varejo americano
24/06/2024 11:22 - Grupo Pereira reforça inclusão no mês dos Refugiados e Imigrantes
24/06/2024 11:22 - Roldão beneficia 200 crianças com Arraiá Solidário
24/06/2024 11:10 - Mais uma inauguração: Rede Bom Lugar chega a São Miguel Arcanjo (SP)
24/06/2024 11:07 - Sam’s Club e Atacadão chegam juntos em João Pessoa (PB)
21/06/2024 09:04 - Sadia celebra os seus 80 anos em grande estilo
20/06/2024 09:07 - Supermercados Pague Menos participa de ações de empregos
19/06/2024 09:15 - Supermercadistas criam vídeos virais e atraem clientes
18/06/2024 08:54 - Grupo Savegnago abre 500 vagas de emprego para pessoas com mais de 50 anos de idade
18/06/2024 08:53 - Natural da Terra anuncia Paulo Drago como novo CEO
18/06/2024 08:50 - Coop anuncia novos executivos em sua diretoria