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07/02/2013 11:45 - Preços de produtos básicos caem no primeiro mês do ano

Os preços dos produtos básicos que mais afetam a inflação no Brasil devolveram, em janeiro, a alta verificada no último mês de 2012. De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), a inflação do segmento de commodities medida pelo Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br) caiu 1,41% no mês passado em relação a dezembro. Naquele mês, a alta havia sido de 1,47% sobre novembro.

Em janeiro, houve baixa de 1,86% no segmento agropecuário, que inclui itens como carne de boi, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café, arroz e carne de porco, entre outros, ante outubro.

O grupo energia também registrou redução, de 1,55%, na comparação mensal. Nesse segmento, estão incluídos preços de petróleo, do gás natural e carvão. Já o preço de metais, entre eles o de alumínio e de minério de ferro, subiu 0,57% na mesma comparação. Com o movimento de janeiro, o índice passou de 137,40 pontos no último mês de 2012 para 135,46 no primeiro levantamento deste ano. No acumulado de todo o ano passado, o IC-Br registrou alta de 10,51%. O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.674,88 em janeiro para que suprisse suas necessidades básicas e da família, segundo estudo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa é realizada pela instituição em 18 capitais do Brasil.

Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 318,40, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 3,95 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 678,00, que passou a valer em janeiro.

O valor é maior que o apurado para dezembro, quando o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.561,47 (4,12 vezes o piso então vigente, de R$ 622,00). Em janeiro de 2012, o Dieese calculava o valor necessário em R$ 2.398,82, ou 3,86 vezes o mínimo de então, de R$ 622,00.

A instituição também informou que o tempo médio de trabalho necessário, para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em janeiro de 2013, o conjunto de bens essenciais, caiu na comparação com dezembro. Na média das 18 cidades pesquisadas pelo Dieese, o trabalhador que ganha salário mínimo teve de cumprir uma jornada de 92 horas e 17 minutos em janeiro, tempo inferior a 93 horas e 54 minutos exigidos em dezembro. A queda ocorreu por causa do aumento nominal de 9% do mínimo.

Em relação a janeiro de 2012, quando a pesquisa era feita em 17 localidades (Campo Grande-MS não entrava na amostra), a jornada exigida foi maior, já que naquele mês eram necessárias 87 horas e 06 minutos.

Atualmente, o Dieese faz todo mês a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

Em janeiro, o preço da cesta básica subiu em todas as capitais que são analisadas pelo Dieese na Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores altas ocorreram em Salvador com aumento de 17,85%, Aracaju com 13,59% de alta, Natal com 12,48% e Brasília, que registrou alta de 11,30%.

Um dos produtos que mais contribuíram para o aumento no preço da cesta básica em janeiro foi o tomate, cujo preço sofreu forte oscilação por causa do excesso de chuvas, que prejudicou a produção. A farinha, o feijão, o arroz e a carne bovina, que ficaram mais caros em janeiro, também contribuíram para a alta no preço da cesta.

A cesta básica mais cara do País, entre as capitais analisadas, é a de São Paulo, onde ela custa em torno de R$ 318,40. Em seguida aparecem as de Vitória (R$ 315,38), de Porto Alegre (R$ 309,33) e de Florianópolis (R$ 309,21). A mais barata é a de Aracaju, que custava em torno de R$ 231,80 em janeiro.

Entre fevereiro de 2011 e janeiro deste ano, o preço da cesta básica teve aumento superior a 10% em todas as capitais analisadas (sem computar os dados de Campo Grande, onde a pesquisa só passou a ser implantada a partir de novembro). Nos últimos 12 meses, a maior elevação ocorreu em Natal (26,18%), seguida por Salvador (24,95%) e Aracaju (23,38%). As menores elevações foram registradas em Curitiba (11,47%) e São Paulo (11,51%).

A base monetária encerrou janeiro com retração de 1,8%, na comparação com dezembro, pelo conceito da média diária de dias úteis, conforme divulgou ontem Banco Central. A base alcançou R$ 226,760 bilhões na média diária no mês passado, o valor ainda apresenta crescimento de 13% em 12 meses. No primeiro dia deste mês, a base segue retraída em 3,9%.



Veículo: DCI

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