Geral
07/02/2013 08:52 - Produtores de leite aprovam medidas de proteção
Objetivo é defender o mercado interno de surtos de importações que ocorrem em pleno período de safra
A decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) em prorrogar os direitos antidumping por cinco anos sobre a importação de leite em pó da Nova Zelândia e da União Europeia foi aprovada por representantes da cadeia leiteira de Minas Gerais. A medida, assim como o estabelecimento de cotas de importação de leite em pó da Argentina, é considerada fundamental para evitar crises no segmento leiteiro do país.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira, o prolongamento das medidas antidumping e o estabelecimento de cotas de importação de leite em pó da Argentina são muito favoráveis para o setor, porém a limitação também deve ser aplicada para outros países produtores, como o Uruguai.
"A limitação do ingresso de leite em pó no mercado brasileiro através do maior controle das importações é muito bem-vinda. Porém é necessário que as medidas de proteção ao mercado local também sejam ampliadas para o Uruguai e que incluam as cotas o queijo, produto cujas importações estão crescentes e interferindo na comercialização dos queijos fabricados no país", disse.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em 2001 foi estabelecida a aplicação de alíquotas sobre o leite em pó produzido na Nova Zelândia e na União Europeia por cinco anos, após análise de investigação de dumping. O prazo do antidumping havia sido prorrogado anteriormente em fevereiro de 2007.
Segundo Moreira, a Nova Zelândia é a maior produtora de leite do mundo, além de ser altamente competitiva. Os investimentos em tecnologia de ponta, na melhoria genética e na alimentação do rebanho, com oferta de pastagem durante todo o ano a custos inferiores aos praticados nos demais países produtores fazem com que o leite em pó produzido no país chegue ao mercado brasileiro com valores altamente competitivos frente à produção local.
"A pecuária leiteira da Nova Zelândia é um exemplo a ser seguido pelo Brasil. Lá eles aproveitam todo o potencial e com isso conseguem colocar o leite a preços competitivos no mercado mundial", disse.
América do Sul - Em relação à Argentina, na última semana representantes do setor lácteo do Brasil e do país vizinho fecharam, em Buenos Aires, um acordo de cotas para exportação de lácteos da Argentina para o mercado brasileiro.
A Argentina poderá exportar 3,6 mil toneladas mensais de leite em pó para o Brasil, mantendo a cota anterior. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou dessas negociações para definição de limites para importação de leite e produtos lácteos. O acordo valerá de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.
Segundo dados da CNA, o objetivo do acordo é defender o mercado interno de surtos de importações de lácteos que costumam ocorrer em pleno período de safra. Esse movimento pressionaria ainda mais os preços pagos pelo litro de leite no mercado interno, comprometendo a rentabilidade da atividade, já reduzida em função do aumento dos custos de produção.
Em 2012, enquanto o preço do litro de leite aumentou 4,3%, os custos de produção subiram 20%, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Ainda segundo dados divulgados pela CNA, as cotas para importação de lácteos da Argentina foram definidas em 2009, quando o país exportou, em um único mês, 10 mil toneladas de leite em pó para o Brasil, prejudicando o mercado nacional.
As importações do produto da Argentina e do Uruguai dobraram entre 2008 e 2009, crescimento que levou a CNA a pedir ao governo o estabelecimento de uma política de licenças não automáticas para importação de lácteos, que resultou no primeiro acordo. Renovado desde então, o acordo atual com a Argentina venceu em outubro de 2012 e foi prorrogado até que as partes chegassem a um novo entendimento, o que aconteceu na reunião realizada em Buenos Aires.
No ano passado, o Brasil importou 104,122 mil toneladas de leite em pó, sendo que, desse total, 40,121 mil toneladas vieram da Argentina. O volume médio de importação foi de 3,343 mil toneladas.
"O estabelecimento de cotas é fundamental para o mercado brasileiro. Porém é necessário que esta cota inclua o queijo e seja aplicada também no Uruguai. O aumento das negociações entre o Brasil, Argentina e Uruguai se deu com a redução da demanda por leite do mercado da Venezuela", disse Moreira.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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