A safra 2012/13 de algodão termina com produção mundial de 25,9 milhões de toneladas, 5,3% menos do que na anterior. Já o consumo sobe para 23,3 milhões, 2,2% mais.

Na safra 2013/14, a produção será ainda menor, ficando em 23,2 milhões, e o consumo sobe para 24 milhões de toneladas.

Os dados fazem parte do relatório mais recente do Icac (conselho internacional do algodão), divulgado neste início de mês.

Essa produção menor é uma resposta dos produtores aos preços, que estiveram em queda no ano passado. Os produtores estão trocando o algodão por soja ou milho, que rendem mais. É o que ocorre tanto no Brasil como nos Estados Unidos.

Os norte-americanos devem elevar a área de milho para próximo de 40 milhões de hectares devido à queda de produção do cereal no ano passado. Perde o algodão.

Já no Brasil, a redução de área pode ser ainda maior do que a prevista inicialmente porque a chuva dificulta a colheita de soja e poderá atrapalhar o plantio do algodão.

Demanda maior e queda de área nos principais países produtores fizeram o preço reagir nas últimas semanas.

Segundo Lucilio Alves, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as indústrias voltaram a renovar os estoques.

Internamente, os preços estão mais calmos nos últimos dias, mas já atingem

R$ 1,83 por libra-peso, com alta de 16% no ano.

Essa recuperação dos preços coloca o produto nacional com valor de 11% a 12% acima do de Nova York, o que não ocorria desde abril do ano passado. O preço interno é dado pela paridade de exportação, segundo Alves.

O valor do algodão se sustenta também no mercado externo. O primeiro contrato está a US$ 0,82 por libra-peso, uma alta de 9% em 30 dias.

Boa parte desse aumento se deve à participação da China. Alves diz que o governo elevou os estoques de segurança com compras da produção interna.

Dependendo da qualidade desse algodão, no entanto, as indústrias chinesas deverão manter compras externas, impedindo baixas nos preços.

Os estoques finais da safra 2013/14 serão de 16 milhões de toneladas, 2 milhões acima dos do período 2011/12.

Veículo: Folha de S.Paulo