Geral
27/11/2012 11:02 - "Black Friday" nos EUA traz resultado menos robusto
Os varejistas relataram um grande salto nos gastos dos consumidores nos Estados Unidos no fim de semana de Ação de Graças, com os clientes correndo às lojas, aproveitando os descontos on-line e, segundo alguns lojistas, voltando várias vezes ao shopping.
Mas, no total, o aumento não foi tão robusto como em 2011. E alguns indicadores mostraram um declínio nos gastos em lojas na própria "Black Friday", a sexta-feira que abre oficialmente a temporada de compras de fim de ano, o que leva à pergunta: será que as novas táticas dos varejistas estão simplesmente transferindo os gastos para outros dias e outros pontos de venda?
Os comerciantes com forte presença na internet estão posicionados para serem os grandes vencedores: pela primeira vez, mais da metade dos consumidores disse que comprou pela internet durante o fim de semana. Os gastos on-line, apenas na sexta-feira, passaram de US$ 1 bilhão pela primeira vez, segundo a firma de análise de dados comScore.
O total de gastos no fim de semana alcançou estimados US$ 59,1 bilhões, um aumento de 13% em relação há um ano, segundo a Federação Nacional de Varejo (FNV) dos EUA. No ano passado, o aumento foi de 16%.
Uma pesquisa realizada pela firma BIGinsight constatou que os consumidores gastaram uma média de US$ 423 no fim de semana, um aumento de 6% em relação aos US$ 398 do fim de semana de Ação de Graças do ano passado.
Um forte início da temporada de compras de Natal não indica, necessariamente, que o total de vendas natalinas vai aumentar.
"Já vi acontecer as duas coisas", diz Beryl Raff, diretor-presidente da Helzberg Diamonds, cadeia de joalherias de propriedade da Berkshire Hathaway.
Os lojistas temem que as vendas de fim de ano serão fracas. "Meu medo é estarmos condicionando os clientes a comprar apenas neste único fim de semana", diz John Abt, coproprietário da Abt Electronics, grande varejista independente de eletrônicos de Glenview, um subúrbio de Chicago. Suas vendas na "Black Friday" saltaram 22%, disse ele, e as vendas pela internet subiram 64% no Dia de Ação de Graças.
Em 2011, as vendas no varejo tiveram um início forte em novembro, subindo 6,7% em relação ao ano anterior. Mas o movimento caiu um pouco e o aumento acabou sendo de 6% em relação a 2010, excluindo automóveis.
A economia americana ainda preocupa os consumidores e os lojistas, que já antecipam que o total de vendas cresça a um ritmo mais lento do que no ano passado. A FNV estima que as vendas de Natal em novembro e dezembro vão aumentar 4,1%, para US$ 586,1 bilhões, em comparação com um aumento de 5,6% no ano passado.
O grupo disse que pode revisar seus números para cima se o Congresso aprovar uma legislação, nos próximas semanas, que impeça o chamado abismo fiscal, um aumento geral de impostos e cortes nos gastos do governo que entraria em vigor a partir do Ano Novo. "Se isso se arrastar até a véspera de Natal, há uma possibilidade real de que tenha consequências negativas no o resto da temporada", diz o presidente da FNV, Matt Shay.
As vendas on-line na "Black Friday" cresceram 21% em relação ao ano passado, segundo conclusões do Smarter Commerce, braço de pesquisa da IBM, com base em dados de 500 varejistas, incluindo 50 dos 100 maiores varejistas on-line.
Mas embora o número de pedidos tenha aumentado, o montante do pedido médio por cliente caiu 4,7%, para US$ 181,22.
A IBM informou que o número médio de itens por pedido também caiu 12%, para 5,6 itens, resultado das promoções com entrega gratuita oferecidas pelas lojas on-line. "Agora, bastam poucos itens na cesta do consumidor para que ela ultrapasse o limite para entrega gratuita", disse Jay Henderson, diretor de estratégia da Smarter Commerce da IBM.
A Mercent, que ajuda a facilitar as vendas on-line para cerca de 500 varejistas, incluindo a Home Depot e a loja de roupas esportivas REI, informou que seus clientes relataram um aumento combinado de 23% nas vendas diretas e feitas através de outros sites, como Amazon.com e eBay. São resultados quase iguais aos do ano passado, disse o presidente da Mercent, Eric Best. No próprio dia de Ação de Graças, os associados da Mercent registraram aumento de 32%, maior que o de 18% de 2011.
"Os consumidores não são burros. Eles pesquisam primeiro os produtos on-line e compram on-line se for mais barato que ir a uma loja", disse Best, cuja firma fica em Seattle. "Os dados deste ano mostram que os consumidores estão comprando on-line com mais frequência, e procurando as lojas on-line antes do que costumavam fazer", disse ele. Uma porta-voz da Amazon não quis informar resultados específicos de vendas, mas disse que a empresa espera ter a "maior" temporada de vendas de Natal da sua história.
Nas lojas físicas, fazer compras à noite no feriado de quinta-feira foi um programa popular entre as famílias, com grandes redes varejistas como Walmart, Target e Toys "R" Us abrindo mais cedo, algumas mesmo às 20 horas. Uma análise dos recibos de cartão de crédito feita pela Chase Paymentech, subsidiária do J.P. Morgan Chase, informou que as vendas nas lojas físicas subiram 70%. Mas no dia seguinte, as vendas nas lojas caíram 7%, informou a Chase.
Um resultado semelhante foi relatado pela ShopperTrak, que mede o movimento de pedestres e faz estimativas de vendas. A firma concluiu que embora houvesse mais pessoas fazendo compras na sexta-feira do que no ano passado, as vendas reais nesse dia caíram quase 2%.
Os lojistas que abriram na quinta-feira disseram que a despesa extra valeu a pena. "Nossos clientes ficaram mais tempo na loja e compraram mais mercadorias, então nossa reação inicial é que foi uma decisão acertada", disse Sid Keswani, vice-presidente da Target para o sudoeste dos Estados Unidos.
Walmart informou que os clientes ficaram mais tempo nas lojas.
Em Dallas, Elizabeth Etier e sua irmã Emily McKenzie disseram ter ouvido falar que alguns clientes e funcionários estavam indignados porque as lojas estavam abrindo mais cedo do que nunca no dia de Ação de Graças; mas disseram também que estavam gratas à Target por abrir às 21 horas. Nesse horário, elas puderam levar a filha de Emily, Anna Claire, de 6 anos, para a sua primeira experiência numa "Black Friday".
Veículo: Valor Econômico

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