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01/11/2012 12:00 - Crise da laranja deve perdurar em 2013

Ainda não há luz no fim do túnel. Às voltas com um dos maiores estoques de suco de laranja de todos os tempos e uma demanda global pelo produto em queda há mais de uma década, a citricultura paulista, que abastece as exportações brasileiras da bebida, terá em 2013 outro ano azedo e, provavelmente, marcado por preços ainda baixos. O quadro é reforçado pelas primeiras perspectivas para a próxima safra da fruta, a 2013/14, que promete ser a terceira grande colheita consecutiva.

Se o cenário se confirmar, o segmento terá ainda mais dificuldades para avançar nas intrincadas negociações em torno do Conselho dos Produtores de Laranja e das Indústrias de Suco de Laranja (Consecitrus), criado para ordenar as relações entre citricultores e as grandes indústrias de suco - Citrosuco /Citrovita, Cutrale e Louis Dreyfus Commodities, que dominam as exportações do país.

Fontes da indústria já admitem que a colheita de laranja no próximo ciclo em São Paulo, que reúne o maior parque citrícola do planeta, e no Triângulo Mineiro, que complementa o abastecimento das empresas, pode seguir em patamares superiores à média verificada na última década, agravando o cenário de superoferta. "Tinha que cair uma chuva de granizo para mudar a situação", disse uma fonte do segmento. As indústrias tiveram que lidar com a produção recorde de 2011/12, de 428 milhões de caixas de 40,8 quilos, e a da atual temporada, que deverá somar mais 364 milhões de caixas.

Com a superprodução dos últimos dois anos, os estoques de suco de laranja das três indústrias totalizavam 662,5 mil toneladas no fim de junho, conforme dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Citrícolas (CitrusBR), o triplo do verificado um ano antes e suficiente para abastecer quase oito meses de vendas das três processadoras de suco.

O cenário pode contaminar as negociações do Consecitrus. Criado em abril pela CitrusBR, que representa as três indústrias, e pela parcela dos produtores ligados à Sociedade Rural Brasileira (SRB), a entidade fez ontem o primeiro encontro com citricultores para discutir o modelo que servirá de referência para definir os preços da fruta. Esses encontros são considerados fundamentais para o sucesso da entidade, já que seu funcionamento, cujo modelo de preço balizará os contratos de fornecimento de laranja para a indústria e dividirá riscos e lucros da atividade, depende da adesão do maior número possível de produtores.

A questão é que os 12 mil produtores de laranja da região são dispersos politicamente e não têm uma única entidade que os represente. Um exemplo disso foi a negativa da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) e da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), que discordaram do andamento das discussões da nova entidade e questionaram a criação dela no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em maio.


Agora, uma das tarefas do Consecitrus, dirigido por João Sampaio, ex-secretário da Agricultura de São Paulo, é atrair essas entidades. "Com a troca de ofensas, não vamos avançar e entender o que é ser um moderno produtor de laranja", disse ele durante a apresentação do "Modelo Consecitrus", evento que reuniu cerca de 80 produtores ontem na capital paulista. Sampaio conclamou os citricultores a seguirem o exemplo da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), que representa produtores de cana no Consecana, que serviu de inspiração para o Consecitrus.

Os clamores por uma entidade que unifique os produtores em torno das discussões da Consecitrus foi reforçado pelo presidente da CitrusBR, Cristian Lohbauer. "Se a indústria quiser falar com o produtor, para quem eu ligo? Não dá para falar com 12 mil pessoas. O quadro do suco de laranja é muito grave. Ou começamos um processo novo ou vamos morrer juntos".

Responsável pela elaboração do Modelo Consecitrus, o economista Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro, disse que a criação de uma entidade que represente "tecnicamente" os produtores permitirá que o conselho seja o fórum para as discussões como a produtividade mínima para a manutenção do citricultor na atividade - já que ele é constantemente pressionado a arrendar terras para a cana - e os próprios parâmetros para a divisão dos lucros e prejuízos do segmento. Segundo o documento apresentado aos produtores ontem, a divisão do ganho - ou da perda - será na proporção do capital investido na cadeia, calculada em 64% para a indústria e 36% para o produtor.

Os citricultores questionados pelo Valor durante a apresentação reconheceram que a dispersão atrapalha o segmento. Para fazer frente à indústria e ter uma representação de peso nas discussões da nova entidade, o citricultor Roberto Jank, lançou a proposta de contratar um executivo de mercado para a tarefa, cargo que poderia até mesmo ser ocupado por seu irmão, o agrônomo e ex-presidente da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank. A ideia será avaliada pelos citricultores, mas a contratação de um executivo com esse perfil depende do orçamento disponível.

Daí a importância de um maior número de adesões. Um dos principais opositores da nova entidade, o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, disse que vai "tentar participar das discussões, mas mantenho a posição da Associtrus". Segundo ele, o modelo proposto por Mendonça de Barros exige uma produtividade incompatível com o país, dando mostras do quão difíceis serão as negociações.

No que diz respeito ao modelo de preços proposto, Almir de Andrade Ferreira, que comanda a fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi e teve grandes dificuldades para renovar seu contrato de fornecimento de laranja, disse que o modelo deveria contemplar o custo de oportunidade para o arrendamento para o plantio de cana. "O modelo considera o capital investido pela indústria, mas não a terra que poderia ser arrendada pelo produtor", disse. Perguntado sobre o tema, Mendonça de Barros disse que ele pode entrar em pauta com a viabilização de uma entidade que represente os produtores, mas sua compatibilização é difícil. "Não podemos atrelar a cadeia de suco ao açúcar".

Veículo: Valor Econômico

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