Maior rede de lojas de departamento dos Estados Unidos, a Macy's vai vender produtos brasileiros em suas lojas até julho.

A ação faz parte da campanha "Brasil: A Magical Journey", lançada nesta terça-feira em São Paulo em parceria com a Apex (Agêcia brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

A agência brasileira investiu US$ 1,5 milhão em promoção, divulgação e apoio às 18 empresas e marcas brasileiras que integram a campanha com 100 peças exclusivas --de acessórios a roupas, de perfume a café e chocolate.

A venda dos produtos será feita inicialmente em 300 lojas da rede e pelo site da loja (www.macys.com) a partir de domingo. A data não foi por acaso: coincide com o descobrimento do Brasil, dia 22 de abril.

Nessa etapa da campanha, essas lojas terão uma loja brasileira dentro das Macy's --"O Mercado, The Market at Macy's"-- com produtos vendidos a partir US$ 5, como chocolates da marca Garoto, café Pilão e guaraná.

A partir de 16 de maio, as 800 lojas da rede terão uma ala especial com os produtos "made in Brasil", que serão vendidos até 15 de julho.

Entre as empresas estão Natura, Phebo, chocolate Garoto, café Pilão.

"Durante dez semanas, vamos mostrar aos consumidores a cultura e os produtos brasileiros. Queremos fugir dos clichês e mostrar o design, a moda e o que o Brasil tem a oferecer. Para isso fizemos parcerias com estilistas e empresas e marcas que enaltecem em suas criações as cores desse país", diz Martine Reardon, vice-presidente de Marketing da Macy's.

"O Brasil passa por um momento de crescimento e de evidência", afirma a executiva a se referir a eventos como a Copa e as Olimpíadas no Brasil.

Na lista de lançamentos estão previstos uma coleção de vestidos para a Calvin Klein do estilista Francisco Costa, além de bolsas, calçados, bijuterias finas e echarpes assinadas por Carlos Falchi. Também haverá peças assinadas por Seu Jorge e Rachel Roy, pelo estilista Dudu Bertholini, da Neon, e Cecilia Prado, fabricante de artigos de moda praia.

"O país é o maior importador mundial e o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Por isso, queremos reforçar junto ao consumidor norte-americano a qualidade do produto brasileiro e destacar seus atributos como alto grau de inovação, alta tecnologia e design diferenciado", disse o presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges.

"É um mercado de 330 milhões de consumidores que poderão ver nossos produtos em 800 lojas."


DE OLHO NOS TURISTAS

Hoje, os turistas brasileiros nos Estados Unidos ocupam o segundo lugar no ranking entre os que mais compram nas lojas da Macy's.

Nas vendas internacionais pela internet, que começaram há cerca de dois meses e meio, os brasileiros já ocupam o terceiro lugar.

"Nosso objetivo com a campanha é fazer com que os brasileiros se sintam em casa nas lojas. E apresentar ao nosso consumidor norte-americano a exuberância e criatividade do Brasil", disse Reardon, da Macy's.

Por enquanto, a rede não tem planos de abrir suas portas no Brasil, mas a vice-presidente de Marketing não descarta a possibilidade no futuro. "Adoraria, embora não esteja nos nossos planos agora. Mas
nunca se sabe. Nunca se pode dizer".

INVESTIMENTO

Sem divulgar o quanto pretende faturar, a vice-presidente de Marketing da Macy's afirma apenas que "tem certeza haverá retorno garantido dos milhões e milhões envolvidos nesse projeto". No ano passado, a rede
faturou US$ 26 bilhões.

Estima-se que mais de US$ 20 milhões tenham sido gastos com a campanha que envolve ações de marketing, como propaganda na TV, em outdoor, além de criar espaços para os produtos nas lojas.

Para Ricardo Santana, coordenador de imagem e acesso a Mercados da Apex-Brasil, a campanha é importante porque será "mais uma porta de entrada" nos Estados Unidos.

"Desde o ano passado, essa ação está sendo planejada. Nosso trabalho é fazer com que essas empresas que fornecerem para a Macy's e outras possam continuar oferecendo produtos e serviços para se inserir cada
vez mais no mercado americano."

Como parte da campanha, a Macy's informou que repassará US$ 1 milhão para a conservação da Amazônia, por meio da The Nature Conservancy, entidade sem fins lucrativos que atua na área ambiental.

"Dez por cento do preço de venda de cada produto será destinado para a conservação da Amazônia, em uma ação que tem como objetivo também conscientizar os consumidores da importância da preservação", diz Molly Langenstein, vice-presidente de Produtos e Novos Negócios da Macy's.



Veículo: Folha de S.Paulo