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14/03/2012 11:29 - Gigante têxtil mira o ramo imobiliário

Coteminas, da família de José Alencar, desativa fábricas no Rio Grande do Norte e constrói complexo com hotel e shopping

Em meio à crise do setor têxtil -causada pela valorização do real e pela concorrência das importações da China-, a Coteminas, uma das maiores empresas do Brasil nessa área, está desativando duas fábricas no Rio Grande do Norte para explorar um dos segmento que mais crescem no país: o imobiliário.

A empresa usará o terreno de 885 mil metros quadrados que tem em São Gonçalo do Amarante, próximo a Natal, para construir um complexo imobiliário que incluirá residências, escritórios, shopping center, hotel, centro de convenções, teatro e escola.

Localizado no mesmo município em que foi entregue à iniciativa privada a construção do novo aeroporto internacional do Estado, destinado a atender a demanda da Copa de 2014, o empreendimento está orçado em R$ 1 bilhão e projeta um fluxo diário de até 45 mil pessoas.

A ideia é que a primeira fase do projeto esteja pronta para "aproveitar o movimento da Copa". O restante dependerá da demanda no setor, mas a expectativa é que tudo esteja concluído em cinco anos, segundo o presidente da empresa, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar.

O empresário, que é colunista da Folha, nega que esteja abandonando o setor têxtil, que enfrenta um dos seus piores momentos.

"Vamos continuar produzindo a mesma quantidade em outra unidade", disse à Folha. "Estudos de mercado apontaram qual era a melhor utilização do terreno."

Ele admite que a indústria têxtil perdeu importância relativa na economia, mas destaca que "uma coisa não atrapalha a outra". Questionado se não abre caminho para mudar de área, desconversa: "O futuro a Deus pertence".

Desde 2006, as importações brasileiras da área têxtil e de confecções superam as exportações. O deficit comercial vem crescendo num ritmo acelerado. A produção registrou queda no ano passado em relação a 2010, apesar do crescimento nas vendas, e os empresários do ramo negociam com o ministro Guido Mantega (Fazenda) medidas de socorro ao setor.

TRANSFERÊNCIA

A Coteminas abriu a primeira fábrica em São Gonçalo na década de 1980. Depois construiu uma segunda unidade ao lado. Nas duas trabalham 1.100 pessoas e são desenvolvidas cinco das sete etapas da produção da empresa, da fiação à confecção final de produtos de cama, mesa, banho e vestuário.

Segundo Silva, num primeiro momento somente estão sendo desativadas as fases de fiação e tecelagem. O restante depende de uma redistribuição da empresa, pois é preciso manter o abastecimento da outra fábrica no Estado, responsável pela confecção dos produtos.

Ele diz que provavelmente as unidades da Paraíba vão suprir a produção desativada inicialmente em São Gonçalo. Nas outras etapas, a transferência será mais lenta.

Silva diz que ao menos metade dos funcionários será reaproveitada em outras unidades. Cerca de 550 dispensados farão cursos de capacitação para atender à nova demanda na área de comércio, hotelaria e escritórios.

Setor prevê deficit de US$ 6 bi, alta de 25% em relação a 2011

Se nada for feito, o deficit comercial do setor têxtil e de confecções deve bater os US$ 6 bilhões neste ano, deixando as indústrias brasileiras ainda mais vulneráveis, diz o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo, Alfredo Bonduki.

Em 2011, as importações já superaram as vendas ao exterior em US$ 4,8 bilhões, quase cinco vezes o valor de 2007. Esse cenário, diz, é fruto da combinação de um câmbio valorizado no Brasil com a crise financeira que assola, desde 2008, os EUA e a Europa, responsáveis pelo consumo de cerca de dois terços da produção têxtil global.

A sobra de produção nos grandes exportadores, como China e Índia, foi direcionada a outros emergentes. O real valorizado ainda barateia as importações, dificultando a disputa em outros países.

O setor têxtil estima que, em 2011, tenha demitido cerca de 20 mil trabalhadores a mais do que contrataram. Para Bonduki, a desativação de unidades da Coteminas "é uma pena" e serve como mais um alerta para o governo.


Indústria do país precisa encontrar alternativas

O setor têxtil é parte importante da história da indústria brasileira. Esteve dentre os primeiros segmentos a se instalar no país e, na atualidade, é um dos personagens centrais de nosso processo de "desindustrialização".

Intensivo em mão de obra, matérias-primas pouco elaboradas e tecnologia madura, o setor se tornou alvo das políticas de estímulo de diversos países que embarcaram tarde no processo de desenvolvimento industrial, com destaque para Índia, China e Paquistão.

É natural que esses países tenham escolhido começar esse processo em segmentos maduros e intensivos em trabalho não qualificado. Na etapa seguinte, avançam para outros ramos, como brinquedos, eletroeletrônicos e automóveis. Mas nem sempre abandonam a área têxtil.

O desafio que surge em países como o Brasil é que a produção asiática acaba deslocando a nossa nesse e em outros ramos industriais semelhantes, como calçados.

Num primeiro momento, sofrem as nossas exportações. Em seguida, nosso mercado acaba sendo "invadido" pelas importações.

A longo prazo, o recado é: países como o Brasil devem "fugir" da concorrência asiática, especializando-se na produção de bens que dependam menos de baixos custos de mão de obra. Seria o caso da indústria aeronáutica e da prospecção de petróleo em águas superprofundas.

No entanto, o setor têxtil é importante fonte de emprego e renda em algumas regiões e seria importante garantir alguma sobrevida. É o que acontece em áreas do interior de São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e sul de Minas. Nesse sentido, são bem-vindas as iniciativas do governo de desonerar a folha de salário nos segmentos mais afetados pela concorrência.

Ainda assim, é impossível deixar de pensar no longo prazo. E aí a melhor estratégia é engajar essas regiões num processo de substituição industrial.

Num contexto de contínua valorização do real, não parece razoável supor que conseguiremos competir com os custos de mão de obra asiáticos. Ao mesmo tempo, medidas meramente protecionistas acabam encarecendo os produtos vendidos no mercado interno.

Nesse sentido, as medidas atuais de estímulo aos setores têxtil e calçadista devem ser vistas como um alerta, e não como um alívio.

O alerta é que é preciso aproveitar o tempo que ainda temos para mudar a vocação produtiva regional em diversos pontos do país.



Veículo: Folha de S.Paulo

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