Geral
16/01/2012 12:22 - L'Occitane não quer a classe C do Brasil
(Atualizada às 12h)
Ao contrário do que foi informado na reportagem do jornal impresso, nem todas as lojas da marca no Brasil são próprias. Das 90 unidades, 15 são franquias. Segue reportagem corrigida.
Enquanto o discurso predominante entre executivos de multinacionais é ajustar a estratégia para alcançar a classe média, a francesa L'Occitane prefere fechar os olhos para essa faixa de renda, que concentra a maior parte da população brasileira. "Nós não queremos e não vamos entrar na classe C", afirma a presidente da empresa no Brasil, Anna Chaia. O item mais vendido nas lojas brasileiras, segundo a empresa, é o hidratante corporal mais caro da fabricante, que custa R$ 198.
Alguns produtos custam três vezes mais no Brasil do que na França, onde a L'Occitane é uma grife intermediária. Não é popular como Yves Rocher, L'Oréal e Nivea; e não é de luxo como Sisley e Lancôme.
No Brasil, sem desistir da aura de sofisticação e dos altos preços, Anna fez a L'Occitane crescer, de 24 lojas abastecidas por uma pequena distribuidora em 2009, para 90. A operação brasileira foi a quinta maior da empresa no mundo em 2011 e registrou crescimento de 35%. Tudo indica que vai ultrapassar a Inglaterra neste ano fiscal, que termina em março.
Quando consideradas todas as subsidiárias, o Brasil cresce menos apenas do que a China. A L'Occitane, listada na Bolsa de Hong Kong desde maio de 2010, somou faturamento de € 368,5 milhões de abril a setembro do ano passado. No período, a receita brasileira ficou em € 19,3 milhões.
Um crescimento tão acelerado, enquanto as vendas da própria matriz francesa encolheram, tem rendido alguns mimos ao consumidor brasileiro. O primeiro lote de perfumes, cremes e sabonetes da edição limitada criada pela L'Occitane para o Natal não chegou aos centros de distribuição europeus. Embarcou na Provença com destino ao Brasil e ao Japão. Tudo para garantir que, pela primeira vez, a subsidiária brasiliera montasse uma vitrine simultânea à da matriz.
Em dezembro também chegou às lojas a colônia de lavanda, primeiro produto da empresa desenvolvido conjuntamente por Brasil e França, a partir de pesquisas qualitativas feitas com brasileiras e com rótulo em português. "As fragrâncias foram aprovadas por nós e lançadas para todo o mundo. Foi um hábito novo para Japão, Estados Unidos e Europa", diz Anna. A ideia partiu da subsidiária, já que os brasileiros têm o costume de usar colônia, menos concentrada do que perfume.
Brasil e Japão são as subsidiárias com ciclo de inovação mais agressivo. São 19 vitrines diferentes e 180 novos produtos por ano. Ainda assim, fabricar no Brasil não é uma possibilidade, segundo Anna. Até o novo rótulo em português chega pronto ao país. A L'Occitane tem apenas uma fábrica no mundo, em Manosque, no Sul da França. Todos os ingredientes são colhidos na região. "Não é um modelo fácil de duplicar", diz a presidente.
Há planos, sim, de abrir mais lojas. O projeto, apresentado à matriz em 2010, é chegar a 150 em 2015. Hoje, a empresa tem 90 unidades, sendo 15 franquias. "Estamos indo mais rápido do que o previsto", diz Anna. No ano passado foram abertas 16 lojas. Os focos em 2012 são interior de São Paulo e Nordeste, uma das regiões de maior avanço em vendas, hoje com 13 lojas.
Os nordestinos também devem começar a ver os produtos da L'Occitane nas farmácias neste ano. "Temos uma demanda diária, mas estamos escolhendo quais redes têm o perfil", diz Anna. Os itens já estão em 250 farmácias de grandes redes, concentradas no Sul e do Sudeste. A meta é dobrar esse número até 2015. A exigência é que eles sejam dispostos em móveis exclusivos, produzidos pela própria L'Occitane.
Outro canal de vendas, o e-commerce, completou um ano em novembro como uma das dez lojas de maior faturamento da rede brasileira. O tíquete médio é 40% superior ao das unidades físicas. Na véspera do Natal, a companhia precisou entregar presentes em até quatro horas. O papel de "mercador de fragrâncias" - personagem histórico da Provença que vende de porta em porta os perfumes que elabora com plantas, flores e especiarias, no mais absoluto segredo - foi desempenhado por motoboys.
Veículo: Valor Econômico

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