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01/11/2011 11:09 - Fabricantes têxteis avançam no Nordeste

A fabricante paulista de fios Linhas Bonfio sempre teve nas regiões Sul e Sudeste suas principais fontes de demanda. Esses mercados - tradicionais centros da indústria têxtil brasileira e pujantes áreas consumidoras - representavam mais de 70% das vendas da empresa. Há cerca de dois anos, no entanto, esse cenário começou a mudar. Muitos dos clientes da Bonfio migraram ou abriram filiais na região Nordeste, o que forçou a empresa a se voltar para essa fronteira.

Diante da nova realidade, a Bonfio investiu R$ 15 milhões na construção de sua quarta fábrica em Redenção, no Ceará. "Nosso produto é pronta-entrega. Precisamos estar próximos dos clientes", conta o presidente da empresa Alfredo Emílio Bonduki. A estratégia da Bonfio pontua uma tendência que vem se desenhando em toda a cadeia têxtil brasileira. Empresas do Sul e do Sudeste estão se voltando para outros mercados, como o do Nordeste e do Centro-Oeste.

Em números absolutos, as áreas tradicionais lideram com folga no setor, mas nos últimos anos esse quadro tem sofrido um revés em termos comparativos. Dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) mostram que entre 2005 e 2010, o número das empresas têxteis no Nordeste cresceu 60%, para 460 empresas, enquanto no Centro-Oeste avançou 167%, para 131. Ao mesmo tempo, o número dessas empresas caiu 1,3% no Sudeste, para 2.393 e cresceu 26% no Sul, para 1.686. No que diz respeito aos empregos gerados no setor, a região Nordeste avançou 23% no período, enquanto a Centro-Oeste cresceu 43%. O Sudeste, em contrapartida, apresentou redução de 6% e o Sul cresceu 9%.

A nova unidade da Bonfio deve ampliar em 10% o faturamento da empresa a partir do segundo trimestre de 2012, quando terão início as operações. Hoje, a receita da companhia fica na faixa dos R$ 47 milhões por ano. "Já temos mais de um quarto das nossas vendas vindas do Nordeste. Em três ou quatro anos essa nova unidade deve representar metade do nosso faturamento", estima Bonduki.

Além da maior facilidade em encontrar mão de obra - em falta nas regiões produtoras tradicionais -, as companhias estão aproveitando a mudança de patamar do consumo dessas áreas em franco crescimento. Outra característica importante desse movimento é a atuação da cadeia produtiva do setor: inclusive as empresas da ponta fornecedora estão sendo atraídas pelos benefício dessas regiões.

Há cerca de dez anos, o setor já tinha experimentado uma forte migração para o Nordeste, mas muitas empresas se voltaram para o Sul diante das dificuldades com infraestrutura e logística. O cenário, agora, é diferente. "Neste ano há um movimento claro de expansão para outras regiões de empresas de tecelagem, fiação e as integradas. O alto poder do mercado consumidor nordestino atraiu as confecções e, agora, surgiu uma demanda pelo começo da cadeia produtiva", afirmou a analista para o setor, Herida Cristina Tavares, da consultoria Lafis. "Essa nova onda de migração é mais consolidada. A tendência é que em alguns anos o setor têxtil não fique mais tão concentrado nas regiões tradicionais", completou a especialista.

A fabricante de etiquetas Haco - com sede em Santa Catarina - foi uma das companhias que seguiu esse caminho. Em 2000, a empresa pisou pela primeira vez no Nordeste. No seu caso, o negócio deu certo e, em 2008, a empresa realizou uma expansão na unidade em Eusébio, no Ceará. Isso fez com que até 30% de sua capacidade produtiva total - que hoje soma 4 bilhões de etiquetas por ano - viesse dessa região do país.

A empresa tem ao todo cinco unidades: além da do Ceará, são três em Santa Catarina e uma em Portugal, e opera ainda em Hong Kong, por meio de subcontratados. "Mas nossa fábrica mais moderna é a do Nordeste", conta o presidente da Haco, Alexander Stefan Dattelkremer. Nos seus planos estratégicos está a meta de dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Em 2010, o faturamento da Haco somou US$ 100 milhões, de acordo com estimativas de mercado.

Segundo o executivo, grande parte desse crescimento acontecerá no Ceará, onde há um potencial de crescimento maior do que o das outras regiões. "Esse será nosso alavancador de expansão. Com certeza boa parte da produção têxtil brasileira será transferida para o Nordeste ", explica Dattelkremer. Na opinião dele, são os incentivos fiscais por parte das prefeituras, o grande mercado consumidor e a mão de obra abundante os principais atrativos.

A região Centro-Oeste também tem surgido como uma opção às empresas têxteis. Há dois anos, a Cativa Têxtil, confecção integrada de Santa Catarina, alugou um galpão em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, motivada pela falta de costureiras em sua terra natal. Agora, está construindo sua própria unidade na mesma região. "Nossa projeção é triplicar o faturamento até 2013 e ter até 450 colaboradores naquela unidade", afirma Valci Márcia Sprung Kreutzfeld, vice-presidente da Cativa.

Outro exemplo importante é a Vicunha Têxtil, que no início do ano passado, assinou com o governo do Mato Grosso um acordo para a instalação de uma fábrica de fiação, tinturaria e acabamento em Cuiabá, no valor estimado de R$ 350 milhões.

"Tudo vem atrás do desenvolvimento das empresas de bens de consumo nessas regiões. O viés que se destaca é que é um modelo mais avançado frente ao que já vimos. O foco é o potencial de consumo local", explica o presidente do IEMI, Marcelo Villin Prado.


Veículo: Valor Econômico

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