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31/08/2011 12:17 - Itambé vai investir em MG para crescer em leite longa vida
A maior fábrica de leite em pó da mineira Itambé vai ganhar até janeiro uma nova atividade. O conselho da empresa aprovou na semana passada a construção de uma linha de processamento de leite UHT na planta de Uberlândia com capacidade de produzir até 300 mil litros por dia.
A ampliação faz parte de um movimento que se acentuou nos últimos dois anos no Estado que é o maior produtor de leite do país. Nesse período, mais de R$ 1 bilhão foram investidos no incremento do parque industrial mineiro, segundo estima o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg).
O objetivo da Itambé, segundo o presidente da cooperativa, Jacques Gontijo, é atender principalmente aos mercados de Brasília, Goiás e São Paulo. A Itambé - que já investe R$ 30 milhões na construção de um centro de Distribuição em Pará de Minas, para aumentar o espaço da fábrica no município ainda não definiu qual será o aporte necessário para a remodelagem da planta de Uberlândia, disse Gontijo.
Assim como a companhia, os demais laticínios do Estado reforçam sua capacidade de processamento para aproveitar o aquecimento da demanda doméstica. Nestlé, Laticínios Porto Alegre, Cemil, Laticínios Jussara e Embaré são alguns dos fabricantes instalados em Minas que fizeram as maiores injeções de recursos na ampliação ou construção de novas unidades em Minas nos últimos dois anos.
Um balanço prévio do sindicato mostra que somente 16 empresas investiram no período R$ 356 milhões. O Silemg tem 160 laticínios afiliados. "O crescimento da renda no país cria um cenário muito promissor", diz o presidente do sindicato, diz Alessandro Rios. "Nos últimos dois anos tem havido grandes investimentos, em parte como reflexo do aumento do poder de compra, e consequentemente do consumo de leite e derivados."
O mercado interno cresce de maneira sustentada a taxas de 4% a 5% ao ano - ritmo seguido de perto pela produção. Mas o problema até poucos anos para empresas de Minas era que muitas delas estavam estranguladas.
Muitas não tinham mais quase nenhuma capacidade ociosa e, assim, assistiram a uma transferência significativa de leite in natura para os laticínios paulistas cuja capacidade de processamento compensava a limitação dos concorrentes mineiros. Atualmente os mineiros industrializam 70% do leite produzido aqui.
A decisão de investir para recuperar a desvantagem coincidiu com um marco para o setor, que em 2008 tornou-se pela primeira vez auto-suficiente na produção de leite, de acordo com Rios. Isso abriu a perspectiva, afirma ele, para que no médio prazo o Brasil passasse a ser um exportador mais consistente.
Não que seja o momento de falar de exportações. Aliás, o contrário. Com um câmbio muito favorável às compras no exterior, a entrada de leite da Argentina e também do Uruguai disparou e até o meio do ano já tinha totalizado 1 milhão de litros. O déficit deve atingir os US$ 500 milhões.
Mas talvez mais do que a auto-suficiência, a onda de investimentos também coincidiu com a decisão do governo de Minas de entrar na guerra fiscal, principalmente contra os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
"Somos muito prejudicados principalmente por São Paulo e ficamos praticamente impedidos de vender para o Estado", reclama Gontijo, da Itambé, sintetizando uma crítica repetida diariamente por indústrias e produtores mineiros do setor de laticínios. A medida do governo trouxe certo alívio ao setor que há anos se queixa de alíquotas de ICMS mais altas cobradas por São Paulo e Rio, principalmente, sobre o leite e derivados vindos de fora de seus territórios.
O setor em Minas Gerais se sente particularmente afetado. O Estado é maior produtor de leite do país, respondendo por 27% dos mais de 30 bilhões de litros produzidos nacionalmente.
"Há cerca de dois anos, passamos a adotar uma política para proteger os produtores e as indústrias de laticínios de Minas que são prejudicadas pela guerra fiscal", diz o secretário adjunto da Fazenda de Minas, Pedro Meneguetti. A política consiste em dar um desconto no ICMS aos produtores e aos laticínios mineiros de modo a compensar a penalização que eles teriam quando vendem para outros Estados. "Demos condições para que o leite e os derivados mineiro cheguem nas mesmas condições ao consumidor que os produzidos e industrializados em outros Estados", afirma.
Meneguetti não diz quanto Minas deixou de arrecadar nesse período por conta do benefício. "Se o Estado não desse esse benefício não teríamos emprego, indústria, produtor rural" argumenta o secretário adjunto.
Pressionados pelos produtores e também pelos laticínios, o governo de Antonio Anastasia tenta convencer o governo de Geraldo Alckmin - ambos do PSDB - a adotarem uma alíquota interestadual comum.
"Apesar dessa situação que nos prejudica, estamos investindo, estamos fazendo a nossa parte para que esses investimentos gerem emprego e renda", afirma Alessandro Rios.
Em busca de redução de custos e "eficiência fiscal", a JBS S.A anunciou ontem a suspensão integral, a partir de 1 º de setembro, das operações em três unidades e a suspensão parcial em outras três, de um total de 35 plantas de bovinos que a empresa tem no país.
Veículo: Valor Econômico

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