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10/05/2011 11:43 - Hypermarcas perde R$ 1,3 bi após decepção com balanço
A Hypermarcas sofreu ontem um abalo de R$ 1,3 bilhão em seu valor de mercado, após a queda de 10,56% de suas ações por conta da decepção com os resultados do primeiro trimestre. A perda foi a maior desde 15 de outubro de 2008, auge da crise financeira internacional. A companhia vale agora R$ 11,3 bilhões.
O balanço da empresa desapontou os investidores desde a primeira linha. A receita líquida foi de R$ 845,2 milhões, 21% abaixo do consenso de mercado, segundo relatório do JP Morgan.
O valor ficou quase R$ 100 milhões abaixo do quarto trimestre, apesar de representar um incremento de 30,5% em relação ao mesmo período do ano passado, em função das aquisições. Excluídas a expansão do portfólio pelas compras, o desempenho das mesmas marcas aponta queda de 3,4% da receita na comparação anual.
O sinal negativo das vendas acendeu a luz amarela, já que até ontem a companhia projetava crescimento de vendas mesmas marcas de 15% para 2011. Essa meta foi abandonada, assim como a projeção de margem entre 24% e 25% para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). A empresa vai pilotar crescimento e margem para atingir um Ebitda de R$ 1 bilhão, 15% maior que o de 2010.
"Já esperávamos essa reação exagerada do mercado. A análise é muito focada na métrica de crescimento orgânico", disse ao Valor Cláudio Bergamo, presidente da Hypermarcas. "À medida que entregarmos resultado, isso vai virar passado." Segundo ele, há dois meses a preocupação eram as sinergias da compra da Mantecorp. "Agora que entregamos 70% delas ninguém fala mais disso."
A Hypermarcas está entre as "queridinhas" do mercado quando o assunto é consumo. Isso ajuda a entender a força da perda de ontem, a maior do Índice Bovespa. Novata, estreou na bolsa em abril de 2008. Desde então, realizou diversas aquisições. "Praticamente, a empresa não teve trimestre que fosse comparável, por conta das aquisições", lembra Iago Whately, analista da Fator Corretora.
A intensidade na queda das ações foi reforçada por não ser o primeiro alerta negativo da companhia. Já no balanço no quarto trimestre os números desagradaram.
Como consequência das vendas fracas, todos os demais números do balanço desapontaram em termos absolutos. O Ebitda somou R$ 215 milhões, com alta de 27% frente igual intervalo de 2010. O lucro líquido do primeiro trimestre foi de R$ 32,9 milhões, 40,3% menor na comparação anual. O desempenho do Ebitda frustrou as projeções da analista Andrea Teixeira, do JP Morgan, em 11% e o lucro, em 62%.
Whately, da Fator, afirmou que os números decepcionaram na linha da receita, mas surpreenderam positivamente nas margens.
A Hypermarcas atribuiu o desempenho mais fraco a uma mudança de sua política comercial e ao carnaval tardio, que adiou encomendas. A empresa elevou preço - entre 6% e 8% - e reduziu prazo fornecido a distribuidores e atacadistas, de 90 para 60 dias, o que reduziu as vendas.
Contudo, segundo Bergamo, tal fato não deve ser encarado como termômetro da demanda. Os intermediários fizeram os pedidos que costumam fazer no fim de março, antes do reajuste de preço que entraria em vigor em 1º de abril. Mas a Hypermarcas não aceitou as encomendas.
Preferiu esperar a queda dos estoques para aí sim voltar negociar, em condições de impor o preço maior e o prazo menor, apostando na força das marcas.
O analista David Belaunde, do Barclays Capital, levanta uma outra possibilidade - não confirmada pela companhia - para o desempenho fraco do primeiro trimestre. Segundo ele, as companhias adquiridas pela Hypermarcas podem, elas mesmas, terem superestocado o varejo com seus produtos antes do negócio, a fim de mostrem bons números para serem vendidas. E agora o ajuste ficou para a Hypermarcas digerir.
Depois de ser seguidamente questionado por analistas durante teleconferência, Bergamo disse que às vezes é preciso ter coragem para tomar medidas como essa, que sacrificam o resultado no curto prazo, mas que tornam a empresa mais sólida.
A companhia encerrou março com caixa de R$ 1,8 bilhão, contra R$ 2,4 bilhões do fim do ano. A disponibilidade menor, em conjunto com juros maiores, pesaram na decisão de cortar prazo.
Veículo: Valor Econômico

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