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10/02/2011 11:19 - Hypermarcas golpeia concorrentes e avança

Pesado apoio do BNDES e incorporação de ações com ágio são as principais armas do grupo

 

Por que a Hypermarcas incomoda tanto? Entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010 a companhia fez importantes aquisições no setor farmacêutico que já respondem por cerca de 50% da receita do grupo, conhecido por ser uma máquina de compras que passa como um trator por cima de seus principais concorrentes para concluir seus negócios. A empresa é a vice-líder em genéricos no país e não esconde seus planos de se tornar líder no segmento farmacêutico.

 

Sua última tacada, a compra da Mantecorp, por R$ 2,5 bilhões, em dezembro, dos quais R$ 600 milhões em dinheiro e R$ 1,9 bilhão em ações, surpreendeu o mercado. O laboratório Aché, que já era apontado como o comprador da farmacêutica, foi atropelado pela Hypermarcas, que fechou o negócio aos 47 minutos do segundo tempo. Igual golpe tomou a Pfizer no último trimestre de 2009, quando a múlti americana estava nos últimos detalhes para levar a Neo Química, de Goiás. A Hypermarcas passou como um tufão e fechou a compra do laboratório nacional, considerado estratégico para o avanço do grupo nesse setor.

 

Como um trator, a entrada da Hypermarcas no setor ajudou a inflacionar os ativos farmacêuticos no país. A referência de aquisição por um ativo no exterior gira em torno de 12 a 14 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização na sigla em inglês) de uma companhia. A última aquisição do grupo, a Mantecorp, empurrou para 20 a 22 vezes o Ebtida. "A incorporação por ágio permite oferecer um valor maior pelo ativo", afirmou uma fonte. O fato é que as indústrias nacionais se tornaram caras, mas mesmo assim atraentes (ver reportagem abaixo). "Tudo é uma questão de dinheiro. A Hypermarcas levou porque ofereceu mais", disse.

 

Antes de adquirir a Neo Química por R$ 1,3 bilhão - metade em ações e outra parte em dinheiro -, a empresa controlava a DM e Farmasa, laboratórios de médio porte que permitiram ao grupo avançar no segmento de OTC (medicamento isento de prescrição médica). A Mantecorp projetou o grupo em remédios com prescrição médica.

 

Muitos questionam o modus operandi da companhia para fechar seus negócios. Mas o fato é que o grupo tem recebido forte apoio financeiro do BNDES nessas transações. Em outubro, a companhia emitiu cerca de R$ 1,1 bilhão em debêntures simples - a operação tem a garantia de compra total pelo BNDESPar, braço de participações do BNDES. O governo considera a Hypermarcas como consolidadora desse setor. E esse apoio do governo visa conter o avanço de múltis nesse segmento, considerado estratégico.

 

Também conta a favor a Hypermarcas estar listada na bolsa - o que permite maior acesso a capital e usar suas ações como moeda de troca. As ações do grupo registram queda de 18,9% em 12 meses, mas alta de 117,4% desde que foi à bolsa, em abril de 2008. Além disso, há o benefício do ágio das incorporações, o que a torna mais rápida e com maior poder de fogo. O ágio é a diferença entre o valor contábil de incorporação de uma companhia e o montante efetivamente desembolsado na aquisição. Por lei, se uma empresa paga por outra um montante superior a seu valor contábil, pode amortizar essa diferença no prazo de cinco a dez anos. Ao fazer isso, a empresa reduz seu lucro tributável, que é a base de contribuição do imposto, e acaba pagando menos ao Fisco.

 

"É uma operação legal usada por várias companhias", disse uma fonte do mercado financeiro, lembrando que esse mecanismo foi criado na época das grandes privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. "Nos últimos três anos, havia uma ameaça de que esse mecanismo seria extinto, o que provocou uma corrida dos grupos em fechar seus negócios antes da virada do ano."

 

Em entrevista ao Valor, Claudio Bergamo, principal executivo da Hypermarcas, afirmou que a companhia é uma "obstinada em entregar tudo o que promete, desde abril de 2008", quando foi à bolsa. "O nosso plano estratégico sempre foi transparente. Somos consolidadores." Ele acrescentou que o setor está se consolidando e que poucos grupos sobreviverão. "Temos uma estrutura de capital flexível, com ações que podemos usar como moeda de troca."

 

Bergamo garantiu que nenhuma aquisição foi feita por acaso. "Estudamos esse setor a fundo e tínhamos todas as referências das companhias que adquirimos muito tempo antes de fecharmos os negócios."

 

O próximo desafio do grupo - o que também espera o governo - é avançar em pesquisa e desenvolvimento (P&D), investimento pouco comum entre as farmacêuticas nacionais. Hoje, de 1% a 1,5% do faturamento da companhia é voltado para inovação. A meta da companhia é aumentar esse percentual. Mas o caminho não deverá seguir o desenvolvimento de novas moléculas, como fazem as gigantes globais - cujos gastos em P&D ficam entre 10% e 20% da receita anual dessas empresas.

 

O grupo não prevê, por enquanto, expansão no exterior. "Entendemos que há oportunidades para crescermos aqui", disse Bergamo. Neste semestre, a companhia deverá consolidar as recentes aquisições antes de partir para nova empreitada. Mas pelo sim, pelo não, continua olhando oportunidades no mercado.

 

Veículo: Valor Econômico

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