A Região Serrana do Rio é responsável por 40% da produção de legumes e verduras que abastecem a capital. São 17 mil produtores que geram renda no valor total de R$ 850 milhões por ano, segundo o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo. Grande parte desta produção está perdida porque foi destruída pelas chuvas ou porque não consegue ser escoada já que as estradas estão bloqueadas.

Segundo o secretário, ainda não foi possível calcular o volume de produção perdido, no entanto, ele o chama de considerável e diz que o pior dos problemas é que boa parte do solo foi arrastada pela enxurrada, o que deixará parte das áreas plantadas inférteis. "Primeiro estamos tentando desobstruir as estradas. Há caminhões cheios. Como é um produto muito perecível, não dura mais de dois dias", explica o secretário, contando que há pedras da mais de 20 toneladas no meio das estradas.

Áureo explica que não pode fazer uma previsão por estimativa do que foi perdido porque é necessário seguir uma metodologia já que as perdas envolvem contratos de seguros. "Em mais ou menos três dias teremos as estatísticas oficiais anunciadas", promete.

Mas o que mais impressionou o secretário foi como a área plantada foi carregada pela enxurrada. Segundo ele, há locais em que mais de um metro de terra foi levada pela chuva, o que vai impedir que a plantação seja refeita. "O problema é que o solo fértil tem de 80 centímetros a um metro, quando é arrastado, fica inviável replantar", conta o secretário. Na Central da Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa-RJ), o número de caminhões que descarregou mercadorias ontem nos pavilhões do centro de atacado de Irajá, na zona norte da capital, caiu a menos da metade do normal. Os preços triplicaram. A caixa do alface, antes vendida a R$ 10, chegou a R$ 30.

Veículo: Valor Econômico