Geral
03/11/2010 10:39 - Importação de trigo deve crescer
Qualidade da produção nacional está aquém das exigências das indústrias
Qualidade abaixo da expectativa dos moinhos travou o mercado, e o governo deverá intervirO Brasil deverá importar nesta safra, que vai até setembro do ano que vem, o maior volume de trigo desde o ciclo 2006/07. Ainda que o governo até agora trabalhe com uma estimativa de 5,3 milhões de toneladas, o mercado já considera que o volume ficará entre 6 milhões e 6,5 milhões de toneladas.
Segundo especialistas, a tendência reflete as características relativamente desfavoráveis de parte da produção brasileira deste ano para uso em panificação, que representa cerca de 60% da demanda nacional por farinha de trigo. Esta desvantagem acontece em uma temporada de elevado volume exportável do cereal de boa qualidade em vizinhos do Mercosul - cerca de 6,7 milhões de toneladas, ante 3,75 milhões na safra passada.
O Brasil deverá produzir 5,4 milhões de toneladas em 2010/11, terceira melhor marca desde a safra 2004/05, segundo estatísticas da Conab. Em 2006/07, quando as importações somaram 7,1 milhões de toneladas, a produção interna quebrou e foram colhidas ínfimas 2,2 milhões de toneladas. O problema, explica Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, é que a safra atual está com baixa "força do glúten" (medida de energia), características essencial para fabricação da farinha de panificação.
Daí as atenções voltadas aos vizinhos de Mercosul. A produção paraguaia está sendo colhida ao mesmo tempo que a brasileira, e as colheitas argentina e uruguaia deverão começar a entrar no mercado no fim deste mês de novembro. A expectativa de uma larga produção no Mercosul está travando negócios com o cereal brasileiro, na medida que os vizinhos historicamente têm níveis de força do glúten superiores aos do Brasil.
"No Paraná, esse indicador está, na média, acima de 200 joules. Em condição de escassez, a indústria nacional compra e corrige com produtos químicos. Mas a concorrência com o Mercosul está pesando", afirma Flávio Turra, diretor da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Pih acredita que o Brasil deverá importar um volume recorde de trigo do Paraguai. "Serão mais de 700 mil toneladas", diz. Assim como a paraguaia, a safra do Uruguai também oferecerá bom excedente exportável ao Brasil. A previsão da Safras & Mercado é de colheita de 1,2 milhão de toneladas no país, com saldo exportável de 800 mil.
Na Argentina, a safra está estimada em 12 milhões de toneladas, 60% maior que a anterior. "O Mercosul contribuirá para pressionar as cotações no mercado brasileiro de trigo. A intensidade dessa pressão dependerá das duas outras variáveis: preços internacionais e câmbio", diz Élcio Bento, analista da Safras & Mercado.
Com o mercado interno travado, o governo provavelmente terá que interferir novamente ara escoar a produção brasileira, assim como ocorreu na temporada passada - chuvas na colheita reduziram drasticamente a qualidade do cereal, que teve de ser exportado, com subsídios, para uso em ração.
Volumes e valores ainda não foram definidos para esta temporada, afirma Silvio Farnese, assessor de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. "Mas já trabalhamos com esse cenário. Os primeiros leilões de trigo são esperados para a segunda semana de novembro", diz ele.
Em algumas regiões do Estado do Paraná, informa, os preços de mercado já estão abaixo do mínimo definido pelo governo. O encaminhamento do ministério reflete pedidos apresentados por representantes dos produtores de Paraná e Rio Grande do Sul. Os paranaenses solicitaram apoio à comercialização de 2 milhões de toneladas, o equivalente a 62% da colheita do Estado, que está 90% concluída e deverá somar cerca de 3,2 milhões de toneladas. Os produtores do Rio Grande do Sul pediram subsídio para 1 milhão de toneladas, 50% da produção esperada.
No ano passado, o governo ofertou subsídio para 4,8 milhões de toneladas e a demanda foi para 3,3 milhões de toneladas. "Mas não teremos nesta safra o mesmo volume da passada. Acreditamos que o mercado vá reagir", diz Farnese.
Veículo: Valor Econômico

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