Geral
03/09/2010 10:00 - Fundo de investidores brasileiros compra Burger King por US$ 4 bi
O 3G Capital Management, comandado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, assume o controle da segunda maior rede de sanduíches do mundo, e principal concorrente do McDonald's, com faturamento de US$ 2,5 bilhões
Foi anunciado ontem um acordo para a venda da rede de lanchonetes americana Burger King por US$ 4 bilhões para o fundo 3G Capital Management, controlado pelos investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Trata-se da segunda maior cadeia de fast-food dos Estados Unidos e principal concorrente do Mc Donald"s com mais de 12 mil lojas e US$ 2,5 bilhões em faturamento.
Segundo executivos próximos, o novo presidente da empresa já está escolhido: será Bernardo Hees, ex-presidente da ALL, empresa líder em logística ferroviária no País. O executivo antecipou sua saída da ALL, que estava prevista para o início de 2011, para a última terça-feira.
O pagamento pela rede de restaurantes envolverá dinheiro e assunção de dívida. Segundo o acordo, o 3G Capital pagará US$ 24 por ação em uma operação que deve ser concluída até o fim do ano. Trata-se de um prêmio de 46% ao valor do papel antes dos rumores sobre o fechamento do negócio.
"Considero esse um preço muito bom", diz o analista Tom Forte, da consultoria Telsey Advisory Goup. "O valor reflete o esforço recente da empresa com inovação em seus produtos e redução de preços para enfrentar a crise."
Em comunicado, o Burger King informou que o 3G Capital conseguirá financiamento para pagar a aquisição com os bancos JP Morgan Chase e Barclays Capital. Um grupo de fundos que possui 31% da empresa já concordou em vender sua parte e o 3G vai dar início a uma oferta pelas demais ações do Burger King, que tem capital aberto nos Estados Unidos, antes do dia 17 de setembro.
A empresa disse, ainda, que poderá solicitar ofertas melhores até meados de outubro. Os analistas, porém, não acreditam que esse será o caso. "É um dever fiduciário da empresa. Mas eu não consigo imaginar uma proposta mais alta que essa do 3G", diz Forte.
No fim da tarde de ontem, as ações do Burger King fecharam em US$ 23,59, uma alta de 25,08%. Na última terça-feira, um dia antes de o jornal Wall Street Journal afirmar que a empresa estava à venda, seus papéis fecharam cotados a US$ 16,45.
À frente da cadeia de lanchonetes, a intenção dos brasileiros da 3G é expandi-la para na América do Sul. O Burger King chegou ao Brasil em 2004 e atualmente tem 93 lojas espalhadas por 15 Estados. O País já tem sido uma das prioridades da rede nos últimos anos.
Bastidores. Os investidores do 3G Capital analisam a compra do Burger King há três anos, mas desistiram das negociações com a crise financeira global. Segundo o Estado apurou, as conversas foram retomadas há seis meses. A intenção do trio Telles, Sicupira e Lemann é repetir nos Estados Unidos sua trajetória no Brasil com a compra de empresas de varejo - a exemplo das Lojas Americanas - e de bens de consumo - como a cervejaria Ambev, que acabou se juntando à belga Interbrew e à americana Anheuser-Busch. Com esse objetivo em mente, o 3G chegou a se aproximar da fabricante de alimentos Pepsico e d a varejista online Amazon, mas as conversas não avançaram.
Depois de um período de transição, o atual presidente do Burger King, John Chidsey, assumirá a posição de copresidente do conselho de administração da empresa. O outro copresidente do conselho será o brasileiro Alexandre Behring, sócio do 3G Capital. Velho conhecido do trio Telles, Sicupira e Lemann, Behring foi executivo do fundo de participações GP e presidente da ALL, empresa que já foi controlada pelo GP. Bernardo Hees, executivo escolhido para ser o presidente do Burger King, estava na presidência da ALL desde 2005. Ele havia assumido o cargo com apenas 35 anos.
Resultados fracos. O Burger King vem enfrentando dificuldades nos últimos anos, tanto por conta da crise como pela concorrência com o McDonald''s. A clientela tradicional da rede, jovem e masculina, foi a mais exposta à recessão e ao desemprego nos EUA. No ano fiscal encerrado em junho, a rede teve lucro de US$ 186,8 milhões, 7% inferior ao do ano fiscal anterior. Já a receita apresentou queda de 1%.
Veículo: O Estado de S.Paulo

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