A Sony elevou sua previsão de lucro anual ontem, depois de registrar desempenho acima das expectativas em seu primeiro trimestre fiscal, impulsionada pelas vendas de TVs de tela fina e aparelhos de videogame PlayStation.

A mais famosa das fabricantes japonesas de produtos eletrônicos está em meio a uma grande reestruturação e vem de seu segundo ano consecutivo de prejuízo, no exercício encerrado em março.

No primeiro trimestre fiscal, de abril a junho, a companhia registrou lucro líquido de 25,7 bilhões de ienes (US$ 296 milhões), em comparação ao prejuízo de 37,1 bilhões de ienes verificado no mesmo período de 2009.

As fabricantes de TV apresentam fortes vendas e muitas fábricas de monitores de cristal líquido estão perto de sua capacidade máxima de produção. A Sony almeja vender 25 milhões de TVs neste ano fiscal. No ano anterior, a meta era de 15 milhões de unidades.

O presidente do conselho de administração da Sony, Howard Stringer, acredita que o acréscimo de funções 3D - uma tecnologia que a Sony anunciou pesadamente durante a Copa do Mundo, da qual foi uma das patrocinadoras - desencadeará uma nova onda de compras.

A companhia elevou sua previsão de lucro líquido anual em 20%, para 60 bilhões de ienes (US$ 690 milhões).

A recuperação da Sony contrasta com o trimestre apático da Nintendo, rival no mercado de consoles de videogame, cujo fenômeno de vendas Wii ajudou-a a superar a Sony em receita e lucros nos últimos anos. A procura pelo Wii, há quatro anos no mercado, e o aparelho portátil DS, também da Nintendo, perdeu força, o que levou a empresa ao seu menor lucro trimestral desde o lançamento do Wii, em 2006.

No geral, contudo, as fabricantes japonesas de eletrônicos exibiram bom desempenho no trimestre, com a Panasonic e a Sharp também divulgando ontem recuperação no lucro trimestral.

Analistas alertam para riscos à frente, especialmente por causa força persistente do iene e das perspectivas nebulosas para os gastos dos consumidores em alguns mercados fora do Japão.

As medidas de austeridade de governos na Europa poderiam prejudicar a demanda na região, onde a Sony obteve mais de 25% de suas vendas no ano fiscal anterior.

O lucro operacional da Sony somou 67 bilhões de ienes (US$ 771 milhões) no trimestre, superando a previsão média dos analistas consultados pela "Reuters", de 13 bilhões de ienes.

As vendas do PlayStation 3, da Sony, atualizado para rodar jogos em 3D nas TVs mais recentes da empresa, mais do que dobraram, para 2,4 milhões de unidades. A Sony também se beneficiou de um programa agressivo de corte de custos. Stringer fechou fábricas e cortou milhares de postos de trabalho.

Veículo: Valor Econômico