Há 55 anos fabricando calçados femininos para o público adulto, a Picadilly está apostando no segmento infanto-juvenil e expandindo sua presença internacional.

A empresa gaúcha prevê uma produção diária de 3 mil pares de sapatos para crianças que calçam entre os números 25 e 32. "Havia uma demanda das próprias mães por sapatos confortáveis para suas filhas", disse Paulo Grings, diretor-presidente da Picadilly, cuja produção total é de 60 mil pares por dia.

A expectativa de Grings é de que as vendas dessa nova linha representem daqui dois anos 15% das vendas da companhia, que tem fábricas nas cidades de Igrejinha, Teutônia e Rolante, no Rio Grande do Sul. O faturamento da Picadilly no ano passado somou R$ 250 milhões e a expectativa para este ano é crescer 12%.

Outra novidade da Picadilly é a abertura de sua primeira loja nos Estados Unidos, mais especificamente em um shopping center em Miami. "Há dez anos sonhávamos em ter uma loja nos Estados Unidos. Será uma loja-conceito para divulgar nossa marca, que já é bastante conhecida entre os latinos", afirmou Grings.

Hoje, a fabricante gaúcha conta com 18 lojas na América do Sul e América Central em países como Argentina, Venezuela, Colômbia, entre outros.

No Brasil, a Picadilly não possui lojas próprias e pretende continuar vendendo seus calçados apenas em lojas multimarcas. "Não temos planos de abrir lojas no Brasil porque iríamos concorrer com o próprio varejo, que não enxerga com bons olhos esse tipo de iniciativa por parte dos fabricantes de calçados", explica Grings.

As exportações representam cerca de 30% do faturamento da Picadilly, que vende sapatos para 87 países. "Nos esforçamos para manter esse percentual para não perder presença no mercado internacional", disse o presidente da companhia.

Em relação ao comércio internacional, uma das principais queixas da Picadilly e do setor calçadista é a concorrência com os produtos chineses.

No ano passado, o Brasil importou mais de 30 milhões de pares, a maior parte da China. Nesse mesmo período, a produção nacional foi de 814 milhões de pares, segundo a Abicalçados, entidade do setor calçadista.
 

Veículo: Valor Econômico