Geral
09/06/2010 10:46 - Pfizer corta preço do Viagra pela metade para enfrentar genéricos
Patente do medicamento para disfunção erétil no País cai no dia 20 de junho, abrindo espaço para os concorrentes entrarem no mercado: fabricantes de genéricos afirmam que seus preços serão sempre 35% mais baixos que os do remédio da Pfizer
Na tentativa de driblar a concorrência dos medicamentos genéricos e similares contra a disfunção erétil, a Pfizer anunciou ontem uma redução de 50% no preço do Viagra. Cada comprimido, que custava em média R$ 30, será vendido por R$ 15 a partir de hoje. O laboratório chegou a divulgar ontem que o novo preço seria mais baixo que o da versão genérica. Mas a medida, na verdade, fará com que os valores dos novos medicamentos também sejam reduzidos.
A Agência Nacional de Saúde (ANS) determina que a versão genérica de qualquer um desses produtos seja pelo menos 35% mais barata que o medicamento de referência. "Isso não vai impedir que os genéricos sejam fabricados", diz Odnir Finotti, vice-presidente da Pró Genéricos. "Se esse for mesmo o preço praticado, vai haver um ajuste de todos os lados."
Com o Viagra mais barato, os primeiros genéricos devem chegar às farmácias até o fim do mês com um preço 67% inferior ao que é encontrado hoje. Finotti diz que ainda não conversou com os laboratórios brasileiros para saber se a margem de lucro será viável daqui em diante. "Se ficar clara a prática de uma concorrência desleal, vamos procurar a Justiça."
Fim da patente. A estratégia da Pfizer de vender o Viagra a preços mais baixos foi anunciada um mês depois da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que impôs o fim da patente do medicamento para o dia 20 de junho. A determinação judicial permite a produção de novas drogas para o tratamento de disfunção erétil, com base no mesmo princípio ativo das conhecidas pílulas azuis. O laboratório alega que a patente deveria vigorar até junho do ano que vem.
Toda a discussão está em torno da data em que o pedido de patente foi depositado. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) considera junho de 1990, quando o primeiro pedido foi feito na Inglaterra. Mas a empresa diz que esse processo não foi concluído e que vale o depósito feito em 1991 no escritório da União Europeia.
A Lei de Propriedade Industrial, de 1996, prevê que a patente de invenção vigore pelo prazo de 20 anos a partir da data de depósito. No caso das patentes pipeline (dispositivo que permitiu que patentes de outros países fossem reconhecidas no Brasil), como é o caso do Viagra, a data considerada é a do lugar onde foi feito o depósito. A Pfizer pode recorrer, mas ainda não decidiu se vai continuar brigando na Justiça pela prorrogação do prazo. A empresa aguarda ser notificada oficialmente da decisão, o que ainda não aconteceu.
Estratégia. "Com a antecipação do vencimento da patente, começamos a analisar formas de deixar o produto mais competitivo", diz Adilson Montaneira, diretor da Unidade de Negócios da Pfizer Brasil. A empresa pretende compensar a perda da margem de lucro com um incremento nas vendas.
Nos últimos 12 meses, o laboratório faturou R$ 180 milhões com o Viagra no País. Para perder menos receita, a empresa faz planos de triplicar as vendas em três anos. "Com o fim da patente, a tendência é que os produtos percam 70% do mercado. Estamos trabalhando para perder no máximo 40%", diz Montaneira.
Além de baixar o preço do Viagra, a Pfizer lançou também o comprimido unitário, como uma estratégia de expandir o alcance do medicamento. Até agora, as caixas vinham com duas, quatro ou oito pílulas. O medicamento só pode ser vendido sob prescrição médica, mas não é difícil conseguir o comprimido sem apresentar receita.
Desde a determinação do STJ, cinco laboratórios já entraram com pedidos de registro para medicamentos genéricos e similares ao Viagra. A EMS, maior fabricante nacional, foi a primeira a conseguir. A produção começa no dia seguinte ao fim da patente e os medicamentos devem chegar às farmácias uma semana depois. "Independentemente do preço, vamos estar sempre 35% abaixo do preço deles", diz o vice-presidente de mercado do laboratório, Waldir Eschberger Júnior. Segundo ele, o preço só será definido depois de analisadas as movimentações do setor.
Em 2009, a Pfizer vendeu 7 milhões de comprimidos no Brasil, seu terceiro maior mercado no mundo, atrás de Estados Unidos e Inglaterra. O laboratório calcula vender o produto para cerca de 1,5 milhão de brasileiros, de um universo de 25 milhões que apresentam algum tipo de disfunção erétil.
Laboratório faturou R$ 1,8 bi
A Pfizer já faturou R$ 1,8 bilhão com o Viagra desde que o medicamento foi lançado no Brasil, em 1998. A pílula contra disfunção erétil foi líder de vendas por cinco anos, até que a Eli Lilly surgiu com o Cialis. A Bayer desenvolveu o Levitra e a brasileira Cristália, o Helleva.
As vendas de Viagra representam 8% do faturamento da Pfizer no Brasil, que gira em torno de R$ 3,3 bilhões. O produto é o terceiro mais vendido pelo laboratório, atrás do Lipitor (contra colesterol alto) e do Enbrel (contra artrite reumatoide).
Hoje, 1,5 milhão de brasileiros usam Viagra, de um universo de 25 milhões que apresentam disfunção erétil. A pílula entrou no mercado após 13 anos de pesquisa. A substância era estudada inicialmente no combate de angina, um problema cardíaco.
Veículo: O Estado de S.Paulo

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