Segmento que já movimenta mais de R$ 1 bilhão ao ano no Brasil, os dermocosméticos configuram uma modalidade de produtos em franca expansão no mercado nacional. O crescimento registrado anualmente pelo setor está na casa dos 15%, índice impulsionado pela cultura estética amplamente disseminada no País. Desenvolvidos para aliar saúde à beleza, os itens compõem uma gama de cosméticos recomendados por dermatologistas para retardar os efeitos da idade e aumentar o bem-estar dos consumidores.

O Brasil é o 3º mercado mundial de cosméticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Diante do cenário favorável, a L'Oréal, por meio da Divisão Cosmética Ativa (DCA) da empresa, busca novas maneiras de estabelecer parcerias que estimulem o consumo dos produtos da categoria. O diretor-geral da DCA da companhia, Philippe Mottard, explica que o desenvolvimento da dermatologia no Brasil, em conjunto com a alta adesão de farmácias que focam nas estratégias de venda de perfumaria e beleza, tem contribuído para o incremento do setor.

"O Brasil tem cerca de 6 mil dermatologistas e o canal farma muito adiantado, em produtos com resultados comprovados", diz Mottard. Ele explica que apesar de o segmento de dermocostéticos não estar consolidado nacionalmente, a atual situação tem feito com que o segmento se desenvolva rapidamente, com possibilidade de encontrar novos parceiros para a promoção dos produtos.

O executivo acrescenta que a L'Oréal trabalha com expectativas ambiciosas. Nos próximos três anos, a companhia planeja duplicar o faturamento em cima dos dermocosméticos vendidos no País. Para atingir o objetivo, deve reforçar laços comerciais com médicos e redes farmacêuticas. Além disso, há previsão de que sejam idealizados cosméticos especificamente para o tipo de pele das brasileiras e o lançamento de duas novas marcas a serem integradas ao portfólio de dermocosméticos da companhia.

Parte do público-alvo desse mercado adquire os artigos por meio da venda direta, o famoso "de porta em porta", feita por consultoras de marcas de cosméticos. A estratégia adotada agora é justamente levar esse consumidor para dentro das farmácias, que cada vez mais têm investido em parcerias com as fabricantes. Através de merchandising e da formação de consultoras, contratadas especialmente para orientar compradores, os estabelecimentos estão trilhando caminho para ser referência na hora da compra de dermocosméticos.

A gaúcha Panvel está focando nesse nicho apostando no atendimento personalizado aos clientes. O superintendente da empresa, Julio Neto, conta que as farmácias, de maneira geral, estão ganhando espaço para a venda dos itens, em tendência considerada crescente. Somente no setor de perfumaria da rede, os dermocosméticos correspondem a 13% de participação no total de vendas, registrando crescimento de 27,11% em 2009, comparado ao rendimento do ano anterior.

Para Neto, a necessidade de orientação unida a um mix de produtos sofisticados é a combinação ideal para atrair o público e ampliar a presença dos cosméticos nas farmácias. "Esse mercado vai estar cada vez mais presente dentro das farmácias", ressaltou o superintendente da Panvel.

Veículo: Jornal do Comércio - RS