A liquidez do mercado de trigo continua restrita aos leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), os quais têm atraído novas empresas. De acordo com analistas do setor, como a negociação no mercado spot (à vista) segue bastante limitada, os preços indicados por agentes são apenas nominais.

Quanto ao abastecimento do mercado nacional, boa parte dos agentes acredita que a importação poderá superar 5,5 milhões de toneladas estimadas atualmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso ocorreria devido à baixa qualidade de parte significativa da safra nacional. Tendo em vista que, com a quebra de safra da Argentina, os Estados Unidos estão entre os países onde empresas do Brasil podem adquirir o cereal. Os norte-americanos também tiveram redução de safra, de acordo com previsões. No entanto, como seu consumo interno e exportações devem diminuir, é esperado que os estoques finalizem o ano-safra (2009/2010) em 26,6 milhões de toneladas, um recorde.

Já as exportações de trigo da Austrália para este ano estão projetadas em 15 milhões de toneladas, volume semelhante ao registrado em 2009, disse ontem Sam Tainsh, gerente-geral da GrainCorp Operations, durante a Cúpula do Comércio de Grãos, em Cingapura. Tainsh disse que a estimativa é otimista e baseia-se na produção de 22,5 milhões de toneladas de 2009, que também deve ser pouco alterada.

"Em 2010, a Austrália deve colher entre 23 milhões e 25 milhões de toneladas do cereal", segundo o executivo da GrainCorp Operations. De acordo com ele, o trigo australiano Prime Hard tem sido oferecido ao mercado a um preço pouco superior a US$ 260 por tonelada.

Veículo: DCI