O Grupo Pão de Açúcar vai estrear na região Norte com a abertura em janeiro de uma loja da rede de atacado Assai e um hipermercado da marca Extra em Palmas (TO). A maior varejista do Brasil também vai focar a sua expansão na região Nordeste, onde o Walmart assumiu a liderança com a aquisição do Bompreço em 2005. "A disputa no futuro será entre o Grupo Pão de Açúcar e o Walmart. Não tenho dúvidas disso", afirmou o vice-presidente de operações do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana.

O Walmart é atualmente a terceira maior varejista no mercado brasileiro, atrás da multinacional francesa Carrefour, que sempre foi a grande rival do Grupo Pão de Açúcar no país. Na segunda-feira, o Walmart anunciou que vai elevar em cerca de 40% o valor investido no país no ano que vem, quando prevê um orçamento entre R$ 2 bilhões e R$ 2,2 bilhões.

Para 2010, segundo Pestana, o Grupo Pão de Açúcar pretende abrir o capital de seu braço de internet e vender novas ações da Globex, a controladora do Ponto Frio, após receber autorização das autoridades antitruste para a integração dos negócios da Casas Bahia, segundo afirmou A oferta inicial de ações da nova pontocom, que vai reunir as operações de comércio eletrônico do Extra, Ponto Frio e Casas Bahia, deve ocorrer na segunda metade do ano que vem ou em 2011.

Com um valor de mercado de R$ 15,4 bilhões (US$ 8,6 bilhões), o Grupo Pão de Açúcar registra uma valorização de quase 100% nas suas ações neste ano. Na nova empresa de internet que será criada pela companhia, a Casas Bahia terá 17% de participação e o Pão de Açúcar ficará com os 77% restantes. No caso da nova empresa resultante da fusão das lojas do Ponto Frio e da Casas Bahia, a Casas Bahia ficará com uma participação maior, de 49%.

Em outubro, as vendas do varejo apresentaram a maior taxa de crescimento do ano, de 8,4% em relação a igual período de 2008, de acordo com o IBGE.

Pestana afirmou que as margens brutas de lucro devem continuar se estreitando em 2010 à medida que o Pão de Açúcar pretende expandir as operações de atacado e vai agregar os negócios de eletroeletrônicos recém-adquiridos. No terceiro trimestre, a margem bruta da varejista caiu de 27% em igual período de 2008 para 24,8%. " A tendência é que [a margem] caia um pouco mais", disse Pestana. A companhia vai encerrar 2009 com R$ 2,4 bilhões em caixa.
 

Veículo: Valor Econômico