Sustentabilidade
07/07/2015 12:43 - Termotécnica usa logística reversa e já recicla isopor
Empresa distribuiu máquinas compactadoras e buscou parceiros para o transporte de uma das poucas resinas que não era muito reaproveitada
São Paulo - A Termotécnica encontrou na chamada logística reversa e na pulverização dos pontos de coleta uma solução para o que sempre foi considerado o principal problema para a reciclagem de isopor: o transporte.
Conhecido como Polietireno Expansível (EPS) no setor químico, o isopor é um material cuja coleta atraía pouco interesse das cooperativas, por ser muito leve e ocupar muito espaço. Em 2007, quando a fabricante de EPS Termotécnica decidiu entrar no mercado de reciclagem, esse inconveniente foi um dos primeiros a chamar a atenção da equipe.
"Quando começamos a recuperar esse material, em empresas que não sabiam que destino dar às suas aparas de isopor, percebemos a grande dificuldade logística de se transportar o produto", conta o coordenador de sustentabilidade do grupo, Paulo Michels. Ele explica, no entanto, que o projeto se tornou uma empreitada pessoal do próprio presidente da empresa, Albano Schmidt, que não permitiu que fosse abandonado.
Tentando driblar o problema, a companhia passou a distribuir, em regime de comodato para suas parceiras, máquinas que pudessem compactar o isopor descartado. Para trazer todo material coletado nesses pontos, a empresa se utiliza de caminhões que voltam de seus destinos sem carga, no modelo de logística reversa. A equipe identificou caminhoneiros autônomos e transportadoras que atuam em regiões nos quais o grupo possui unidades e negocia com eles o retorno do isopor.
Hoje, a Termotécnica, cuja sede fica em Joinville, possui o equipamento necessário para a reciclagem do EPS em suas oito unidades de produção, espalhadas pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Pernambuco e em Manaus.
"Com esse processo, conseguimos viabilizar nosso negócio de reciclagem", explica Michels. Segundo ele, hoje a unidade de reaproveitamento de EPS da Termotécnica já se sustenta sem precisar acessar os recursos de outras áreas.
Em seus oito anos de operação, a divisão reciclou 40 mil toneladas de isopor. Para se ter uma ideia, de acordo com os dados mais recentes do setor, só em 2012 o Brasil reciclou 13,5 mil das 39.340 toneladas de EPS descartadas, mostra pesquisa encomendada pela Plastivida Instituto SocioAmbiental dos Plásticos à Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial. A perspectiva, segundo o coordenador da Termotécnica, é crescer 5% ao ano até 2020.
Coleta seletiva
"Estamos aumentando o número de cooperativas que trabalham conosco", afirma o executivo. "As grandes indústrias já estão todas mapeadas e de uma forma ou de outra trabalham para a reciclagem do material. O grande desafio agora está no varejo."
Para o empresário, a maior dificuldade nesse segmento está na conscientização das pessoas para a possibilidade de se reciclar o EPS. A maior parte das cidades brasileiras não possui um sistema organizado de coleta seletiva e boa parte da população sequer sabe que o isopor é um material 100% reciclável, diz Michels.
A principal aposta da empresa agora está na Política Nacional de Resíduos Sólidos, que cria metas para a eliminação dos lixões no País. A iniciativa, aprovada como lei em 2010, institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e cidadãos, no processo de reaproveitamento dos produtos descartados.
"Com a política, esse interesse da população deve crescer, mas nós precisamos estar preparados para receber o material", afirma o executivo. A companhia, que hoje trabalha em conjunto com 391 cooperativas de reciclagem, pretende expandir esse número, mas Michels destaca que ainda é difícil convencer as associações que a reciclagem do isopor é um negócio viável.
Como todo produto reciclado, o EPS passa por uma triagem quando chega às unidades da Termotécnica, onde é separado por cor e qualidade. O isopor branco, que tem um valor maior por ter mais possibilidade de aplicação, fica isolado do colorido ou do que foi contaminado com sujeira.
Depois disso, os cooperados fazem a remoção manual das etiquetas de identificação e o produto segue para um triturador. Após ser resfriado, o material vai para uma máquina compactadora, onde é transformado novamente em plástico. Por fim, o novo material passa por uma peneira e já pode ser comercializado.
Veículo: Jornal DCI
Veja mais >>>
31/07/2024 14:56 - Supermercados Super Nova recebe certificação verde pelo uso de sacolas oxibiodegradáveis25/06/2024 09:00 - Sustentabilidade: Darnel Embalagens já reciclou mais de 4 milhões de garrafas plásticas
24/06/2024 11:20 - Ahold Delhaize avança em projeto de agricultura regenerativa
13/06/2024 09:26 - Clientes do Assaí aumentam em 60% a reciclagem de resíduos pós-consumo
11/06/2024 09:02 - Albertsons e Walmart: adversários, mas parceiros para o meio ambiente
04/06/2024 10:19 - Parceria Tenda Atacado e CHEP salva mais de 1800 árvores
27/05/2024 09:35 - Grupo Savegnago recebe certificado de logística sustentável
22/03/2024 15:59 - Sustentabilidade ganha importância na decisão de compra dos consumidores
02/01/2024 10:24 - Redes britânicas se unem para reduzir pegada de carbono
27/11/2023 11:19 - Maioria das indústrias já adota ações para melhorar sustentabilidade
14/11/2023 15:45 - Brasileiro valoriza mais a sustentabilidade nas decisões de compra do que a média global
30/10/2023 12:03 - Programa da Danone foca em encontrar soluções sustentáveis
24/10/2023 17:07 - Inventário de emissões da Ypê recebe selo ouro do programa GHG Protocol
16/10/2023 16:00 - 3 maneiras de fazer o varejo ser mais verde
10/10/2023 16:02 - Estudo mostra que o uso de tanino reduz em 17% a emissão de gases de efeito estufa na pecuária