A empresa gaúcha Recilux, que atua há 6 anos na descontaminação e reciclagem de lâmpadas usadas, promove ações para conscientizar as pessoas sobre a destinação correta destes produtos após o seu uso. Classificados como resíduo Classe 1, as lâmpadas necessitam de descarte controlado, uma vez que, contêm em seus componentes elementos tóxicos e que são prejudiciais a saúde, a exemplo do mercúrio, que é um metal pesado e nocivo ao meio ambiente.

O diretor da Recilux, Eloar Dannebrock, explica que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são responsáveis por estruturar e implementar o sistema de logística reversa para produtos, como as lâmpadas, após o uso pelos consumidores.

Salienta que a Recilux quer despertar a atenção de todos para que devolvam as lâmpadas usadas, criando a chamada logística reversa. Diz que dos 250 milhões de lâmpadas comercializadas no País por ano,  apenas 15 milhões são recicladas, o que, segundo ele, é um índice muito baixo e isto deve mudar, porque o restante vai para lixões a céu aberto.

Destaca a Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e altera a Lei no 9.605, de 12 de  fevereiro de 1998, que agora em 2014 completou quatro anos, encerrando o prazo estipulado na legislação para que os municípios eliminem os lixões e que depositem o lixo em aterros sanitários.

Cita o artigo 33 da lei, que em seu texto, determina que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes e seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, são obrigados a estruturar e implementar logística reversa mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

Diz que estes seis itens recebem destaque, porque eles não dão lucros para quem os manipula. “É diferente do alumínio, do papel, do papelão, do plástico, do ferro, que dão retorno econômico. Ocorre que estes produtos listados na lei são classificados como contaminados.”

Explica que o transporte das lâmpadas descartadas tem que ser feito por empresas credenciadas para esta finalidade, como no caso da Recilux, que vai até os locais onde elas estão estocadas e as remove de acordo com as normas.

 “A Recilux coleta, com licença da Fepam, em todo Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O material é armazenado por curto período em nossa sede. De lá, ele é enviado para a unidade da Recilux em Santa Catarina, na BR 101, quilômetro 452, onde passa pelo processo de descontaminação e reciclagem.”

A unidade administrativa da Recilux no Rio Grande do Sul, localiza-se na rua Berto Cirio, 211, em Canoas.  Explica que no processo de reciclagem, o vidro é triturado e doado a uma empresa que produz embalagens para produtos não alimentícios. O alumínio restante também é enviado para reciclagem.

As partículas sólidas, como o pó de fósforo e sílica do vidro triturado ficam acondicionadas em filtros apropriados. O mercúrio é isolado e retido em estado sólido em filtro de carvão ativado. O vapor de mercúrio é capturado em um filtro que fica em um compartimento lacrado.

Cita também a convenção de Minamata, assinada por 92 países, incluindo o Brasil, em conferência no Japão em 2013. O documento estabelece medidas de controle e diminuição do uso do mercúrio em uma série de processos e produtos. Explica que este compromisso estabelece que o País deixe de usar o mercúrio até 2020.



Veículo: Jornal do Comércio - RS