Sustentabilidade
22/01/2014 11:51 - BRF está entre as 100 mais sustentáveis
Duas companhias brasileiras, Natura e BRF, estão entre as 100 mais sustentáveis do mundo segundo a Corporate Knights, empresa canadense de informações financeiras. O levantamento será divulgado hoje no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O Brasil perdeu posições no ranking. Natura, que tinha aparecido da lista do ano anterior em segundo lugar, ficou na 23ª posição agora. BRF estreia no 95º lugar, enquanto Cemig, Vale e Banco do Brasil deixaram o grupo.
A Corporate Knights busca reunir as companhias de melhor desempenho na área de sustentabilidade em seus respectivos setores em um índice, o Global 100. Entram no páreo empresas listadas em bolsas de todo o mundo com capitalização de mercado superior a US$ 2 bilhões. Desde sua criação, em fevereiro de 2005, até o ano passado, o Global 100 entregou retorno total de 91,01%, ou seja, 3,94% acima dos 87,06% do que é considerado seu referencial, o MSCI All Country World Index (ACWI), que abarca empresas de 23 mercados desenvolvidos e de 21 países emergentes.
O Global 100 também superou dois outros índices de sustentabilidade. O indicador da Corporate Knights bateu o Dow Jones Sustainability Index em 28,46% e o FTSE 4 Good Index em 37,94% desde fevereiro de 2005.
Determinar se uma companhia é sustentável ou não, assume a Corporate Knights, é uma tarefa desafiadora. Além de não haver uma definição universal para sustentabilidade corporativa, considera a empresa canadense no texto metodológico, as companhias abertas são extremamente complexas, com frequência abrangendo muitas geografias e setores.
No método usado, a intenção é desmembrar a sustentabilidade em vários componentes e se ater aos números. Para fazer parte do índice, as empresas são avaliadas a partir de 12 indicadores quantitativos, como a receita gerada por unidade de consumo de energia, a relação entre o salário do presidente da companhia e o de um trabalhador médio e o percentual de mulheres na gestão.
No topo do ranking deste ano aparece a australiana Westpac Banking Corporation, provedora de serviços financeiros com receita anual de US$ 38 bilhões e 36 mil empregados. Em seguida estão a Biogen Idec, empresa de tecnologia com sede nos Estados Unidos, e a Outotec Oyj, companhia finlandesa de bens de capital e tecnologia para mineração.
As empresas americanas são as mais presentes no índice, com 18 das 100 posições. O Canadá tem 13 companhias, seguido por Reino Unido e França, cada um com oito. Os mercados emergentes têm somente três representantes na lista. Além das duas companhias brasileiras, uma chinesa integra o Global 100.
Em termos de setores, o financeiro é o mais presente, com 22 posições. Os segmentos de consumo discricionário, ou seja, de itens considerados não essenciais, e de tecnologia da informação têm, cada um, 12 empresas.
Não há uma resposta precisa para a relação entre sustentabilidade e desempenho das companhias, diz Michael Yow, analista da Corporate Knights. "Isso exigiria uma pesquisa detalhada sobre as relações causais, com o isolamento de outros fatores potenciais de contribuição", afirma. Ele lembra que, na própria seleção para o índice, companhias que não desempenham bem tendem a não se classificar.
Seja como for, Yow considera que uma boa performance em questões sustentáveis é um indicativo da boa qualidade da gestão da companhia e da capacidade de dar o destino correto a problemas que as empresas enfrentam hoje, como a energia cada vez mais custosa. Entre as questões de sustentabilidade com as quais as empresas vão precisar lidar para ter bom desempenho financeiro, a Corporate Knights apontou ainda, no relatório de divulgação da pesquisa, a escassez de água e a crescente competição por capital humano.
Em outro levantamento global da empresa canadense, divulgado em dezembro, 14 companhias brasileiras foram consideradas líderes em seus setores ao revelar informações de seis dos pontos considerados chave na análise de sustentabilidade. BRF e Natura já figuravam no estudo, na companhia de Vale, Pão de Açúcar, Bradesco, Banco do Brasil, Embraer, EcoRodovias, Tim, Oi, Cemig, AES Tietê, Coelba e EDP.
Veículo: Valor Econômico
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