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05/06/2013 12:10 - Sustentabilidade é pautada por consumidor

As práticas mais percebidas pelo consumidor têm ditado o caminho dos investimentos das empresas em meio ambiente. Segundo especialistas ouvidos pelo Brasil Econômico, ações relacionadas à eficiência energética, como reúso de água, e reciclagem ainda se destacam. “O mercado dita para onde as empresas vão também no que diz respeito aos investimentos em sustentabilidade socioambiental”, destaca Carlos Eduardo Leal, professor da Faculdade de Engenharia da Uerj. Além de mais perceptíveis aos clientes, as práticas costumam ser mais adotadas pelas companhias por gerarem economia. “É atrativo para as empresas, pois elas têm retorno financeiro como reaproveitamento de algum subproduto, ou algo mais simples, como a economia na conta de água ou de luz”, completa Leal.

Apesar de terem o mesmo objetivo de preservar o meio ambiente, as práticas, entretanto, dependem da área de atuação e do tamanho das empresas. “As grandes empresas foram as primeiras a atuar. Mas hoje, todo o mercado empresarial se movimenta para preservar. A partir do momento que as grandes cobram de seus fornecedores uma certificação, as pequenas e médias também se movimentam”, defende Susana Feichas, coordenadora do MBA de Gestão Ambiental da FGV/RJ.

A PepsiCo, por exemplo, lança hoje seu programa de destinação correta dos resíduos pós-consumo. Recentemente, a companhia já havia criado o Reciclo PepsiCo, que busca construir uma rede de reciclagem de resíduos pós-consumo no mercado de atuação das empresas, principalmente embalagens de snacks e garrafas PET. Outra empresa engajada com práticas sócio-ambientais é a Coca- Cola, que possui ações para redução do consumo de água,produção de embalagens mais sustentáveis, além de incentivar a reciclagem, com programa como o Coletivo Reciclagem.

Já a Faber-Castell tem entre suas práticas sustentáveis a criação e manutenção de áreas de reflorestamento e reservas nativas, menos visível para o consumidor; programas para o reaproveitamento dos materiais utilizados na fábrica e em seus escritórios, além do programa de coleta de instrumentos de escrita para evitar o descarte desses materiais no meio ambiente.

“Nem todas as empresas conseguem perceber a importância do uso de matérias-primas certificadas e ainda falta cobrança deste aspecto por parte dos consumidores. Quando o cliente estiver mais consciente, as empresas vão se adaptar”, ressalta Leal.

As metas ambientais também começam a fazer parte do dia a dia das grandes companhias. A Ambev, por exemplo, acaba de lançar seus objetivos para 2017. Entre elas estão a redução do consumo interno de água para um índice de 3,2 litros para cada litro de bebida envasado; e redução da emissão de gases de efeito estufa e o consumo de energia em10%.

Para Susana, a consciência socioambiental, porém,deve ser cobrada também dos cidadãos e dos governos locais. “Ainda agimos pouco”, comenta. Os Correios, empresa pública federal, acabam de criar metas para uso de papel: 20%dele será reciclado. A empresa deseja ainda reduzir em20% a emissão de carbono, principal gás causador do efeito estufa.

A professora da FGV, ressalta, no entanto, que apesar da difusão das práticas, ainda faltam indicadores que efetivem as práticas ambientais.

Desperdício de alimentos é o mote do dia

Hoje, 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em todo o mundo para incentivar ações positivas para o meio ambiente. Este ano, o tema será Pensar, Comer, Conservar – Diga Não ao Desperdício, que visa diminuir a enorme quantidade de alimentos próprios para o consumo que é desperdiçada por consumidores e comerciantes.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, parceira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente na campanha, 1,3 bilhão de toneladas de comida são jogadas fora por ano, o que equivale a tudo que é produzido na África Subsaariana no mesmo período.

A Mongólia é o país-sede em 2013, pois está priorizando a transição para uma Economia Verde nos principais setores da sua economia, além de promover a conscientização ambiental dos seus jovens.



Veículo: Brasil Econômico

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