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17/05/2013 08:42 - Empresas fazem da prática sustentável um negócio lucrativo

Foco é a destinação correta de resíduos.

Nesta sexta-feira é comemorado o Dia Mundial da Reciclagem, reforçando a preocupação com a adoção de práticas mais sustentáveis que visam o reaproveitamento do lixo. A destinação mais ambientalmente correta dos resíduos sólidos motiva cada vez mais o surgimento de empresas, cuja atividade principal é fazer a coleta daqueles bens que não são necessariamente de responsabilidade das prefeituras, como móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. Uma vez recolhidos, parte deles pode ser reciclada para dar origem a outros bens de consumo.

Ainda jovens no mercado, os negócios dessas empresas passam por uma fase de maturação. Prova disso é a Ecoassist, que começou em São Paulo, em 2011, e inaugurou, há dois meses, uma filial na capital mineira. Ela vai atender a Belo Horizonte e demais cidades da Região Metropolitana, recolhendo lixo eletrônico, móveis e todos os tipos de eletrodomésticos.

Em média, a empresa coleta, em todo o país, de 150 a 200 toneladas mensalmente. Aproximadamente 10% da quantidade, ou seja, de 15 a 20 toneladas, correspondem a Minas Gerais, o terceiro maior mercado da empresa. Conforme o gerente geral, ber Souza, a expectativa é que o número atinja 40 toneladas até o fim deste exercício. Para que a projeção se concretize, a equipe local de funcionários deve dobrar, passando de 10 para 20 funcionários.

Souza acrescenta que a demanda maior é para os sofás, seguidos pelas geladeiras, máquinas de lavar e aparelhos de televisão. Embora não estime o faturamento, devido a questões estratégicas, a coleta de um sofá custa, em média, R$ 129. A empresa está presente, por meio do seu sistema de logística, em todo o território nacional. No entanto, já têm filiais nas quatro principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte. Ainda em 2013, a empresa planeja se instalar também em Curitiba, Distrito Federal e Recife.

O gerente geral da Ecoassist acredita que um avanço mais expressivo do segmento esteja relacionado a dois fatores principais: maior conscientização ambiental e profissionalização das empresas hoje no mercado. "Temos concorrentes que retiram dos produtos apenas aqueles componentes que geram receita, destinando o restante ao aterro sanitário, que não é a forma mais correta", ressalta.

Outra empresa que também pretende gerar receita por meio de objetos obsoletos é a Descarte Fácil, que atua em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Em média, a empresa estima recolher cerca de cinco toneladas mensais de lixo eletrônico e eletrodomésticos de menor porte, como liquidificadores. Os objetos coletados são vendidos a indústrias capazes de transformar aquele material em matéria-prima novamente.

No ano passado, a empresa registrou crescimento da ordem de 15%, na comparação com o ano anterior. Mesmo assim, a empresa afirma que, por enquanto, ainda não se trata de um negócio rentável, necessitando de ampliar a área de atuação. As atividades se restringem hoje à Grande BH, mas já há planos para atender às regiões Sul, Triângulo, Norte e Zona da Mata.

Óleo - Em Varginha, na região Sul do Estado, fica a Proluminas, que atua unicamente na área de rerrefino do óleo lubrificante utilizado. O trabalho dela consiste na coleta de óleo lubrificante usado, em locais como oficinas, concessionárias, supertrocas e postos de combustíveis. Após coletado, ele é direcionado às bases de coleta para armazenamento ou à matriz em Varginha, onde é feito o rerrefino. Após passar por processos físicos e químicos, ele se transforma em óleo básico.

Conforme a assessora administrativa da empresa, Carla Pascoate, os setores de coleta e rerrefino enfrentam um período de baixa rentabilidade. "No mercado de óleo básico, encontramos dificuldades devido à concorrência com os importados. Já o setor de coleta é prejudicado em função do óleo lubrificante usado, que passa a ser utilizado como combustível, processo ilegal por ser ambientalmente incorreto. Além disso, os custos com transporte e logística são cada vez maiores", argumenta.



Veículo: Diário do Comercio - MG

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