Foram recolhidas 1,754 mil toneladas de recipientes no primeiro semestre em Minas.


A maior conscientização dos produtores e o rigor da fiscalização em relação ao recolhimento das embalagens de agrotóxicos vazias têm proporcionado resultados positivos para Minas Gerais. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), no primeiro semestre de 2012 foram recolhidas no Estado 1,754 mil toneladas de embalagens, alta de 18% em relação ao volume descartado corretamente em igual período de 2011.

Segundo o coordenador regional de operações do Inpev em Minas Gerais, Jair Furlan Júnior, o índice de recolhimento do Sistema Campo Limpo no Estado continua acima do nível registrado na média nacional. Os dados mostram que, no mesmo período em que o índice cresceu 18% no Estado, a elevação observada no recolhimento do país foi de apenas 8%, com 19,5 mil toneladas de embalagens recolhidas.

"O crescimento se deve basicamente às ações conjuntas desenvolvidas pelas cooperativas de produtores e de revendedores de agrotóxicos e entidades ligadas ao setor. Juntos, realizamos palestras e eventos para ampliar a divulgação sobre a importância da destinação correta para as embalagens vazias de agrotóxicos", disse Furlan.

Em Minas, o levantamento do Instituto mostrou que somente no primeiro semestre foram retiradas do campo cerca de 1,754 mil toneladas de embalagens, frente às 1,488 mil toneladas recolhidas em igual período anterior.

O incremento registrado em Minas está atrelado à maior orientação dada aos produtores em relação à importância do descarte correto e à expansão do número de unidades apropriadas para recolherem as embalagens. De acordo com as informações do Inpev, estão instalados no Estado 53 postos e 11 centrais de recolhimento, totalizando 64 unidades onde os produtores podem entregar as embalagens. Até o final do ano, deverão ser inaugurados mais três postos de recebimento.

A previsão é de que em quatro anos sejam instalados mais dez postos de recolhimento em Minas Gerais. O investimento estimado gira em torno de R$ 500 mil, que será liberado pelas associações de revendedores de agrotóxicos. As unidades são implantadas nas principais regiões produtoras do Estado.


Parceria - O trabalho de conscientização no Estado é feito em parceria com a rede revendedora dos produtos, com cooperativas e associações ligadas ao agronegócio. Uma das participantes do projeto é a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé).

De acordo como o gerente de comunicação e marketing da Cooxupé, Jorge Florêncio Ribeiro Neto, somente no primeiro semestre, a cooperativa recebeu mais de 55 mil embalagens vazias de defensivos agrícolas. A entidade possui postos de recolhimento instalados em 16 dos 22 núcleos, envolvendo 224 municípios do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (SP). O objetivo dos postos é facilitar o trabalho dos cooperados para a destinação ambiental correta das embalagens.

Nas unidades onde não é possível devolver as embalagens, o recolhimento é interativo. "Sempre fazemos campanhas para que os agricultores descartem corretamente as embalagens de agrotóxicos. Como ainda não temos postos fixos em todos os núcleos, realizamos várias campanhas interativas, onde divulgamos o dia e o local onde o produtor poderá devolver as embalagens", disse.

Para o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino, o trabalho de conscientização dos produtores é fundamental para a preservação do meio ambiente e para atender a legislação em vigor. O retorno das embalagens é obrigatório desde o Decreto nº 4.074, de janeiro de 2002 - Lei Federal nº 9.974.

"Em todos os eventos promovidos pela Cooxupé, como dias de campos e workshops, fazemos palestras que abordam o tema com o objetivo de orientar os cafeicultores sobre a forma correta de descartar as embalagens. A cada ano percebemos que os resultados são melhores e isso é fundamental para uma produção sustentável e que atenda à tendência mundial de preservar o meio ambiente", disse Paulino.



Veículo: Diário do Comércio - MG