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13/01/2012 12:18 - Redes de Ribeirão aderem ao fim da sacola

Grandes redes de supermercados que atuam em Ribeirão Preto como grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart, Savegnago, Rede 10 e Mialich já aderiram à campanha "Vamos Tirar o Planeta do Sufoco". A campanha prevê que, a partir do dia 25 deste mês, os supermercados parem de distribuir as sacolas plásticas convencionais, derivadas de petróleo. A campanha é facultativa, por isso, nem todos os estabelecimentos vão parar a distribuição. O gerente-regional da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Thiago Albanezi, diz que aproximadamente 70% das lojas de Ribeirão Preto já aderiram à campanha. Em seis meses, a estimativa é de que esse número ultrapasse os 95%.

A mudança é resultado de um acordo firmado entre as redes varejistas e a Apas. Os consumidores vão ter de levar as compras para casa em sacolas biodegradáveis, que passarão a ser vendidas a R$ 0,19 pelos estabelecimentos, ou em sacolas retornáveis, de tecido ou outro material.

De acordo com Albanezi, Ribeirão Preto tem mais de 200 mercados, supermercados e hipermercados. Ele afirma que o ribeirão-pretano gasta, em média, 66 sacolas plásticas por mês. O resultado desse gasto são quase 40 milhões de sacolinhas, que, segundo Albanezi, são usadas indiscriminadamente. "Dessas 66 sacolas por pessoa, o consumidor pegou 59 delas em supermercados", diz.

O gerente-regional da associação afirma que a campanha pretende acabar com o descarte indiscriminado. "A exemplo de outras cidades que já colocaram a campanha em prática, pode-se reduzir a 5% do gasto atual. Isso seria chegar a um uso de 2 milhões de sacolinhas por mês".

De acordo com a Apas, mais de cem cidades em todo o Estado de São Paulo já confirmaram adesão à campanha. O dia 25 de janeiro foi escolhido devido ao aniversário da cidade de São Paulo.

Economia

A economia deve ficar do lado dos donos de mercados, que vão poupar mais de R$ 1 milhão por mês com a campanha. A sacola convencional, derivada do petróleo, custa R$ 0,03 a unidade para a empresa. Já as sacolas biodegradáveis, de amido de milho, devem ser vendidas a preço de custo pelos estabelecimentos comerciais. Os consumidores poderão optar pelas sacolas reutilizáveis, vendidas a partir de R$ 5 pelas redes. De acordo com o gerente-regional da Apas, Thiago Albanezi, a campanha vai incentivar o uso das retornáveis. "A sacola biodegradável é uma opção descartável, mantida para aqueles consumidores que foram desprevenidos ao mercado a sacola de plástico não é gratuita, como todos pensam". Segundo Albanezi, o preço da embalagem "oferecida" pelo mercado é embutido no valor de outros produtos.

Prós e contras

A abolição das sacolas plásticas derivadas de petróleo tem causado polêmica entre indústrias, supermercados e ambientalistas. Os fabricantes alegam que a proibição da distribuição de sacolas vai causar demissão em massa e não trará tantos benefícios ao meio ambiente. Uma pesquisa encomendada pela Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos) afirma que há um índice elevado de contaminação por bactérias e coliformes fecais em sacolas reutilizáveis e caixas de papelão.

Outro contra apontado pela instituição é o de que, com a abolição das sacolas, haverá o aumento do uso de sacos de lixo. Além disso, eles apontam que o consumidor será punido ao ter de comprar as novas sacolas. Os prós apontam alguns benefícios que a proibição pode trazer ao meio ambiente. As sacolas derivadas de petróleo demoram perto de 400 anos para se decomporem, além de liberarem substâncias tóxicas. Já as biodegradáveis duram até dois anos no meio ambiente e são feitas com matéria-prima renovável.

No mês de abril do ano passado as autoridades paulistas mostraram o desejo de implantar um sistema parecido com o aplicado em Belo Horizonte e em Jundiaí, com o intuito de reduzir a quantidade de resíduos plásticos produzidos e descartados diariamente.

A ideia teve o apoio da Apas, que assinou um protocolo, confirmando suas intenções e compromissos. A proposta entra em vigor no próximo dia 25, quando os supermercados deverão deixar de oferecer as sacolas derivadas de petróleo a seus clientes.


Processo de substituição será gradativo



Segundo João Galassi, presidente da Apas, deverá ocorrer um processo gradativo de substituição de sacolas plásticas pelas retornáveis. A possível cobrança pelos novos itens deverá ser estipulada individualmente por cada supermercado. Segundo ele, a mudança tem objetivo educativo, pretendendo educar a população sobre os impactos que esses resíduos causam no planeta. Galassi lembra também, que atualmente os consumidores já pagam pelas sacolas, que têm seu valor embutido no preço das outras mercadorias. - A medida, importante para o meio ambiente, não foi bem aceita por representantes sindicais e empresários do setor de plásticos, que preveem quebra em orçamentos e desempregos. O Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos, que protestou durante a abertura da Feira Internacional de Negócios em Supermercados, informou que 30 mil empregos podem estar ameaçados pela proibição.

Diante da manifestação, o governador Geraldo Alckmin apresentou-se disposto a manter a proposta. Segundo ele, a indústria é alvo de suas atenções e poderá contar com outros benefícios fiscais. "É preciso ter coragem de respeitar o meio ambiente", frisou.



Veículo: DCI

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