A Stratus, por meio do fundo de investimento em participações CleanTech, comprou 8,5% da Unnafibras, fabricante de fibras de poliéster reciclado, a partir de um aporte de R$ 12 milhões.

Os recursos serão usados na ampliação da capacidade de produção da empresa, que transforma garrafas PET em fibras de poliéster para uso em tecidos. Segundo José Trevisan Júnior, presidente da Unnafibras, o objetivo da companhia é elevar a produção em 12 mil toneladas de garrafas processadas por ano, atingindo 42 mil toneladas já neste ano.

Novos tipos de fibras também devem passar a ser produzidos, ampliando o mercado da Unnafibras, de acordo com o executivo. Hoje, ela atende fabricantes de roupas, forros de bancos para automóveis, enchimento de travesseiros e couro ecológico. Aquisições estão no radar da companhia que tem fábricas em Santo André e Mauá, ambas em São Paulo, e em Alhandra, na Paraíba.

Do lado da Stratus, o interesse na Unnafibras está na perspectiva de crescimento do mercado de PET reciclado no Brasil. "Ainda há muito espaço para ampliação. Tanto pelo aumento do consumo de PET quanto pela maior reciclagem", afirma Álvaro Gonçalves, sócio da Stratus.

Segundo cálculos da Associação Brasileira da Indústria do PET, 55% das garrafas dessa resina consumidas pelos brasileiros são recicladas atualmente, sendo que as principais empresas que atuam nesse setor são a própria Unnafibras, Mossi & Ghisolfi e Ecofabril.

Para acompanhar o crescimento da demanda, a Unnafibras ainda pode receber o aporte de cerca de R$ 90 milhões da Stratus e de investidores atraídos por ela, cujos nomes não foram revelados. Os novos recursos, porém, ainda estão sendo negociados.

A Unnafibras é o terceiro investimento do fundo CleanTech, que ainda tem recursos para fazer mais uma aquisição. Os outros dois são a Amyris Brasil, fabricante de produtos químicos renováveis a partir da cana de açúcar, e a Brazil Timber, de reflorestamento. O alvo do fundo são empresas que tenham como foco o ambiente a partir da reciclagem, da geração de energia renovável e da sustentabilidade.
 

Veículo: Valor Econômico