Sustentabilidade
02/01/2023 10:52 - ABRAS e KPMG lançam diagnóstico sobre estágio ESG do setor supermercadista brasileiro
Publicação avalia conhecimento, maturidade e iniciativas de impacto social, ambiental e de governança, considerando recortes por região geográfica, porte e canal
As perspectivas sociais, ambientais e de governança são consideradas de extrema importância e relevância para 91% das empresas supermercadistas brasileiras quando se discute o crescimento ou a continuidade dos negócios. Entretanto, pouco mais da metade (54%) oferece treinamentos regulares sobre o tema para a liderança e funcionários. Essas conclusões constam na Pesquisa de Diagnóstico ESG, realizada pela Associação Brasileira dos Supermercados (ABRAS), em parceria com a KPMG, que avalia o conhecimento, o nível de maturidade e as iniciativas empregadas pelo setor em relação às práticas ESG.
O estudo aponta que, em geral, o nível de conhecimento ou envolvimento com a agenda ESG é bastante alto. A amostra do diagnóstico é composta por 354 empresas supermercadistas, sendo que 17 estão no grupo das 25 maiores empresas do setor segundo o Ranking ABRAS 2022. Na perspectiva ambiental, de um total de nove aspectos avaliados, apenas um teve menos de 25% de respondentes com conhecimento sobre o tema – a redução de emissões de gases do efeito estufa. Já no âmbito social, o único ponto observado com baixa pontuação em um total de 15 itens foi sobre certificação de práticas sociais de fornecedores. A área de governança, no entanto, é a que apresenta maior espaço para melhoria uma vez que, dentre 16 tópicos, quatro registraram baixo conhecimento dos respondentes.
Agenda ESG no setor
“Com esta pesquisa, bastante abrangente com relação ao setor supermercadista nacional, conseguimos orientar melhor os envolvidos na implantação, na melhoria e na evolução da agenda ESG. Afinal, é um compromisso da ABRAS gerar este conhecimento e divulgar para o varejo, indústria e consumidores”, comenta o presidente da associação, João Galassi.
“A agenda ESG se refere à gestão de tais aspectos — sociais, ambientais e éticos — conectados com as atividades e decisões cotidianas dos negócios, reunindo iniciativas que alinham lucro, compromisso com a construção de uma sociedade mais inclusiva e transparência. São decisões que impactam diretamente as pessoas e a sociedade, como a redução da poluição, pobreza e da discriminação, por exemplo”, completa a sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil, Nelmara Arbex.
O levantamento indica ainda que, em termos de iniciativas, o nível é satisfatório. Na perspectiva ambiental, quatro de nove aspectos registram mais de 50% de respostas afirmando a existência de iniciativas e indicadores. A mesma proporção é observada no recorte social, com nove de um total de 15 itens com ações afirmativas.
“Naturalmente, essa pauta reflete em iniciativas, indicadores e metas que precisam ser consideradas e respeitadas no planejamento da companhia, influenciando até mesmo em resultados financeiros. Se, por um lado, investidores levam em conta estes fatores quando avaliam riscos de um negócio, por outro os consumidores também querem mais informações para escolher o que comprar e de quem comprar”, ressalta o sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa.
Maturidade em ESG ainda precisa melhorar
Em termos de maturidade das empresas com relação à aplicação da agenda ESG, a pesquisa aponta nível baixo nos três indicadores. Apenas duas de nove metas ambientais contabilizam mais de 50% de resposta positiva. No âmbito social, foram sete aspectos acima dessa média, de um total de 15. Já na perspectiva de governança, o desempenho foi ainda menor, com apenas seis de em 16 pontos com mais de 50% dos respondentes indicando ter metas para práticas de transparência na empresa.
“Isso evidencia que os negócios de futuro, para serem bem sucedidos, dependem de vários fatores que são diretamente afetados pelas questões sociais e ambientais. Porém, é ainda mais urgente entender como a empresa está conectada com os aspectos ESG. É inegável que as varejistas que souberem direcionar os negócios nesse contexto conseguirão melhorar a competitividade, atrair mais investimentos e expandir oportunidades”, analisa o vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS, Marcio Milan.
Redação SuperHiper
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