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29/03/2017 10:30 - Carrefour supera GPA numa disputa entre franceses pelo varejo brasileiro
Supermercados faturam R$ 338 bilhões em 2016, um crescimento de 7,1% ante o ano anterior, com adaptação ao período recessivo; entre as 20 maiores os ganhos passam de R$ 180 bilhões
São Paulo - O setor de supermercados fechou 2016 com faturamento de R$ 338,7 bilhões, 7,1% a mais que um ano antes, disse a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A pesquisa mostrou ainda que o Carrefour passou o Grupo Pão de Açúcar (GPA) no ranking da entidade, se consagrando a maior do ramo em vendas. De acordo com o 'Ranking Abras 2017', elaborado pela entidade em parceria com a Nielsen, só as 20 maiores supermercadistas registrados faturamento somado de mais de R$ 180 bilhões (veja no gráfico). No ranking deste ano, além do Carrefour, que subiu para a primeira colocação - com um faturamento de R$ 49,1 bilhões -, boa parte das 19 empresas listadas mudaram de posição.
"Este ano a movimentação no ranking foi acima do normal", diz a executiva de varejo da Nielsen, Gabriela Maia. Segundo ela, isso se deu principalmente por conta da crise, que tornou o setor mais suscetível a esse tipo de mudança, e também porque algumas redes investiram mais no formato de atacarejo. O setor viu também, segundo o levantamento, um aumento de 0,5% no número de pontos de vendas em 2016, que totalizaram 89,009 mil - um saldo positivo de 434 unidades. O valor, conta Gabriela, foi o mais baixo dos últimos anos. "Realmente tivemos uma movimentação menor de aberturas de lojas. O saldo positivo mostrou uma diminuição considerável em relação aos anos anteriores", afirma. Em 2015, por exemplo, o crescimento no número de pontos de venda tinha sido de 1,2%, frente ao ano anterior. Em termos de área total de vendas o crescimento também foi baixo no ano passado, e o valor passou de 21,6 milhões m² em 2015 para 21,7 milhões m² no ano passado (alta de 0,8%). De acordo com Gabriela, isso ocorreu porque as aberturas de lojas foram focadas em unidades de menor porte, como as lojas de vizinhança. "O modelo de hipermercado, por exemplo, não teve muito representatividade."
Vendas em fevereiro
Em relação ao desempenho de vendas de fevereiro, a Abras divulgou ontem que o setor apurou uma leve queda de 0,24% em termos reais, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Com o resultado o ramo acumulou uma queda de 0,07% em 2017. Já em comparação com o mês de janeiro, a retração foi ainda maior, de 1,93%, em termos reais. De acordo com o presidente da entidade, João Sanzovo Neto, apesar do desempenho negativo a Abras mantém sua expectativa de um crescimento de 1,3% para o consolidado do ano. "Não temos certeza de quando será o momento da virada, porque está ligada a volta do emprego, mas as vendas devem começar a retomar gradativamente", diz o executivo. Sobre o resultado de fevereiro ele aponta ainda que um fator que influiu negativamente no desempenho de vendas foi o fato do mês neste ano ter tido apenas 28 dias, contra 29 dias em fevereiro de 2016. De acordo com ele, se não fosse esse um dia a menos, as vendas teriam sido estáveis.
O executivo afirmou também que a confiança dos empresários do setor já tem mostrado uma melhora nos primeiros meses deste ano. Segundo uma pesquisa realizada pela entidade, 66% dos donos de supermercados avaliam que a situação econômica e de negócios do País estará melhor nos próximos seis meses. Em dezembro de 2016 esse percentual era de cerca de 50%."Não estamos mais em uma situação de estagnação com inflação, como vimos no ano passado. Estamos apenas em estagnação, o que já ajuda muito. O empresário do setor está acreditando em uma retomada da economia", afirma.
'Carne Fraca'
Sobre o efeito da operação 'Carne Fraca' (que investiga grandes frigoríficos e causou a suspensão da importação de carnes brasileiras por diversos países) nas vendas do produto no setor, Neto disse que o impacto não deve ser grande. Ele ponderou que ainda é cedo para fazer uma avaliação ampla, mas que conversando com empresários a impressão é de que, por enquanto, não houve uma queda significativa. Além disso, ele afirmou que apesar do aumento da oferta no mercado interno poder gerar uma diminuição no preço do produto, a tendência é que cada vez mais isso vá se estabilizando, já que a própria indústria vai reduzir a produção.
Fonte: DCI
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