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18/09/2014 12:55 - Ações para reduzir a burocracia
O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), Guilherme Afif Domingos, voltou a afirmar que a baixa no CNPJ das empresas será realizada em apenas um dia, condição possível graças ao fim da exigência da certidão negativa de débito. Atualmente, são necessários 180 dias para fechar uma empresa. O ministro reforçou sua posição para empresários do setor supermercadistas, durante a abertura da convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Afif disse também que sua pasta trabalha agora na eliminação da necessidade dos registros estadual e municipal, que dariam lugar a um registro único.
O ministro também criticou a nova exigência para o setor de farmácias, que prevê a presença, em tempo integral, de um farmacêutico com formação universitária completa. Segundo ele, a determinação "não leva em conta a realidade das pequenas farmácias". Segundo ele, "o governo estuda a exigência de técnicos no seu lugar".
No decorrer do evento da Abras, Afif destacou "o relacionamento estreito que o setor supermercadista sempre teve com as associações comerciais", enfatizando que "essa aproximação tende a crescer ainda mais conforme as medidas que aceleram os tempos para abertura e baixa de empresas se consolidam".
Estímulo ao consumo – Alvo de críticas, o modelo de crescimento por meio do estímulo ao consumo foi defendido durante a convenção pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges. Segundo ele, o modelo pode impulsionar o setor produtivo. “Temos que estimular o crescimento de uma classe média brasileira e este modelo tem como líder o setor supermercadista. Vamos voltar a crescer dentro deste modelo”, afirmou.
Borges citou o conjunto de desonerações realizado pelo governo federal, afirmando que ele faz parte do programa do governo que desonerou a cesta básica. Segundo ele, esta é uma iniciativa que integra o esforço oficial para mudar a legislação e transformar o segmento dos supermercados em atividade essencial para operar em tempo integral. “Nosso objetivo é consolidar a nova classe média. Queremos que a renda do brasileiro chegue a US$ 16 mil em 2018. Assim, vamos aumentar as redes de proteção social e dar prosseguimento à política de valorização do salário mínimo, com a valorização do crescimento da renda e do consumo, resultando na criação de mais postos de trabalho”, concluiu.
Empresários estão dispostos a investir
A convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que acontece ao longo desta semana em Atibaia, tem mostrado que os grandes varejistas do setor não descartam ampliar seus investimentos no País, ainda que a economia esteja fraca. Horst Paulmann, fundador do grupo chileno Cencosud, comentou sobre a possibilidade de aquisições no Brasil. "Estamos sempre de olhos abertos". O empresário considerou, porém, que o foco neste momento é a reestruturação, dizendo que agora os executivos trabalham para implantar melhorias nas marcas.
O Cencosud, com mais de 50 anos de atuação em toda a América Latina, firmou sua atuação no continente através da aquisição de diversos grupos varejistas como supermercados e lojas de departamento e realizou sua última aquisição em 2012, quando comprou todas as unidades da rede Carrefour instaladas na Colômbia.
Paulmann disse não temer a atual situação econômica do Brasil, com queda nas vendas e na confiança dos consumidores. “A economia é como um pêndulo. Temos que conviver com isso e estabelecer estratégias de longo prazo”.
O empresário, que completa 80 anos neste ano, afirmou que pretende conhecer melhor a cultura brasileira para conquistar mais fatias do varejo como fez na Argentina, onde aproveitou os momentos de recessão para se consolidar com a saída dos seus concorrentes mais diretos. No país vizinho, adquiriu nestas ocasiões a Home Depot e as cinco unidades da rede Sam’s Club por US$ 50 milhões. Atualmente, o grupo conta com 27 mil funcionários em todas as unidades argentinas.
No Brasil, o empresário adquiriu o Hiper Barbosa em novembro de 2007, a rede de padarias Perini, Mercantil Rodrigues, Bretas e Prezunic. O total de colaboradores nas unidades de negócio brasileiras é de 35 mil. Durante a palestra na convenção da Abras disse que o “Brasil é um continente e devemos construir nossos negócios para os brasileiros e com eles, com fizemos na Argentina”, concluiu”.
Inaugurações – O vice-presidente de Infraestrutura e Desenvolvimento Estratégico do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Peter Estermann, afirmou no evento da Abras que a companhia continuará investindo em 2015 e declarou que o grupo está comprometido com a expansão por meio da inauguração de novas lojas.
O executivo ressaltou que a expansão em número de lojas acontece nos diferentes formatos de estabelecimentos que a companhia opera e mencionou que a empresa encerrará o ano com mais de 250 lojas no formato de proximidade, que são os minimercados. A maioria dessas lojas será da bandeira Minimercado Extra e algumas do Minuto Pão de Açúcar, disse. "É uma das nossas prioridades de crescimento para o ano que vem, o que significa que este é um negócio que está dando certo", declarou.
Falando a uma plateia de varejistas, Estermann considerou que o cenário econômico atual exige investimentos em melhorias. Ele destacou a necessidade de redução de perdas, balanceamento de estoques e competitividade de preços. Além disso, citou investimentos do GPA em melhora do layout das lojas Extra e Pão de Açúcar. "Mudamos de forma significativa para proporcionar um ambiente mais agradável e oferecer facilidades para clientes", declarou.
Mais opções – O Carrefour Brasil está fazendo um esforço de melhoria de seus hipermercados que envolve reforma de lojas e ampliação do sortimento de produtos. O CEO do grupo Carrefour no Brasil, Charles Desmartis, diz que 50 das 143 lojas da bandeira Carrefour serão renovadas até 2016 num movimento que coloca o Brasil como o segundo país que mais está recebendo investimentos do grupo, depois da França. Até o final de 2014, serão 18 renovações.
Durante a convenção da Abras, Desmartis afirmou que o sortimento de produtos de mercearia dos hipermercados será ampliado em 15% ainda este ano "em quase todas as lojas". Ele disse que a companhia está aumentando a oferta de itens mais sofisticados em hipermercados que atendem a classe C. Como exemplo, citou a criação de uma área para vinhos em loja no bairro de Interlagos, em São Paulo. "Esses conceitos de classes A, B e C são ultrapassados e têm sido questionados por nós com agressividade", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio - SP
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