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30/10/2013 11:26 - Volume de vendas tem pior nível da década
O volume de produtos comprado pelo brasileiro caiu, no pior desempenho já verificado nos últimos dez anos. De janeiro a agosto, o consumidor levou para casa 1% a menos em mercadorias (alimentos, itens de higiene e beleza, perecíveis, entre outros) do que no mesmo período do ano passado, segundo cálculos da Nielsen. É o pior resultado, no acumulado até agosto, verificado desde 2003.
Menor renda disponível, reflexo do repique inflacionário, teve forte peso nessa redução na demanda. Apenas uma das oito categorias analisadas registra alta na quantidade comercializada em supermercados e hipermercados, segundo informou a consultoria ontem, na apresentação da Abras, associação do setor.
Para o ano de 2013, a expectativa da Nielsen é de estabilidade nos números - o volume vendido deve ser semelhante ao do ano passado. "Existe uma queda que não se via há muitos anos, mas a boa notícia é que essa desaceleração está menor. Até abril, o volume caía 1,6%, e no acumulado até agosto, está em queda de 1%", disse Fábio Gomes, gerente de atendimento da Nielsen.
Nesse cenário em que as lojas não conseguem vender volumes maiores, os ganhos de receita acabam vindo de aumentos de preços - e para defender lucro, muitas vezes são feitos ajustes internos, com corte de custos e despesas. Empresas de consumo e varejistas já têm adotado esse posicionamento nos últimos meses. Em determinados períodos do ano, Hypermarcas, Unilever, Ambev e BRF aumentaram preços - em certos casos, acima da inflação - para repassar pressões em custos e defender rentabilidade.
Nessa discussão em torno do equilíbrio entre preço e volume, ontem o comando da BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão) defendeu a política adotada para o mercado interno, após resultados decepcionantes no terceiro trimestre de 2013. De julho a setembro, o volume vendido pela BRF caiu 16,3% e os reajustes ao consumidor atingiram 23,6%.
Analistas questionaram se este era o momento de apresentar tabelas novas - num ambiente de incertezas econômicas e relutância do consumidor em fazer novos gastos. Nesse cenário, consumidor pode rejeitar o aumento, reduzindo a lista de compras (ao cortar mercadorias da cesta) ou diminuir o volume comprado, substituindo itens. Na contramão, o Grupo Pão de Açúcar decidiu negociar aumentos com a indústria e ampliar resultados a partir de aumentos de volume vendido neste ano.
Dados do IBGE mostram como a receita têm subido mais que o volume vendido no varejo brasileiro, num ano de perda de vigor no consumo. De janeiro a agosto, houve alta de 3,82% no volume vendido no varejo (incluindo revendas de carro e varejo de construção, que estão fora dos dados da Nielsen). No entanto, as vendas nominais cresceram quase 12% no intervalo, efeito do aumento da inflação de alimentos, especialmente. Em 2012, o volume cresceu quase 9% e a receita nominal, 12%.
Ou seja, em 2012, uma parte maior dos resultados obtidos pelas varejistas vieram do volume vendido em comparação a 2013.
Numa análise por categoria dos dados da Nielsen, apenas uma das oito avaliadas apresentou expansão no volume no ano - limpeza, com alta de 2,5% em relação ao ano anterior. "A princípio, o que o consumidor faz é mudar o local de compra, buscando lojas mais promocionais, depois ele faz mudanças na cesta. O que verificamos é que nesse processo, o consumidor da classe C evitou cortar produtos que entraram na lista de compras nos últimos anos, considerados conquistas dessa nova classe", disse.
Ontem, a Abras informou que as vendas reais do setor supermercadista subiram 4,81% em setembro em relação a um ano antes. Entre janeiro e setembro, o setor acumula alta de 4,94% sobre igual período de 2012. A Abras espera crescimento de 14,9% nas vendas do setor no período de Natal.
Veículo: Valor Econômico

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