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24/01/2024 12:20 - Consumo nos Lares Brasileiros cresce 3,09% em 2023
Em dezembro, o consumo cresceu 18% e registrou o maior percentual dos últimos 24 meses na comparação mês x mês anterior
Cesta Abrasmercado recua -4,22% no ano – maior deflação no acumulado do ano desde 2017
ABRAS projeta crescimento de 2,5% no Consumo dos Lares em 2024
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O Consumo nos Lares Brasileiros encerrou 2023 em alta de 3,09% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Na comparação dezembro x novembro, o indicador registrou alta de +18% – o maior resultado registrado na comparação mês x mês anterior nos últimos 24 meses, ou seja, desde dezembro de 2021 (+22,47%), de acordo com o acompanhamento mensal da Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS. Na comparação dezembro de 2023 com dezembro de 2022, a alta foi de +10,73%.
O levantamento contempla todos os formatos e canais operados pelos supermercados e os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A menor inflação dos preços dos alimentos para consumo no domicílio na comparação com o consumo fora do lar foi um fator essencial para o crescimento do consumo das famílias ao longo do ano puxado principalmente pela carne bovina, sinalizando uma recomposição de renda, do crescimento do emprego, da consolidação dos programas de transferência de renda e de outros recursos que movimentaram a economia ao longo do ano como o pagamento dos precatórios”, analisa o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.
Em dezembro, os principais recursos injetados na economia foram o pagamento da segunda parcela do 13º salário de cerca de 87,7 milhões de trabalhadores do mercado formal, os repasses do Bolsa Família (R$ 14,25 bi), o Auxílio Gás (R$ 562,9 milhões), o lote residual de Restituição de Imposto de Renda (R$ 370,5 milhões) e o pagamento de Requisições de Pequeno Valor e precatórios – INSS (R$ 27,2 bilhões).
Em 2023, foram destaques no cenário econômico no primeiro semestre o montante de cerca de R$ 85,4 bilhões em recursos dos programas de transferência de renda do governo federal: Bolsa Família (Primeira Infância, a partir de março) e o Benefício Variável Familiar (a partir de junho) e os Auxílios Gás pagos em fevereiro (R$ 112,00), abril (R$ 100,00) e junho (R$ 109,00). Ainda movimentaram o consumo nos lares, os reajustes do salário-mínimo em janeiro (7,42%) e em maio (1,40%) para mais de 60 milhões de trabalhadores, os reajustes das bolsas da educação CAPES e CNPQ (R$ 2,4 bi), os reajustes dos servidores civis do Poder Executivo (R$ 11,2 bi), o resgate do PIS/Pasep (R$ 20,2 bi), o pagamento dos lotes residuais de Imposto de Renda 2022 (R$ 618 milhões), a ampliação da isenção do imposto de renda para R$ 2.640,00, os pagamentos do 1º e 2º lotes de Restituição do Imposto de Renda (R$ 15 bi), os pagamento de precatórios (R$ 31,1 bi), a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS (R$ 62,6 bi).
No segundo semestre contribuíram para o consumo no domicílio: o pagamento do 13º dos trabalhadores com carteira assinada, o pagamento dos lotes de restituições do Imposto de Renda 2023, os recursos dos programas de transferência de renda (Bolsa Família e Auxílio Gás), os pagamentos dos precatórios e das Requisições de Pequeno Valor para aposentados e pensionistas do INSS e do Piso Nacional da Enfermagem.
Em 2023, o setor supermercadista aportou recursos em 158 lojas a mais do que no ano anterior encerrando o período com 666 lojas, sendo 382 novas e 284 reinauguradas. Os formatos reinaugurados somam 117 lojas a mais do que no ano anterior (167 lojas).
Registra-se ainda um crescimento maior do formato supermercado (220 lojas) em relação ao atacarejo (162) na comparação com o ano anterior. Em 2022, foram inaugurados 174 supermercados e 167 atacarejos.
Abrasmercado recua -4,22% no ano e registra maior deflação no acumulado do ano desde 2017
Carne bovina, óleo de soja, leite, feijão e café registraram queda mais acentuadas nos preços últimos 12 meses
O Abrasmercado – indicador que mede a variação de preços nos supermercados – encerrou o ano em queda de -4,22%, maior deflação registrada no acumulado do ano desde 2017 (-7,05%) na cesta composta por 35 produtos de largo consumo, dentre eles alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.
Dentre os itens para consumo no lar três cestas se destacaram no recuo dos preços: proteína animal, alimentos básicos e lácteos.
Na cesta de proteínas animal, o excesso de oferta de carne bovina no mercado interno ao longo do ano contribuiu não só para a composição de uma cesta de abastecimento com produtos de maior valor agregado, mas também para a queda expressiva nos preços. Em 12 meses, foram registradas quedas nos preços dos cortes do dianteiro (-11,60%) e do traseiro (-9,44%). Outras variações negativas na cesta foram o frango congelado (-7,44%) e o pernil (-2,34%).
Na cesta de alimentos básicos as principais quedas vieram do óleo de soja (-28%), do feijão (-13,78%), da farinha de trigo (-9,14%), do leite longa vida (-7,82%). Na contramão das quedas estão as altas acumuladas no arroz (+24,54%) e o açúcar (+11,20%).
Os preços dos produtos lácteos recuaram mês a mês e no fechamento do período as principais quedas acumuladas foram registradas em leite longa vida (-7,82%), margarina (-6,38%), leite em pó (-5,11%).
Ao longo do ano, os hortifrutigranjeiros foram influenciados por fatores climáticos e pela reoneração do óleo diesel. A principal alta veio da batata (+4,19%). Outros itens encerraram o período em queda acumulada: cebola (-25,33%), tomate (-2,90%).
Na categoria de higiene e beleza todos os produtos registraram alta no acumulado dos 12 meses: creme dental (+6,06%), papel higiênico (+4,23%), xampu (+2,67%), sabonete (+1,92%).
Na cesta de limpeza as maiores variações foram puxadas por desinfetante (+6,41%), água sanitária (+0,61%), sabão em pó (+0,51%). A única deflação da categoria foi registrada nos preços do detergente líquido para louças (-0,60%).
Em dezembro, a cesta passou de R$ 712,94 para R$ 722,57 uma alta de +1,35%.
Na análise regional, todas as cinco regiões registraram deflação no acumulado do ano. A maior queda foi registrada na região Nordeste (-5,07%) que passou de R$ 684,51 para R$ 649,80; seguida por Norte (-4,79%) passando de R$ 832,62 para R$ 792,74; Sul (-4,08%) passando de R$ 843,36 para R$ 808,92; Sudeste (-3,63%) com recuo nos preços de R$ 760,26 para R$ 732,67 e Centro-Oeste (-3,25%) passando de R$ 703,47 para R$ 680,64.
Cesta de 12 produtos básicos recua -4,82% no ano
No recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos houve queda de -4,82% no acumulado do ano, passando de R$ 317,56 para R$ 302,24.
Os principais recuos nos preços foram registrados em óleo de soja (-28%), feijão (-13,78%), carne bovina – cortes do dianteiro (-11,60%), farinha de trigo (-9,14%), café torrado e moído (-9,07%), leite longa vida (-7,82%), margarina cremosa (-6,38%), massa sêmola de espaguete (-2,34%).
Dentre as altas estão arroz (+24,54%), açúcar (+11,20%), farinha de mandioca (+5,02%).
Abras projeta crescimento de 2,5% no Consumo nos Lares em 2024
Para 2024, a entidade estima crescimento de 2,5% no Consumo dos Lares. De acordo com os analistas da entidade o pagamento do PIS/PASEP deve contribuir para o crescimento do consumo. Estão previstos o pagamento de R$ 28 bi de reais para 25 milhões de trabalhadores, um aumento de R$ 3 bilhões de reais em comparação com 2023, quando foram pagos R$ 25 bi para 24,5 milhões de trabalhadores.
Está previsto ainda o pagamento de R$ 93,14 bi em precatórios e estima-se que deste total cerca de 30% do recurso tende a ser destinados para consumo nos lares.
O vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, destaca ainda a recomposição da renda do trabalhador com o reajuste do salário-mínimo em percentual acima da inflação oficial registrada no ano como um dos fatores para incentivar o consumo.
“O cenário macroeconômico sinaliza para um crescimento gradual do consumo ao longo do ano acompanhando as sazonalidades, o comportamento das principais safras, os fatores climáticos como excesso de chuva, secas e ondas de calor e a demanda internacional de alimentos”, conclui Milan.
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