Economia
13/04/2021 10:26 - Após duas quedas seguidas, vendas do comércio crescem 0,60% em fevereiro
As vendas do comércio varejista cresceram 0,60% em fevereiro, na comparação com janeiro, impulsionadas por produtos relacionados a volta às aulas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com fevereiro do ano passado, porém, houve queda de 3,8%, com o setor passando a enfrentar agora o agravamento da pandemia de Covid-19 e restrições mais rigorosas.
O resultado veio dentro do esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,6% na comparação mensal e de recuo de 3,9% sobre um ano antes.
O gerente da pesquisa destacou também a alta de 9,3% nas vendas de móveis e eletrodomésticos, após 5 meses seguidos de queda. "No início da pandemia, houve uma antecipação de consumo desses produtos. As pessoas ficando em casa, houve uma substituição desses itens. Há quedas a partir de setembro e agora, então, tem um reposicionamento", explicou.
Queda de 2,1% no acumulado no ano
No acumulado nos dois primeiros meses de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado, o varejo brasileiro ainda tem queda de 2,1% - maior recuo para o período desde 2017, quando ficou em -2,4%.
Já no acumulado nos últimos 12 meses, o avanço é de 0,4%, mostrando redução do ritmo de recuperação pelo quarto mês seguido. O resultado do varejo em 12 meses até fevereiro também é o mais baixo desde 2017 (-5,4%).
Veja o desempenho de cada um dos segmentos em fevereiro:
Combustíveis e lubrificantes: -0,4%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,8%
Tecidos, vestuário e calçados: 7,8%
Móveis e eletrodomésticos: 9,3%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -0,2%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 15,4%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,4%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,5%
Veículos, motos, partes e peças: 8,8% (varejo ampliado)
Material de construção: 2% (varejo ampliado)
4 das 8 atividades tiveram taxas positiva
O avanço de 0,6% no volume de vendas na passagem de janeiro para fevereiro teve taxas positivas em quatro das oito atividades pesquisadas, com destaque para "Livros, jornais, revistas e papelaria" (15,4%), "Móveis e eletrodomésticos" (9,3%) e "Tecidos, vestuário e calçados" (7,8%).
Na outra ponta, houve queda em fevereiro nos segmentos de "Outros artigos de uso pessoal e doméstico" (-0,5%), "Combustíveis e lubrificantes" (-0,4%), "Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação" (-0,4%) e "Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos" (-0,2%).
Já as vendas de supermercados, que possui o maior peso no índice, registraram avanço de 0,8% contra janeiro e queda de 4,6% contra na comparação anual, houve queda de 4,6%.
Na análise por regiões, 19 das 27 unidades da federação tiveram taxas positivas em fevereiro frente a janeiro, com destaque para Amazonas (14,2%), Rondônia (11,5%) e Piauí (8,3%). Já as maiores quedas ocorreram no Acre (-12,9%), Tocantins (-4,4%) e Distrito Federal (-2,1%).
Varejo ampliado
Pelo conceito varejo ampliado, que inclui "Veículos, motos, partes e peças" (8,8%) e de "Material de construção" (2%), o volume de vendas cresceu 4,1% em relação a janeiro e caiu 1,9% na comparação com fevereiro de 2020. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses, ainda há queda, de 2,5% e de 2,3%, respectivamente.
"Material de construção é uma atividade que tem crescido muito, tanto porque as pessoas, estando mais tempo dentro de casa, acabam vendo necessidade de fazer melhorias em suas residências, quanto pelo fato de que grandes obras também vendo sendo retomadas pelas construtoras", destacou Santos.
Agravamento da pandemia e inflação
Indicadores antecedentes têm mostrado uma queda no ritmo da atividade econômica e da confiança de empresários e consumidores neste começo de ano em meio ao agravamento da pandemia, novas medidas restritivas e aumento das preocupações com as contas públicas do país.
A confiança do comércio despencou e março para o menor nível desde maio de 2020, de acordo com sondagem da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Analistas têm destacado que o grande número de desempregados, o aumento de preços e a interrupção da concessão do auxílio emergencial nos primeiros meses do ano e a nova rodada de pagamentos com valor menos em 2021 são outros fatores de maior pressão sobre o consumo das famílias.
Pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda, mostrou piora nos principais indicadores. A projeção do mercado para a inflação de 2021 subiu de 4,81% para 4,85%. A expectativa dos analistas para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 3,17% para 3,08%. Já a estimativa para a taxa básica de juros ao final do ano subiu de 5% ao ano para 5,25% ao ano.
Fonte: G1
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