Economia
25/03/2021 16:05 - Alta dos juros não prejudica a atividade econômica, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje (25) que o órgão está trabalhando com um cenário de "normalização parcial" da política monetária, com o aumento dos juros básicos da economia, a Selic. "A normalização está relacionada à taxa neutra [quando não há estímulo nem desestímulo da atividade econômica]. Se a normalização é parcial, não entendemos que esse movimento [de taxa neutra] deva acontecer agora", disse, explicando que o BC considera que o recente aumento dos juros "não prejudica o crescimento em 2022, que está de acordo com o nosso cenário básico".
Na semana passada, em meio ao aumento da inflação pressionada pelo dólar e pela alta nos preços de alimentos e de combustíveis, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic de 2% para 2,75% ao ano, primeira alta desde julho de 2015. A decisão surpreendeu os analistas financeiros, que esperavam uma elevação para 2,5% ao ano.
"Temos descrito como ajuste parcial e temos dito que o ajuste mais célere nos faz crer que na verdade fazer mais, e fazer mais rápido, faz com que a intensidade total [de elevação] deva ser menor", disse o presidente do BC, explicando que também deve haver um efeito importante na expectativa de longo prazo.
A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia.
Ainda assim, diante da perspectiva de boa recuperação econômica no segundo semestre, os membros do Copom consideram que o cenário atual já não prescreve um grau de estímulo extraordinário nos juros e deve manter a trajetória de elevação, de 0,75 ponto percentual, na próxima reunião do Copom, em 4 e 5 de maio. Para Campos Neto, esse percentual só deve mudar caso haja uma situação muito "atípica" no cenário econômico.
Desde agosto de 2020, a Selic se manteve em 2% ao ano, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia da covid-19. De acordo com o presidente do BC, esse nível foi alcançado diante de um cenário de projeção de queda de 9% do PIB em 2020 e inflação próximo de 1,5%. "Um cenário que não ocorreu".
O PIB, na verdade, encerrou 2020 com queda de 4,1%, e a inflação segue pressionada pela depreciação do real e pela alta de preço das commodities. Por outro lado, o BC acredita que os efeitos desses fatores sobre a inflação serão temporários.
Crescimento da economia
No Relatório de Inflação, publicado hoje (25), o BC reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) passou de 3,8% para 3,6%.
Questionado sobre o impacto do agravamento da pandemia no ritmo de crescimento econômico, Campos Neto disse que os indicadores são positivos, especialmente para o segundo semestre do ano.
"Não é que estamos super otimistas, acho que está bem qualificado, se todos olharem os dados do Relatório de Inflação estamos um pouco mais pessimistas em relação ao primeiro semestre. Nosso cenário [futuro] está contemplando a pandemia e aceleração na vacinação", disse.
Segundo ele, o BC se baseia no cronograma do Ministério da Saúde para a vacinação, que projeta crescimento na distribuição de imunizantes a partir de maio e junho. "O BC não trabalha com hipóteses sobre cenários alternativos de vacinação", disse, sobre uma possível insatisfação no ritmo de imunização da população.
Campos Neto disse ainda que o BC não observa nenhum "desrespeito às regras fiscais", com o aumento dosgastos do governo com a pandemia. Segundo ele, houve uma contrapartida no esforço fiscal e ganhos institucionais, como as medidas de ajustes para estados e municípios, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial.
Fonte: Agência Brasil
Veja mais >>>
28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País
21/05/2024 09:46 - Com investimento de R$ 45 milhões, Arena Atacado anuncia nova loja em Cosmópolis, SP