Economia
05/09/2008 09:12 - Crescimento de consumo impulsiona negócios da Cromex
Masterbatches. Só pela palavra, você certamente não deve estar ligando o nome ao produto. Mas, mesmo pouco conhecido do grande público, sem eles certamente todos os plásticos a sua volta não teriam cores. E o que pareceria apenas uma questão estética acaba sendo decisiva em mercados nos quais a aparência pode se tornar o grande diferencial competitivo. É o caso das embalagens para cosméticos, produtos de higiene e limpeza e automóveis que saem das fábricas todos os meses. Com o crescimento do consumo deste tipo de produto nos últimos anos, impulsionados especialmente pela entrada das classes de menor poder aquisitivo no mercado, empresas como a Cromex, que produz há mais de 30 anos os compostos de cores e aditivos para plásticos, viram as oportunidades se multiplicar.
Só no último ano a empresa - de capital 100% nacional e que detém cerca de 45% do mercado de masterbaches, que já movimenta mais de R$ 520 milhões - viu seu faturamento chegar a R$ 305 milhões, o que representa um crescimento de 27% em volume e 18% em receita e espera crescer 25% em 2008. As boas perspectivas do setor de plásticos, que cresceu mais de 8% no último ano, não vêm apenas do mercado nacional, mas também do externo, que já responde por 35% do faturamento.
Diante do cenário promissor, a Cromex decidiu investir US$ 3,5 milhões na compra de duas novas máximas para elevar em quase 70% sua capacidade até 2009, passando de 93 mil toneladas ano para 155 mil toneladas. O investimento incluiu a mudança de uma fábrica inteira de masterbaches brancos e pretos, os mais usados, para a Bahia, duplicando a capacidade da empresa nas duas cores - consideradas commodities e que agora atingem escala maior, segundo o diretor comercial da Cromex Cesar Ortega.
"Aqui em São Paulo estamos estudando um novo investimento para a fábrica de coloridos, que deve incluir a mudança da planta da capital para outro centro mais competitivo no Estado", afirma. A unidade paulista abriga um dos maiores laboratórios de cores do País, que já desenvolveu e mantém em sua base mais de 13 mil cores diferentes. Além disso, desenvolve aditivos que também podem ser incorporados ao plástico, como antibactericidas ou antifúngicos, muito usado pela indústria de sandálias, ou proteção solar para ampliar a vida útil itens que ficam expostos, como brinquedos de playground. Pelo laboratório passam diversos clientes para estudar as cores que melhor combinam com seus produtos. "Temos clientes grandes que têm departamentos de marketing estruturados e já chegam com as cores determinadas. Mas também temos aqueles menores que precisam de uma ajuda", explica Ortega. Para estes, a Cromex desenvolveu um software que mostra como a embalagem ficará com a cor escolhida. O programa simula até a realidade de um supermercado, colocando o produto na gôndola virtual e dando noção de como aquilo ficará no cenário real, incluindo a iluminação. "Isso faz muita diferença, por exemplo, para pequenos fabricantes de higiene e limpeza, cujos produtos precisam se diferenciar no ponto-de-venda", explica.
As aplicações específicas também se multiplicam, como os aditivos e cores colocados em esponjas de pia que dão a cor amarela, verde e até azul. "Além de crescer, o consumo também está se sofisticando." Por isso, a empresa se mantém atualizada com tendências da moda, para atender necessidades não só em cosméticos como de utilidades domésticas e até automotivas, duas categorias que crescem graças ao crédito. "Isso sem falar na indústria de alimentos, que utiliza, cada vez mais, embalagens plásticas e coloridas". Para atender esta indústria, a Cromex desenvolve pigmentos orgânicos para não comprometer a integridade dos alimentos.
A aposta da companhia para os próximos anos inclui setores como agribusiness e até brinquedos, indústria fortemente afetada pela concorrência chinesa, mas que pode crescer em função do apelo da cor, uma vez que os asiáticos usam metais pesados. "O setor agrícola usa filmes plásticos para estufas, mas há espaço para produtos como Silobag (invólucro que armazena grãos no próprio campo)".
Veículo: Gazeta Mercantil
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