A assessora econômica da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-PA), Lúcia Cristina de Andrade diz que o número de extinções anuais está dentro dos parâmetros que normalmente acontecem, a não ser nos piores anos da crise , nos quais a média anual de fechamento de empresas foi bem superior ao quantitativo de 2019, como em 2016, por exemplo, quando as vendas no comércio varejista caíram 14% e o saldo de empregos formais no Pará - diferença entre admitidos e desligados - foi negativo em 39.869 (dados do MTE-Caged).

Ainda segundo Lúcia, verificou-se um grande número de estabelecimentos encerrando suas atividades nessa época. Após 2017, a economia voltou a crescer mesmo que lentamente, e as vendas registraram leve recuperação de 4% naquele ano, de 7% em 2018, e de 5,9% em 2019. "Embora o comércio ainda não tenha recuperado totalmente o mesmo nível de vendas do período antes da crise, a média de fechamento de empresas em 2019 foi menor" observa. Mas apesar da queda, esse número de extinção, para Lúcia, ainda deve ser considerado elevado.

"E reflete um pouco as dificuldades que o setor empresarial enfrenta com alta carga tributária, elevados custos operacionais e trabalhistas, problemas de competitividade, custos de transporte de mercadorias, fretes altos, infra estrutura precária, entre outros". A assessora econômica da Fecomércio-PA destaca também, em relação ao quantitativo de empresas fechadas em 2019, que foram adotados novos procedimentos pelo Jucepa, como uso da internet para algumas etapas da extinção e redução de tempo para formalização desses processos. "Muitas empresas que já tinham encerrado suas atividades, mas não tinham dado baixa na Jucepa, o fizeram em 2019". 

Fonte: Fecomercio