Economia
12/11/2019 11:56 - Setor de serviços cresce 1,2% e tem melhor setembro desde 2014
O volume do setor de serviços cresceu 1,2% em setembro, na comparação com agosto, segundo divulgou nesta terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eliminando as perdas do ano. Na comparação com setembro do ano passado, a alta foi de 1,4%.
Trata-se do melhor resultado para um mês de setembro desde 2014, quando houve alta de 1,7%. Foi também o maior avanço mensal desde agosto de 2018 (1,9%).
“Esse resultado serve, na verdade, para eliminar as perdas de 2019. A gente vinha mês a mês que era ainda um patamar inferior a 2018. Com ele, fica 0,1% acima do patamar de dezembro de 2018 e um pouco mais acima, 1,1%, do patamar de abril de 2018, mês anterior à greve dos caminhoneiros”, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
No ano, o setor passou a acumular avanço de 0,6%, com expansão em três das cinco atividades e em cerca de metade dos 166 tipos de serviços pesquisados.
No acumulado em 12 meses, o setor mostrou ganho de ritmo, ao passar de uma alta de 0,6% em agosto para 0,7% em setembro.
O IBGE revisou os últimos resultados dos meses anteriores. Em agosto, a queda foi revisada de -0,2% para -0,1%; em julho, a alta foi revisada de 0,7% para 0,8%; já junho, teve queda revisada de -0,7% para -0,6%.
Alta de 0,8% no 3º trimestre
O setor de serviços encerrou o terceiro trimestre com alta de 0,8% em relação ao segundo trimestre. De acordo com o gerente da pesquisa, isso eliminou as perdas acumuladas nos dois primeiros trimestres que foram de -0,4% no primeiro trimestre e -0,3% no segundo.
“Este resultado do terceiro trimestre empata com o do terceiro trimestre do ano passado e é o maior desde o 1º trimestre de 2014, que teve alta de 1,3%”, disse Lobo.
Na comparação com igual trimestre do ano anterior, houve alta de 0,6%. Foi a quinta alta seguida, após o setor amargar 14 trimestres consecutivos de queda.
Transportes puxam alta
O destaque no mês de setembro foi o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio que, com alta de 1,6%, recuperou a perda de 0,7% de agosto.
Dentro do segmento de transportes, o transporte aéreo teve alta de 16,3%, eliminando a perda acumulada de cerca de 15% em junho, julho e agosto. “Transporte aéreo depende muito do preço das passagens, que sofrem uma flutuação muito grande e vinha com uma base de comparação muito baixa”, destacou o pesquisador.
Os demais avanços vieram dos segmentos de serviços prestados às famílias (0,8%) e de outros serviços (0,5%). Em contrapartida, os serviços de informação e comunicação (-1,0%) registraram a única taxa negativa de setembro.
Já o índice de atividades turísticas cresceu 4,8% frente a agosto, que havia apresentado retração de 4,5%.
Segundo o IBGE, as principais contribuições positivas para o volume de serviços na comparação com setembro de 2018 vieram de locação de automóveis, corretoras de títulos e valores mobiliários, transporte dutoviário, serviços de engenharia e desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis, além de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na Internet.
Veja a variação do volume de serviços em setembro, por atividade e subgrupos:
· Serviços prestados às famílias: 0,8%
· Serviços de alojamento e alimentação: 0,7
· Outros serviços prestados às famílias: 2,2%
· Serviços de informação e comunicação: -1%
· Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -0,9%
· Telecomunicações: 0,2%
· Serviços de tecnologia da informação: -3,3%
· Serviços audiovisuais: -1,9%
· Serviços profissionais, administrativos e complementares: 1,8%
· Serviços técnico-profissionais: 3,5%
· Serviços administrativos e complementares: 1,4%
· Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
· Transporte terrestre: 2,5%
· Transporte aquaviário: -3,7%
· Transporte aéreo: 16,3%
· Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
· Outros serviços: 0,5%
Alta em apenas 14 dos 27 estados
A alta em setembro foi concentrada em poucos estados. Segundo o IBGE, apenas 14 das 27 unidades da federação registraram avanço na comparação com agosto, com destaque para São Paulo (1,6%), Rio de Janeiro (1,5%), Paraná (1,0%) e Distrito Federal (1,3%).
Em contrapartida, as principais queda foram verificadas no no Espírito Santo (-4,4%) e na Bahia (-2,2%).
Recuperação lenta e perspectivas
Os indicadores econômicos já divulgados mostram uma relativa melhora da economia no 3º trimestre, após uma perda do ritmo de recuperação no início do ano.
A produção industrial terminou o 3º trimestre com alta de 0,3% sobre os três meses anteriores. Foi o primeiro avanço desde o 3º trimestre do ano passado, depois de ter recuado 0,5% no 2º trimestre, 0,4% no 1º trimestre e 1,4% no 4º trimestre de 2018.
Já a taxa de desemprego ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, atingindo 12,5 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período de 2018, o desemprego sofreu leve redução, de 0,1 ponto percentual.
Os números do comércio no 3º trimestre serão divulgados pelo IBGE nesta quarta. Segundo sondagem da Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança do comércio subiu 1,2 ponto em outubro.
Para o consolidado de 2019, os economistas das instituições financeiras projetam uma alta de 0,92% do Produto Interno Bruto (PIB), após um avanço de 1,3% em 2017 e 1,1% em 2018. Para 2020, a previsão do mercado subiu para 2,08%, de acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central.
Fonte: G1 Economia
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