Economia
28/04/2009 13:27 - Volume exportado de básicos cresce 10,6%
Mesmo em meio a mais grave crise desde a grande depressão da década de 30, o Brasil conseguiu elevar em 10,6% o volume de commodities exportadas no primeiro trimestre em relação a igual período de 2008, conforme dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), obtidos pelo Valor.
O bom desempenho dos produtos básicos brasileiros no mercado externo está minimizando o impacto da turbulência na balança comercial. De janeiro a março, a quantidade total exportada pelo país caiu 14,2% - metade da drástica redução de 28,7% no volume de produtos manufaturados embarcados. Segundo Fernando Ribeiro, economista da Funcex, a performance positiva das vendas de commodities está relacionada, principalmente, a dois setores: agricultura e petróleo.
No primeiro trimestre, o volume exportado de bens agrícolas e de pecuária cresceu 23%, enquanto a quantidade embarcada de petróleo dobrou (101% a mais). "No ano passado, a Petrobras teve problemas na produção e a atividade econômica estava muito forte, o que aquecia a demanda por combustíveis", disse Ribeiro. "Hoje o cenário mudou. A crise afetou a economia local e temos um excedente exportável de petróleo significativo. E deve continuar assim", completou. Na sexta-feira, a Petrobras anunciou produção recorde de 1,992 milhão de barris de petróleo por dia em março, alta de 2,7% em relação a fevereiro. É o terceiro recorde mensal consecutivo de produção da estatal, graças ao início das atividades em duas plataformas (P-53 e P-54) na bacia de Campos.
No setor agrícola, as exportações brasileiras estão sendo beneficiadas pelo impacto positivo e ágil do pacote fiscal do governo chinês na economia, avalia Júlio Callegari, economista do banco J.P. Morgan. Em valores, as vendas brasileiras no exterior de soja e milho, por exemplo, cresceram, respectivamente 49% e 41% no primeiro trimestre.
Um dos principais destinos de commodities agrícolas do Brasil, a China também foi afetada pela crise e sua economia cresceu 2,2% no quarto trimestre anualizado, um percentual reduzido para o padrão do gigante asiático. Mas o banco americano já prevê alta de 5,8% do PIB no primeiro trimestre e 10,8% no segundo.
Entre os maiores países e blocos econômicos, a China é o único cliente que aumentou as compras de produtos brasileiros, apesar da crise. De janeiro a março, as exportações em valores cresceram quase 63% para o país asiático, mas caíram 35% para os Estados Unidos, 22% para a União Europeia e 35% para os vizinhos da América Latina.
O "boom" das commodities ocorreu em março, já que o volume exportado da categoria recuava 1,5% em janeiro e fevereiro. No mês passado, a quantidade exportada de básicos cresceu impressionantes 37%. Ribeiro, da Funcex, pondera que boa parte é efeito estatístico provocado pela greve dos fiscais da Receita Federal, que prejudicou as exportações durante os meses de março e abril no ano passado.
Mas não é só isso. Graças à maior produção de petróleo e a demanda chinesa por grãos, o Brasil está conseguindo que o maior volume exportado compense a forte queda dos preços das commodities provocada pela crise e a inevitável perda nos termos de troca do país.
Os preços de exportação dos produtos básicos brasileiros caíram 9% de janeiro a março em relação ao mesmo período de 2008. Por isso, em valores, as vendas externas de commodities cresceram apenas 1,7% no primeiro trimestre - mas este, ao contrário do que parece, não é um resultado ruim em tempos de queda de 29% nas vendas de manufaturados (em valores).
Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, ressalta ainda que, apesar do recuo, os preços das commodities ainda estão muito acima do seu patamar histórico. "De março para cá, estamos assistindo um ingresso de recursos no mercado de commodities por falta de alternativas para os investidores", disse.
O boletim da Funcex, que deve ser divulgado hoje, também revela uma queda significativa nos volumes de importação do país de janeiro a março: 20,4% a menos que nos primeiros três meses de 2008. Esse movimento é uma reação a queda da atividade econômica local. A previsão de crescimento do PIB brasileiro este ano está próxima de zero.
A quantidade importada de bens intermediários recuou 29,5% no trimestre - a maior queda entre as categorias de uso, uma consequência da freada brusca da produção industrial a partir de novembro. O volume de bens não duráveis, como sapatos e roupas, adquiridos no exterior caiu 6,4% de janeiro a março. Nos bens duráveis, como automóveis, a baixa foi de 15%.
Para Ribeiro, da Funcex, uma boa surpresa foi o desempenho do volume importado de bens de capital. Em março, a quantidade de máquinas adquiridas no exterior aumentou 32,4%. (Também neste caso é preciso ponderar o efeito da greve). No trimestre, o crescimento foi nulo. Em época de crise, pode ser um sinal de que o investimento do setor produtivo não foi tão prejudicado assim.
Veículo: Valor Econômico
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